SECA NO NORDESTE PROVOCA DEBATE
O discurso do senador Geraldo Melo (PSDB-RN), sobre a seca no Nordeste, gerou um amplo debate na sessão de hoje (27) do Senado. Segundo o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), o único estado que adotou um programa emergencial contra a seca, criando frentes de trabalho e garantindo o pagamento de R$ 50 mensais a seus participantes, foi a Paraíba. No entanto, frisou, há 300 mil interessados, quando o governo estadual só tem condições de atender a 100 mil, sendo que "o governo federal está muito lento na ajuda às famílias".
Com visão semelhante, o senador Nabor Júnior (PMDB-AC) disse que, frente à situação, os governos estaduais deveriam decretar estado de calamidade pública e o governo federal, socorrê-los. "Eles não têm como abrir frentes de trabalho para 500 mil, um milhão de pessoas", assegurou.
Já para o senador Bernardo Cabral (PFL-AM), Geraldo Melo abordou a questão da seca de forma estruturalmente correta, visto que o Norte e o Nordeste parecem "não fazer parte do país". Ele exemplificou com a interferência de "um órgão do Sul", que estaria proibindo a montagem de uma indústria de lâmpadas na Zona Franca de Manaus, em prol de sua instalação numa cidade vizinha a São Paulo.
O senador Djalma Bessa (PFL-BA), por sua vez, salientou que a seca não é problema local, nem temporário, e que, em vários outros países, recebeu tratamento específico. "Isso não requer um absurdo em recursos, mas vontade política", opinou.
27/04/1998
Agência Senado
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