Senado aprova reajuste na tabela do Imposto de Renda



O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (23) o projeto de lei de conversão de medida provisória (MP), já aprovado pela Câmara dos Deputados, que reajusta as tabelas de descontos na fonte e deduções do Imposto de Renda da Pessoa Física. A matéria, que vinha sendo disciplinada por meio de medida provisória desde janeiro deste ano, vai agora à sanção presidencial.

Com a correção, a Tabela Progressiva Mensal prevê desconto zero para quem ganha até R$ 1.058, contra os R$ 900,00 vigentes para a declaração apresentada em 2002, relativa ao ano-base 2001. Para quem ganha de R$ 1.058,01 até R$ 2.115,00, a alíquota de desconto é de 15%. Acima de R$ 2.115,00, a alíquota sobe para 27,5%. A Tabela Progressiva Anual prevê alíquota zero para ganhos até R$ 12.696; 15% para ganhos entre R$ 12.696,01 e R$ 25.380; e 27,5% para ganhos acima de R$ 25.380. O projeto de lei de conversão trouxe modificações em relação à MP. A mais importante delas é retirada, do texto, do aumento na alíquota referente à renda de profissionais liberais e empresas prestadoras de serviço. O governo havia aumentado essa alíquota como forma de compensar a perda na arrecadação provocada pelo reajuste da tabela de pessoa física. O relator adjunto, nomeado pela Mesa do Senado, senador Paulo Souto (PFL-BA), disse que o projeto veio corrigir uma injustiça, promovendo a atualização da tabela. Segundo ele, a Receita vinha aplicando uma tributação disfarçada sobre o Imposto de Renda da Pessoa Física, mas o governo entendeu a necessidade de atender aos apelos dos contribuintes e concordou em reajustar as alíquotas em 17,5%. O autor da proposta original, senador Paulo Hartung (PSB-ES) lembrou que o congelamento da tabela do IR durou mais de seis anos. "O que era arrecadação, virou confisco", afirmou. Ele disse estar parcialmente satisfeito, pois em sua proposta o reajuste da tabela era de 35%, mas salientou que a aprovação desse projeto é a primeira vitória dos contribuintes frente à Receita Federal. Hartung disse ainda que essa vitória representa a abertura de uma janela para a reestruturação do sistema tributário brasileiro.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que o projeto aprovado também representa um retrocesso por não observar o princípio da progressividade. Segundo ele, quem tem mais deveria contribuir proporcionalmente mais e a maior alíquota, que era de 35%, passou para 25%. Ele defendeu a adoção de alíquotas progressivas de 0% a 30% ou mais. A senadora Heloísa Helena (PT-AL) destacou o trabalho sério e qualificado de Hartung, "que não fez da sua proposta uma conquista pessoal", abrindo espaço para a discussão e participação dos demais parlamentares na elaboração do projeto. O presidente do Senado, Ramez Tebet, congratulou-se com Hartung em nome da instituição.



23/04/2002

Agência Senado


Artigos Relacionados


Plenário do Senado aprova manutenção da tabela do Imposto de Renda

Para Ana Amélia, Congresso tem de discutir reajuste da tabela do Imposto de Renda

Alfredo Cotait propõe reajuste na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física

Senado aprova reajuste das tabelas de Imposto de Renda

CAE aprova projeto que mantém a atual tabela do Imposto de Renda

Plenário aprova correção da tabela do imposto de renda das pessoas físicas