Senado leva mamulengo para a Bienal do Ceará



A aluna do Colégio Fagundes Varela, de Fortaleza, LarisaBentemiller de Oliveira, 7 anos, nunca tinha assistido a uma apresentação de mamulengo. Sequer sabia que existia aquele tipo de teatro, no qual, por detrás de uma empanada, um homem manipula bonecos com as mãos e cativa a platéia encenando histórias geralmente engraçadas. Nesta semana, no pavilhão destinado às crianças instalado na 6ª Bienal Internacional do Livro do Ceará, ela assistiu à brincadeira do servidor do Senado, o artista popular Josias Wanzeller.  - Foi muito legal. Ele mostrou que o livro é nosso amigo. Também gostei quando resolveram não matar a cobra como castigo. Quando mandaram a cobra para um zoológico, para ela não engolir mais ninguém – comentou Larisa Oliveira. Para melhor entender o comentário de Larisa, é preciso conhecer a história encenada por Josias, O Casamento de Chiquinha Muito Prazer com Tião sem Sorte, da qual ele também é autor. Tião é um desempregado que se apaixona pela filha de um coronel-fazendeiro. O amor é correspondido, só que o pai é contra. O casal passa a se encontrar escondido e marca o casamento, à revelia do coronel. Sem dinheiro sequer para adquirir as alianças para o casório, Tião promete a Chiquinha pelo menos um buquê para o dia da festa. Ele delega a Futrica, primo da noiva, a responsabilidade de plantar as flores para a confecção do arranjo. Mesmo sem aliança e apenas com a perspectiva de um buquê para o casamento, Chiquinha fica feliz com o noivado e vai dançar com Tião.  No meio da dança a noiva desmaia. Tião fica preocupado, tenta respiração boca a boca e termina saindo para buscar socorro. Ele pede às crianças que estão assistindo à brincadeira que tomem conta de sua amada. Na sua ausência, surge uma cobra (figura tradicional do mundo fantástico do mamulengo). Quando Tião retorna, a platéia avisa que a cobra engoliu Chiquinha. Ele não acredita. Tião continua sua busca pela noiva e termina também sendo engolido pelo réptil. Enquanto isso, Futrica cumpre sua tarefa de plantar as flores para o buquê. Quando o primo sai de cena, entra o coronel, seu tio, pai de Chiquinha. Ele gosta das flores e resolve levá-las para sua casa. A criançada da platéia não deixa. Futrica volta na hora em que as crianças brigam com o coronel. Depois de discutir com o tio sobre as flores, Futrica sai novamente, mas deixa a platéia responsável pela integridade das flores. O coronel só espera a saída do sobrinho e, quando vai colher as flores, também é engolido pela cobra. Insaciável, ela avança faminta também sobre as flores, sob os protestos da criançada. Apenas uma flor resta no jardim quando a cobra tenta engolir a platéia. Futrica volta e recebe a notícia, pelo público, de que a cobra engoliu quase todo mundo Chiquinha, as flores e o coronel. Enquanto ele recebe a informação, a cobra surge por traz e tenta engoli-lo também. No final de muita confusão, depois de tentar, sem sucesso, dominar a cobra com um cassetete, Futrica chega à conclusão que a violência não leva a nada e busca resolver seu problema usando a inteligência. Ele usa a flor que restou para dominar a cobra, travando a sua boca com o caule da planta. As pessoas engolidas começam a pedir socorro, querendo sair da barriga da cobra. Futrica vai retirando um por um, até que sobra o seu tio. Ele impõe uma condição para salvar o coronel: que ele aceite o casamento de Tião com Chiquinha. Depois de um bate-boca, o velho fazendeiro termina concordando com a proposta.  Por fim, Futrica indaga o que deve fazer com a cobra. Uns mandam matar, outros bater no réptil. Mas Futrica sugere que a vida seja preservada e que a cobra seja levada para um zoológico, idéia prontamente aceita pela garotada. O casamento termina acontecendo, com direito a rala-bucho (festa com muito forró e bebida) na casa do coronel.

31/08/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


Senado leva mamulengo ao interior do Pará

Senado leva mamulengo para escolas e hospital infantil

Senado leva espetáculo de mamulengo para crianças com câncer

Senado leva 84 títulos para Bienal do Livro

Teatro mamulengo encanta crianças na Bienal do Livro

Teatro mamulengo encanta crianças na Bienal do Livro