Senadores apontam caráter estratégico das redes de televisão



O caráter estratégico das redes de televisão, o seu potencial de geração de empregos e a necessidade de se reduzirem as divergências no setor estiveram entre os principais temas abordados pelos senadores da Comissão de Educação (CE) durante audiência pública com representantes das emissoras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), realizada nesta quarta-feira (24).

- O setor emprega meio milhão de brasileiros e, se não salvarmos as empresas, nada poderemos fazer em relação aos profissionais. Por isso, devemos nos unir - sugeriu o senador Hélio Costa (PMDB-MG).

A mesma preocupação com a manutenção dos empregos no setor foi manifestada pelos senadores Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Romeu Tuma (PFL-SP), que anunciaram seu apoio ao programa do BNDES. O senador Gerson Camata (PMDB-ES) defendeu, como Hélio Costa, a busca de uma nova convergência entre as redes de televisão. "O setor não pode perder a oportunidade de se compor", advertiu.

O presidente da CE, senador Osmar Dias (PDT-PR), deu início ao debate com uma pergunta sobre as condições dos futuros financiamentos. Ele leu trecho de acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), contendo críticas a operação realizada entre o BNDES e a Globocabo, e questionou se as condições a serem oferecidas para empresas de comunicação endividadas seriam estendidas a outros setores.

Em resposta, o vice-presidente do banco, Darc Costa, afirmou que as linhas de financiamento em estudo destinam-se especificamente às empresas de comunicação. "Cada setor tem suas características", observou.

Co-autor do requerimento de realização da audiência juntamente com Osmar Dias, o senador Roberto Saturnino (PT-RJ) afirmou que o BNDES foi criado para funcionar como uma instituição financiadora do "projeto nacional de desenvolvimento" e que, após incorporar preocupações sociais, agora volta-se também para a questão cultural. "O banco tem que dar prioridade a setores estratégicos", sustentou.

Ainda durante o debate, o senador João Capiberibe (PSB-AP) defendeu a integração ao programa de medidas de apoio à divulgação, pelas redes de televisão, de filmes nacionais. O senador Magno Malta (PL-ES) criticou a divulgação pelas emissoras de "cenas quase explícitas de sexo" e questionou se o programa do BNDES não poderia conter condições às redes de televisão.

Por sua vez, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) perguntou se as empresas beneficiadas não deveriam se comprometer com metas de promoção da cultura nacional e de "envolvimento com a educação". Em resposta, o gerente do Departamento de Telecomunicações do BNDES, Alan Fischler, disse que existem foros mais apropriados do que o banco para se debater a questão do conteúdo das redes de televisão.



24/03/2004

Agência Senado


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