Senadores concordam que é preciso prazo maior para entrada na Alca



Os senadores Amir Lando (PMDB-RO) e Ney Suassuna (PMDB-PB) apóiam a proposta do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, de reivindicar mais prazo para a entrega da primeira versão dos planos brasileiros de abertura de mercado relativos à negociação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

- É preciso um cuidado especial para impedir que a Alca seja uma rua de mão única onde o Brasil abre as fronteiras para produtos norte-americanos enquanto os Estados Unidos fecham as suas ainda mais - argumentou Lando.

Segundo Suassuna, para que o Brasil entre com êxito na Alca é imprescindível que o país invista no setor produtivo e se prepare para a difícil concorrência com os produtos canadenses e norte-americanos.

- Se nosso ferro elétrico não puder competir com o produto deles, nosso dentista não tiver o mesmo nível técnico e nossas construtoras não forem capazes de concorrer com as empresas do Canadá e Estados Unidos, o Brasil será duramente prejudicado - disse.

O ministro Celso Amorim, em nome do governo Lula, pediu a extensão do prazo que vence no próximo dia 15 de fevereiro, para apresentar a lista de exigências e ofertas que o país considera como prioridades na negociação do bloco, alegando que o novo governo precisa de mais tempo para se inteirar das negociações e traçar sua estratégia.

Ao aprovar a proposta do Itamaraty, Lando argumentou que, para fortalecer cada um dos países da América Latina, será necessário buscar um projeto como o da União Européia (UE) e elevar, com absoluta segurança, o nível social e econômico de todos os seus integrantes. -Senão será a rendição ou a submissão e não haverá Alca-, concluiu.



08/01/2003

Agência Senado


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