Senadores do Paraná acompanharão segunda-feira votação que pode proibir venda da Copel



Os três senadores do Paraná - Osmar Dias (sem partido), Álvaro Dias (sem partido) e Roberto Requião (PMDB-PR) - estarão nesta segunda-feira (dia 20) na Assembléia Legislativa do Paraná para acompanhar a votação, pelos deputados estaduais, do projeto de lei de iniciativa popular impedindo a venda da Copel, a companhia de energia elétrica do estado. É o primeiro projeto de iniciativa popular a ser votado no país e teve assinatura de 120 mil pessoas, segundo Osmar Dias. Em discurso no Plenário nesta quinta-feira (dia 16), o senador informou que a maioria da população do estado é contra a venda da companhia. De acordo com pesquisas, esse número chega a 98%, dependendo da localidade.

Conforme Osmar Dias, mais de mil policiais militares sitiaram a Assembléia Legislativa do estado e chegaram a agredir deputados. O senador disse que os mais diversos setores da sociedade, como religiosos, empresários, estudantes, professores e entidades de classe estão unidos contra a venda da Copel. "Mas nada demove a obstinação do governador Jaime Lerner, contra quem pesam inclusive acusações de compra de votos de deputados", afirmou. O senador lamentou que, durante o governo Lerner, já tenham sido vendidos o Banco do Estado do Paraná, parte da empresa de saneamento do estado e rodovias. "O governador assumiu o estado com dívida de R$ 1,3 bilhão e hoje essa dívida já chega a R$ 15 bilhões", afirmou.

Osmar Dias informou que solicitará informações ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, sobre notícia publicada na Folha de S. Paulo desta quinta-feira segundo a qual a venda da Copel estaria prevista no acordo firmado entre o Brasil e o Fundo Monetário Internacional (FMI). "Se for verdade, ninguém consultou o povo do Paraná sobre isso. Não é vendendo o patrimônio do povo paranaense que vamos manter a estabilidade da moeda", afirmou.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) prestou solidariedade aos senadores paranaenses. Roberto Requião afirmou que a venda da Copel é mau negócio para o estado e que há deputados sendo comprados com cargos no governo, vantagens e até dinheiro para votarem a favor da privatização da empresa. "A Copel é patrimônio do Paraná, não pode ser vendida. Estaremos segunda-feira na Assembléia para ver se a PM terá coragem de bater em deputados na nossa frente", afirmou. Álvaro Dias, por sua vez, lamentou as práticas de aliciamento de voto de que o governador do Paraná está sendo acusado e afirmou que o edital de venda da Copel favorece a empresa alemã FWE. Segundo ele, se o Legislativo não impedir a venda, o caminho será uma ação na Justiça.



16/08/2001

Agência Senado


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