SENADORES MANIFESTAM PREOCUPAÇÃO COM A SEGURANÇA DA AMAZÔNIA



Os senadores que participaram da audiência pública com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, mostraram-se preocupados com a segurança das fronteiras amazônicas do Brasil. As manifestações foram feitas a partir da avaliação da situação da Colômbia, que enfrenta guerrilhas e o narcotráfico.Na reunião da Comissão de Relações Exteriores (CRE), da qual participou o ministro, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse acreditar que a situação na Colômbia é "da maior gravidade" e que qualquer decisão de intervenção militar externa naquele país pode fazer com que o conflito migre para o Brasil e coloque a América Latina em risco. Ele destacou a importância do projeto Calha Norte, que encontra-se desmobilizado, como forma de defender o território brasileiro.Para o senador José Fogaça (PMDB-RS), o Brasil tem "todas as razões" para não intervir na Colômbia. Na sua avaliação, as lutas internas estão enraizadas na sociedade colombiana e uma ação militar estrangeira não seria capaz de abalar aquela estrutura. Com base nessa análise, Fogaça disse acreditar que a guerrilha não está disposta a fazer concessões na negociação de paz.Embora elogiando a ação da diplomacia brasileira em relação aos problemas colombianos, o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) lamentou que o projeto Calha Norte tenha sido "estigmatizado e abandonado". Para ele, o problema da Amazônia está ligado à defesa e ao desenvolvimento e a solução pode estar na criação de novos estados, a exemplo do que aconteceu com o Tocantins e o Mato Grosso do Sul.O senador Romeu Tuma (PFL-SP) demonstrou-se mais preocupado com a força econômica que o narcotráfico tem na Colômbia. Assim, ele defendeu uma presença física maior do governo brasileiro na fronteira de modo a diminuir a fragilidade da Amazônia, destacando que é necessário garantir mais verbas para o Calha Norte.A avaliação do senador José Jorge (PFL-PE) é de que a situação colombiana é realçada pela instabilidade política e pelas dificuldades sociais enfrentadas por toda a região. Em resposta, o ministro concordou que a América do Sul está passando por turbulência, mas disse que não há risco de retrocessos institucionais ou um abalo sistêmico na região.O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) disse que a situação na Colômbia ressaltou que as guerrilhas já ocupam mais da metade do território colombiano e estão a 70 quilômetros de Bogotá. "Ninguém se impressione se eles derrubarem o governo. As Farc e o ELN agora querem o poder", alertou o senador, para quem o Brasil não deve participar de intervenção armada na Colômbia, nem mesmo em força de paz, e deve cuidar de fortalecer a defesa de seu território.Lampreia reconheceu a vulnerabilidade da Amazônia, que desperta interesses externos por suas riquezas biológicas e minerais. O ministro se disse um advogado do projeto Calha Norte, defendendo a sua retomada, apesar de admitir que o projeto sofre resistências do Ministério do Orçamento.

25/08/1999

Agência Senado


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