Senadores pedem investigação de superfaturamento e "manipulação política"



O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), recebeu o apoio de vários colegas ao discurso em que exigiu esclarecimentos do ministro da Justiça, Tarso Genro, e do diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Correa, sobre a operação Castelo de Areia. Como Virgílio, eles suspeitam que o vazamento de informações sobre supostas doações ilegais a partidos de oposição pela construtora Camargo Corrêa, serviu para encobrir as doações da empresa ao PT e o suposto superfaturamento da refinaria Abreu e Lima no Porto de Suape, em Pernambuco.

Para o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), a investigação do suposto superfaturamento apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e que teria originado a investigação Castelo de Areia, seria "uma bomba política, um tiro no coração do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)".

A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) disse considerar imoral o vazamento e pediu uma investigação na PF, onde haveria "maçãs podres misturadas a frutas sãs".Arthur Virgílio reagiu a essa declaração comparando os policiais que teriam vazado as informações a uma "SS", a polícia política de Adolf Hitler.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse acreditar que a Polícia Federal tentou "juntar o joio ao trigo", fazendo recair sobre a oposição ilegalidades cometidas pelo PT, das quais o "mensalão" seria um exemplo. Para o parlamentar, seria uma boa idéia investigar esse caso por meio de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI).

Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA) considerou o vazamento como criminoso e pediu o controle externo da Polícia Federal. Na opinião do senador Renan Calheiros, "não dá mais para conviver com o sensacionalismo e a manipulação política" de investigações da Polícia Federal.

Para a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), "ficou claro o desvio de foco das investigações da Refinaria Abreu e Lima para 'doações legais' a partidos como o DEM e o PSDB". O senador Marconi Perillo (PSDB-GO) alertou para o fato de que os vazamentos ocorreram num momento em que a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "está ameaçada". Ele também é favorável à investigação, por meio de CPI, das suspeitas de corrupção que pairariam sobre o governo, a começar pelas denúncias contra o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

O senador Cícero Lucena (PSDB-PB) disse que ecoava os questionamentos feitos pelo senador Gim Argello (PTB-DF) sobre a falha da Polícia Federal ao não apurar a legalidade das doações da Camargo Corrêa aos partidos de oposição. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) analisou a "manipulação política da PF" como pior do que o "exibicionismo de prisões ocorridas há cerca de dois anos".



31/03/2009

Agência Senado


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