SENADORES PLANTAM IPÊ SOBRE O PROJETO QUE ALTERA CÓDIGO FLORESTAL
- O governo precisa articular sua bancada para rejeitar o projeto Micheletto, que é um retrocesso na legislação ambiental do país. Até agora, só o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, havia se manifestado claramente contra as alterações no Código Florestal - afirmou a senadora Marina Silva (PT-AC), que espera que o presidente Fernando Henrique Cardoso vete as mudanças na legislação ambiental, caso aprovadas pelo Congresso. Marina defendeu também o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
- Não é preciso desmatar mais floresta para desenvolver a região. A Embrapa, por exemplo, tem tecnologia para dobrar o rebanho bovino na região amazônica, sem que se derrube uma só árvore. Da área de 551 mil quilômetros quadrados já devastada, 165 mil são devolutos, não estão sendo utilizados para agricultura ou pecuária - observou Marina.
Para a senadora Heloísa Helena, a ação dos deputados ruralistas no sentido de aumentar a área florestal a ser desmatada, favorece os interesses estrangeiros, que ameaçam a soberania brasileira sobre a Amazônia.
- Quem mais conspira contra o interesse nacional é a bancada ruralista, que dá subsídios para os países ricos argumentarem que o Brasil não tem responsabilidade para administrar a região amazônica - atacou.
Heloísa Helena alertou ainda para a criação de uma secretaria internacional, com personalidade jurídica própria, na Região Amazônica. Ela revelou que o governo brasileiro, à revelia do Congresso, já cedeu uma área para que se instale a secretaria e que a França já prometeu destinar recursos para sua instalação.
- Fiz um requerimento à Comissão de Relações Exteriores pedindo que o governo explique isto - disse a senadora.
17/05/2000
Agência Senado
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