Senadores por São Paulo sugerem medidas contra onda de violência
A onda de violência que atinge a cidade de São Paulo (SP) causa enorme preocupação e exige uma ação eficaz por parte dos órgãos governamentais. A afirmação foi feita pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), em entrevista à Agência Senado na tarde desta sexta-feira (16). Nas últimas semanas, uma onda de violência – supostamente patrocinada por uma facção criminosa – atingiu São Paulo, região metropolitana e o estado de Santa Catarina, provocando quase 200 mortes.
Para Suplicy, é importante que haja uma colaboração entre o governo de São Paulo, o Ministério da Justiça e demais órgãos envolvidos na questão da segurança pública, como forma de enfrentar a violência na capital paulista. Ele elogiou o fato de esse “entendimento de colaboração” já ter começado.
Suplicy acrescentou que é essencial o envolvimento também da Prefeitura Municipal de São Paulo. O senador disse que o prefeito eleito, Fernando Haddad, já sinalizou que vai envolver a guarda metropolitana nas ações coordenadas pelo estado e pelo governo federal, como forma de colaborar com a pacificação da capital. Suplicy disse que podem servir de exemplo as medidas implementadas na cidade do Rio de Janeiro, onde a união entre estado, prefeitura e governo federal ajudou a diminuir a criminalidade nas favelas.
De acordo com o senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), o governo estadual já tomou providências para enfrentar a violência. Apesar de admitir que houve demora na reação do poder público, o senador disse acreditar que, com a colaboração do governo federal, o problema será sanado. Ele também lamentou que muitas pessoas estejam deixando de ir para o litoral, com medo da violência, e o fato de muitos militares estarem lavando a farda no quartel, com receio da reação dos bandidos.
- O policial militar tem medo de se expor – declarou.
Propostas
De acordo com Antonio Carlos Rodrigues, é preciso investir em serviços de inteligência, com foco na prevenção. Ele disse que as ações ostensivas não são suficientes e pediu uma ação coordenada entre as diversas forças policiais.
Para Eduardo Suplicy, é importante a ampliação de programas com ênfase em atividades culturais e esportivas, como alternativa para a juventude diante do mundo do crime. De acordo com o senador, seria também uma medida preventiva. Ele ainda cobrou uma maior vigilância nas fronteiras – para evitar a entrada de drogas e armas ilegais – e dentro das penitenciárias, para impedir que presidiários consigam comandar ações de violência pela cidade. Suplicy ressaltou que é positiva a medida de transferir chefes de grupos criminosos para presídios federais distantes de São Paulo.
Na visão de Suplicy, no entanto, é preciso ir além das medidas urgentes. Ele disse que muitas pessoas com dificuldades socioeconômicas terminam se envolvendo com o mundo do crime. O senador defendeu uma educação pública de qualidade e programas sociais mais amplos e profundos, como forma de proporcionar melhores condições de vida à população. O senador aproveitou para defender a instituição da renda básica de cidadania.
- No dia em que tivermos uma renda básica de cidadania, o índice de criminalidade será menor – declarou.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), em viagem internacional, não pode atender a Agência Senado.
16/11/2012
Agência Senado
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