Senadores querem ouvir delegado da PF que participou das investigações sobre evasão de divisas



Os senadores Heráclito Fortes (PFL-PI), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Ideli Salvatti (PT-SC) defenderam na reunião desta terça-feira (8) da CPI do Banestado a oitiva do delegado José Castilho, da Polícia Federal (PF), que participou das investigações sobre a evasão de recursos por meio de contas do Banestado. Eles entendem que é preciso que a CPI saiba ainda qual o papel atual do delegado nas investigações, já que existem notícias de que ele teria sido afastado do caso.

- É preciso saber o papel do dr. Castilho hoje, se ele está atuando pela Polícia Federal, pelo Ministério Público ou como colaborador dessa comissão - afirmou Heráclito, informando que o delegado está à disposição da CPI para auxiliar nas investigações.

A secretária nacional de Justiça, Cláudia Chagas, esclareceu aos membros da CPI que o delegado da Polícia Federal José Castilho permaneceu nos Estados Unidos por 72 dias, com apoio integral do Ministério da Justiça, recebendo diárias de US$ 300. Ao deputado Robson Tuma (PFL-SP), Cláudia Chagas disse ainda que o consulado em Nova York apoiou Castilho. Porém, declarou, não havia justificativa para que a equipe da PF passe seis meses nos EUA, já que a análise dos documentos já obtidos naquele país deve ser feita no Brasil.

- O delegado José Castilho teve 100% de liberdade para conduzir a investigação desde que reassumiu o caso Banestado. Não adianta ele dizer que o Ministério da Justiça não anda, porque cabe a ele instruir o pedido de quebra de sigilo bancário - disse Cláudia Chagas, comentando declarações fornecidas por Heráclito Fortes de que Castilho consideraria necessária a quebra do sigilo bancário de apenas quatro contas nos Estados Unidos, mas isso não estaria sendo obtido pelas autoridades do ministério.

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse ter tido acesso a documento em que procuradores da República informam que José Castilho foi funcionalmente afastado da investigação do caso Banestado. A senadora apresentou requerimento para que esse documento seja encaminhado à CPI. Já o deputado Edmar Moreira (PL-MG) criticou o que chamou de -estrelismo- do delegado.



08/07/2003

Agência Senado


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