Serra não quer FHC em seu palanque
Serra não quer FHC em seu palanque
Candidato tucano diz que Presidente deve ficar em Brasília para continuar governando
O candidato à Presidência, José Serra (PSDB) disse que não quer a presença do presidente Fernando Henrique Cardoso em seus comícios. "O presidente da República não deve entrar em uma campanha de rua diretamente. Essa é a minha concepção", disse Serra.
"A melhor coisa que ele pode fazer é continuar governando, o tempo inteiro, e bem, o Brasil. Ele já vai participar do palanque eletrônico. Quer melhor palanque que este?" Na semana passada, Serra fez discurso oposicionista criticando a política de preços do governo para os combustíveis, especialmente os reajustes aplicados sobre o gás de cozinha.
Durante visita ao município de Cascavel, no Oeste do Paraná, Serra se comprometeu a criar, no primeiro ano de um eventual governo, um seguro agrícola para produtos de médio e alto risco. "Vamos conseguir destinar R$ 100 milhões do Orçamento para criar um fundo para esse seguro".
Serra prometeu, ainda, a figura do adido agrícola para ajudar o setor a exportar. "Vamos ter técnicos brasileiros em exportação e agricultura, em cada país desenvolvido, para fomentar nossas exportações", disse ele. "A agricultura garante, hoje, o nosso balanço de pagamentos e precisamos de mais dólares para poder diminuir os juros."
Disse também que irá promover uma reforma tributária abrangente, para desonerar a agricultura e as exportações em geral. "Quando você mexe apenas em uma parte, você acaba desarranjando o todo; resolve de um lado e complica do outro. Ou se faz como um todo ou não vai funcionar."
No mês passado, o governo tentou aprovar uma mini-reforma tributária no Congresso, que desonerava de forma progressiva produtos de maior valor agregado.
O projeto de lei foi barrado pela bancada ruralista pois, apesar de desonerar a indústria, acabava aumentando os tributos no setor agrícola, que exporta mercadorias de menor valor agregado.
Ciro volta a rejeitar comparação com Collor
O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, voltou a rejeitar ontem qualquer comparação entre ele e o ex-presidente Fernando Collor. Segundo Ciro, parecido com Collor é o candidato do PSDB, José Serra.
"Peço à população que compare a minha origem, o que venho fazendo e as minhas propostas. Se alguém confundir a imagem do Collor com a minha, não vote em mim, vote no candidato do governo (José Serra), e aí vai ver o que é bom para a tosse". A semelhança tem sido usada por Serra para atacar o candidato do PPS, que ultrapassou o tucano nas pesquisas de intenção de voto e agora está sozinho em segundo lugar.
Ciro reagiu também às críticas feitas por Collor ao presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, ao qual chamou de "stalinista" (na mesma qualificação Collor pôs também o presidente nacional do PSDB, deputado José Aníbal). "Tenho por Roberto Freire a maior estima. Considero-o um dos mais qualificados da política brasileira", disse.
Perguntado se o PPS vai insistir em impedir a aliança do diretório regional do partido em Alagoas com Collor, Ciro mostrou contrariedade. Depois de muita insistência, respondeu: "Tudo o que tinha para falar sobre esse assunto já falei. Não vejo razão para ser obrigado a falar sobre o assunto. Já comentei meu desagrado, já fiz o que poderia fazer e já fui atendido", disse.
Ciro chegou ontem a Macapá junto com sua mulher, a atriz Patrícia Pillar.
Garotinho critica quem pede doação a bancos
O esforço de angariar recursos para a campanha continua dando o tom dos eventos públicos do candidato do PSB à Presidência da República, Anthony Garotinho.
Ontem, no subúrbio de Realengo, na Zona Oeste, ao lançar o bônus de R$ 1, ele alegou, em rápido discurso para os moradores, que a contribuição de cada um vai fazer diferença. Afirmando ser diferente "dos candidatos milionários que pedem dinheiro a banqueiro e depois deixam o Brasil do jeito que está", ele arrematou: "É melhor pedir do que roubar".
Questionado sobre uma recente declaração do presidente do PT, José Dirceu, de que o presidente Fernando Henrique Cardoso votaria em Lula na hipótese de um segundo turno sem o candidato tucano José Serra, Garotinho respondeu: "Eu sou oposição. Não quero apoio do FHC".
Enquanto falava, na primeira parada do corpo a corpo em Realengo, foram vendidos oito bônus, instrumento por meio do qual pretende arrecadar recursos para sua campanha. Alguns compradores, no entanto, não apresentaram carteira de identidade. Sem a comprovação de identidade do doador, a Justiça Eleitoral não reconhece a contribuição.
O candidato estava com sua mulher, Rosinha, candidata ao governo do Rio.
Lula aponta agiotas no governo
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acusou os integrantes da equipe econômica do governo federal de representarem, exclusivamente, os interesses do sistema financeiro.
Segundo ele, na equipe trabalham, inclusive, profissionais que atuaram "para agiotas internacionais", afirmou Lula, referindo-se, indiretamente, ao presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, que foi colaborador do megaespeculador, George Soros.
"Este País tem um governo que não tem auto-estima; é uma elite que prefere se submeter aos caprichos dos bancos. A equipe econômica são só agiotas internacionais que subordinaram o País à maior dependência, desde que os portugueses botaram os pés aqui", declarou Lula.
Citando sua história de vida e do vice em sua chapa, o senador José Alencar (PT), ambos de origem humilde e sem diploma universitário – Alencar construiu a Coteminas, um conjunto de indústrias têxteis; e Lula, que vem de uma família de baixa renda –, o petista afirmou que "os problemas do Brasil serão fichinha” para os dois resolverem. Lula e Alencar fazem a sua primeira visita a Minas Gerais, desde o início oficial da campanha.
Aposentadoria está mais difícil de ser alcançada
Muda o perfil do aposentado, que precisa trabalhar mais cinco anos para receber o benefício integral
Está mudando o perfil do aposentado no País. O brasileiro que contribui para a Previdência Social está tendo que trabalhar mais cinco anos, aproximadamente, para se aposentar com o benefício integral.
Quem se atreve a seguir as regras anteriores à reforma da Previdência, parando de trabalhar pelo tempo de serviço, tem perdas, em média, de 30% para os homens, e 40% para as mulheres. O cálculo é da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap).
A reforma da Previdência, aprovada em 1998, mudou o cálculo da aposentadoria e apresentou resultados imediatos. A população sentiu a barra. Levantamento do Ministério da Previdência, que acaba de ser divulgado pelo ministro José Cechin, mostra que, desde a reforma, reduziu-se em 71,43% o volume de aposentadorias por tempo de serviço concedidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O número de benefícios concedidos caiu de 30 mil por mês para 10 mil, após a reforma.
Segundo o ministro Cechin, a reforma acabou com o que ele chama de "aposentadorias precoces". Antes, a idade média dos trabalhadores que se aposentavam por tempo de serviço era de 48 anos. Hoje, subiu para 53,5 anos de idade.
Enquanto o governo comemora a redução no déficit da Previdência, o trabalhador faz as contas para definir o melhor momento de se aposentar. Sempre demora mais do que demorava antes.
A reforma da Previdência eliminou o pagamento do benefício integral pelo tempo de serviço, que era de 35 anos de contribuição para os homens e 30 anos para as mulheres. Foi criado o fator previdenciário (veja quadro acima), qu e deve ser aplicado a todos aqueles que requerem a aposentadoria. É a partir dele, que se define o valor do benefício a que o trabalhador terá direito a receber da Previdência.
O problema é que boa parte dos trabalhadores desconhece a mudança de regras e sabe menos ainda da aplicação do fator previdenciário. "Em geral, as pessoas só pensam nisso quando estão para se aposentar. Para muitos é um susto descobrir que precisará trabalhar mais alguns anos para garantir o benefício integral", diz João Resende Lima, presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap).
O representante comercial Sérgio da Silva, 51 anos, contribui para o INSS desde os 18 anos de idade. São 33 anos de trabalho, mas ele não pensa em parar. Pelas regras antigas, ele precisaria trabalhar apenas dois anos a mais para se aposentar. "Ainda não penso nisso, até porque eu não teria como sobreviver só com a aposentadoria", afirma Silva, admitindo desconhecer as novas regras. Mesmo assim, ele acha injusta a mudança de cálculo no meio do caminho.
Para João Resende , presidente da Cobap, o fator previdenciário achatou os benefícios ao combinar idade com perspectiva de vida. A Cobap e outras entidades estão lutando no Congresso Nacional para mudar, mais uma vez, as regras.
Segurados fazem suas contas
O professor José Geraldo Trindade, 56 anos, trabalha com carteira assinada desde 1970. São 32 anos de contribuição ao INSS. Se parasse de trabalhar hoje, teria que fazer os cálculos do benefício sobre o fator previdenciário 0,814. Isso significa que, ficaria com apenas R$ 814,00 de uma aposentadoria, por exemplo, de R$ 1 mil. Para garantir o valor integral terá que trabalhar mais três anos.
A situação do motorista Luís de Paiva Dantas, 54 anos, é mais complicada. Ele começou a trabalhar aos 12 anos de idade, mas só passou a contribuir para o INSS aos 27 anos. O problema é que ele está desempregado há três anos e, pelas regras atuais, a carência sem contribuição é de apenas três anos. Segundo a Cobap, isso pode ser questionado com sucesso na Justiça.
Considerando, portanto, um tempo de contribuição de 24 anos (sem os três em que está desempregado), Luís não entraria sequer na tabela de fator previdenciário, já que o tempo mínimo de trabalho é de 30 anos. Ele teria que ficar na ativa por mais seis anos para poder entrar na tabela. Considerando, mais uma vez, um benefício integral de R$ 1 mil, ele receberia, aos 60 anos, R$ 911,00. Com mais dois anos, portanto aos 62 anos de idade, teria pouco mais do que o benefício integral, ou seja, R$ 1.073,00.
A auxiliar administrativa Eleuza Mesquista tem 38 anos e 21 de contribuição. Para começar a pensar em aposentadoria terá que trabalhar mais nove anos. Estará, então, com 47 anos. Se parar de trabalhar com essa idade, garantirá, no entanto, pouco mais da metade da aposentadoria integral – R$ 553,00 de um benefício integral de R$ 1 mil. Para garantir o valor total, terá que trabalhar até os 57 anos, ou seja, mais 19 anos de contribuição.
Crescem vendas de remédios genéricos
O mercado brasileiro de genéricos está cada vez mais expressivo. Com apenas dois anos de existência no Brasil, os genéricos crescem, em vendas, 10% ao mês e já representam 6% do mercado farmacêutico total. Quinhentos medicamentos já foram registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estão a venda em todo o País.
“A vantagem é a diminuição dos custos com saúde, visto que são, em média, 45% mais baratos que os produtos de referência ou de marca”, diz Vera Valente, gerente de Medicamentos Genéricos da Anvisa.
Vera explica que os consumidores estão conscientes de que existem genéricos para as principais doenças e que seus preços são mais acessíveis, “por isso as vendas têm crescido consideravelmente”, afirma ela.
Em 2001, foram comercializados 39 milhões de produtos, acumulando um total de US$ 129 milhões. Somente até maio deste ano, já foram vendidas 28 milhões de unidades, no valor de US$ 97 milhões. “Não há dúvidas de que, até o final do ano, os valores dobrarão em relação a 2001”, diz a gerente.
Por outro lado, a maioria dos donos de farmácia ainda prefere vender os medicamentos de marca que, por serem mais caros, trazem um lucro maior. "Aí entra o papel do consumidor. Ele tem de procurar uma farmácia que dispõe de medicamentos genéricos na prateleira", aconselha Vera.
Para ela, essa é uma forma de mostrar aos estabelecimentos que eles estarão perdendo venda por falta desses produtos".
Presos querem desbloquear celulares
Os traficantes presos em Bangu 1 já têm uma estratégia montada para continuar atuando no controle do tráfico de drogas e armas no Rio quando o governo instalar bloqueadores de celular no presídio de segurança máxima.
Em nova gravações divulgadas pelo Ministério Público com autorização da Justiça, o traficante Ricardo Chavez, também conhecido como Ricardo Fu, preso em Bangu 1, combina com outro traficante que as orientações e as recomendações passarão a ser dadas por escrito em visitas ao presídio, a partir do momento em que o governo instalar o equipamentos anticelular.
"Qualquer parada vai 'vim' (sic) escrito pra vocês toda semana e vai sair daqui escrito pela mesma pessoa", disse Ricardo Fu. O governo do Rio de Janeiro já recebeu cerca de R$ 180 mil do governo federal para a instalação do sistema ainda no segundo semestre. Em outro trecho divulgado fica comprovado que os traficantes de Bangu 1 atuam livremente "no escritório do crime organizado".
O traficante Márcio Silva, conhecido como Gigante, pede para uma pessoa não-identificada enviar um fax para ele na prisão. "Vê se liga para o Agripino para ele passar um fax aqui para mim. Ele me passou hoje (ontem), mas eu não entendi muito bem. Pede para ele passar um mais especificado", disse. Com base nestas e em outras gravações, a juíza Sônia Pinto, da 1ª Vara Criminal de Bangu, decidiu decretar a prisão preventiva de quatro traficantes, entre eles Ricardo Fu e Gigante, presos em Bangu 1.
Artigos
Traição consentida
Paulo Pestana
A recentíssima interpretação legal da verticalização nas eleições é apenas a mais recente das famosas "leis que não pegam", curioso rol legal que é suportado pelos brasileiros. Criada para forçar uma fidelidade às propostas políticas dos partidos e ajudar o brasileiro a se definir ideologicamente, ela foi covardemente atropelada pelo não menos notório jeitinho, drible que constrangeria um Ronaldinho Gaúcho.
As situações são curiosas por todo o país e os partidos, a partir da interpretação da Lei que os forçaria a ser mais fiéis a programas, fizeram a maior confusão eleitoral que se tem notícia. Partidos políticos divididos em vários pedaços se juntam a candidatos que fazem apostas duplas ou triplas e alguns paradoxos constrangedores, como ocorre no DF, onde candidatos ao Senado são apoiados por mais de um candidato a governador - Joaquim Roriz e Benedito Domingos apóiam Jofran Frejat assim como Rodrigo Rollemberg e Geraldo Magela apóiam Cristovam Buarque.
Os candidatos à Presidência da República, como bem disse o senador Roberto Freire, não têm porteiras. Lula rompeu com o sectarismo de eleições anteriores, acertou o apoio de um dos maiores empresários do país e saiu em defesa de um de seus maiores inimigos, o inefável Orestes Quércia. Ciro Gomes tapa o nariz, mas mergulha nas águas do PFL, ruborizando velhos comunistas do PPS e provocando comichão em Leonel Brizola. Serra vê um correligionário apoiar publicamente a candidatura de Fernando Collor ao governo de Alagoas, depois de acusar Ciro de colecionar colloridos em seu staff (naturalmente sem olhar para o lado). E Garotinho, bem, ele já tem que se explicar, não precisa outros constrangimentos.
O eleitor desconfia, mas pouco pode fazer diante dos leques variados que tem à disposição. Faz escolhas ainda ressabiadas, que mais adiante podem ser mudadas. Os jornais acompanham os candidatos e nem contestam mais quando algum deles faz uma proposta absurda e inviável. Anda tudo muito esquisito.
O brasileiro quer mudar. Pela primeira vez o desejo de uma mudança em relação ao governo atual grita na forma dos 88% registrados pela mais recente pesquisa de intenção de voto do Ibope. Isto explica a relutância de Serra em se alinhar com o governo Fernando Henrique – que tem um histórico de reprovação popular – e, de certa forma, a queda de Lula. Com três eleições nas costas, os eleitores podem não identificar em Lula a mudança que desejam e não sabem exprimir.
Colunistas
CLÁUDIO HUMBERTO
Erotismo em sentença federal
Um texto carregado de erotismo, quase pornográfico, foi enxertado numa decisão assinada pelo presidente do Tribunal Regional Federal do Recife, desembargador Geraldo Apoliano, e publicada nas páginas 724 e 725 do Diário da Justiça de 18 de junho. A sentença de uma questão envolvendo o Ibama do Ceará é seqüenciada de candente declaração de amor, incluindo "beijos apaixonados, molhados, ardentes, enlouquecidos..." Ninguém sabe ao certo como o que parece uma carta pessoal foi parar na sentença do DJ, mas sobrou para duas estagiárias do TRF: foram sumariamente demitidas.
Marcação cerrada
Amigo e partidário da candidatura de Tasso Jereissati a presidente, o ex-ministro Pimenta da Veiga tem conversado pelo menos duas vezes por dia, ao telefone, com o ex-governador do Ceará. Tasso e o senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) tentam fazer Pimenta subir no palanque de Ciro.
Pensando bem...
...No Brasil o seguro não morre de velho. Morre de tiro.
Debandada federal
A adesão do deputado Paulo Octávio (DF) a Ciro Gomes foi imposição de Jorge Bornhausen, presidente nacional do partido, que o colocou na chefia local do PFL e decidiu cobrar contrapartida. Paulo Octávio não teve maiores dificuldades em aderir. Há muito sentia-se desconfortável no apoio a José Serra, cuja candidatura não encontra ressonância em suas bases.
Arruda não esquece
Outro pefelista de Brasília que desembarcou da canoa de José Serra foi o ex-senador José Roberto Arruda, que se considera traído pelo candidato tucano. Ele foi expulso do PSDB antes de ter sido julgado pelo Conselho de Ética do Senado, e a iniciativa de expulsá-lo partiu de um serrista roxo: o deputado Jutahy Magalhães Jr. Arruda não esquece, nem perdoa.
Fãs do poder
Nada como perspectiva de poder: já tem lobista em Brasília tentando decorar os nomes das novelas e dos personagens de Patrícia Pillar na TV. Marcas de medicamentos genéricos, por sua vez, estão em baixa.
Sujou
Com tantas adesões a Ciro Gomes, por causa das pesquisas, periga o palanque da Frente Trabalhista virar pau de galinheiro.
Garoto-propaganda
José Serra deveria aproveitar a imagem que os críticos fazem dele – de que é um mala sofisticado – e conseguir da Louis Vuitton e da Victor Hugo uma graninha para a sua campanha. Da linha sem alça, é claro.
Parece armação
A Associação dos Delegados de Polícia do Rio processa Lula do PT por "declarações ofensivas à categoria". Lula disse que há policiais envolvidos com o crime. Curiosamente, bem antes de Lula, vários políticos fizeram a mesma acusação. Inclusive Garotinho, que cunhou a expressão "banda podre" da polícia. E não foi molestado pela Adepol, nem por ninguém.
Voando baixo
Conselheiros tucanos acham que José Serra deve esquentar já a campanha, em vez de esperar os milagres do horário eleitoral. O conselho é o seguinte: "Nunca deixes para o Nizan o que pode fazer hoje".
A chave de Jade
A brasileira Nadia Taleb tentará ser recebida amanhã pelo ministro Celso Láfer (Relações Exteriores) para denunciar abusos na embaixada em Argel. Demitida após 25 anos, pede indenização e a apuração de maus-tratos contra funcionários, inclusive argelinos. O embaixador Isnard Penha Brasil e a mulher exigem "passe" (em poder da coluna) para liberar os empregados.
Embaixada sinistra
Além do regime de semi-escravidão, o pessoal da Embaixada do Brasil em Argel teme pela vida. Dia 16, entregaram um envelope branco endereçado ao embaixador Isnard Penha Brasil Jr. Aberto pela secretária, que detém a correspondência, continha pó branco, foto de um crânio e a palavra "morte". Peritos argelinos recomendaram fechar a embaixada por segurança.
Ladeira abaixo
A campanha de Anthony Garotinho (PSB) perdeu a assessoria do talentoso jornalista Paulo Fona.
Fez água
O piscinão de Ramos saiu de moda e entrou na Justiça. Está na 4ª Vara Cível do Rio o processo da Editora Warner cobrando direitos autorais dos autores do samba "Praia de Ramos". Cantado por Dicró e idealizado pela Agência Internad, durante o governo Garotinho.
Juíza, não. Juiz
A presidente do TRT do Rio, Ana Maria Cossermeli, não admite em hipótese nenhuma ser chamada de juíza. "Sou o juiz Cossermeli", diz a qualquer pessoa. Nos documentos oficiais ela repete a dose. Quem endereçar documento denominado-a de juíza vai recebê-lo de volta e com um puxão de orelhas: "O estado-juiz não tem sexo".
Chance perdida
Pelo andar da carruagem, Meu Nome é Enéas deve estar arrependido da sua desistência. Depois de deixar Leonel Brizola para trás na última eleição, ele perde a chance histórica de derrotar outro peso pesado (bota pesado nisso) da política brasileira: José Serra.
Poder sem Pudor
Meu mundo é a província
Certa vez disseram ao mineiro Benedito Valadares que o jornal Correio da Manhã havia publicado um artigo com pesadas críticas a ele, segundo relato de Jose Flávio Abelha em seu livro "A Mineirice".
- E daí? - minimizou Valadares.
- E daí, senador, é que o senhor foi muito atacado. Uma tentativa de desmoralizá-lo. Um despautério! - insistiu o bajulador.
- Não tem importância. Em Pará de Minas esse jornal só tem um assinante. E ele é meu compadre...
Editorial
PROBLEMAS DO ENTORNO
Acriação da Ride foi saudada como a solução para os problemas de infra-estrutura enfrentados pela população das cidades do Entorno do Distrito Federal. Só que a efetiva implantação do projeto enfrenta problemas e avança aos soluços. É boa a criação da Proride, programa de desenvolvimento estratégico da região, mas é preciso que se debruce sobre os grandes problemas que são encontrados nas cidades de Goiás e Minas Gerais.
O aumento da população é evidente e o impacto é brutal, tanto sobre os serviços públicos oferecidos pelo Distrito Federal, quanto nas próprias comunidades, com a ocupação desordenada do solo e uso dos mananciais de água, por exemplo. É urgente que se crie uma legislação e que se cobre respeito a ela para que não surjam cidades com condições de vida insatisfatórias.
O novo plano de desenvolvimento prevê a criação de empregos, sem dúvida um dos maiores problemas enfrentados pela comunidade, mas é preciso pensar um pouco mais além, na proteção das pessoas que escolheram aquelas cidades para viver. Os índices de violência – que refletem diretamente no Distrito Federal – são espantosos e têm crescido. Os dois estados vizinhos praticamente esqueceram a região; é preciso que ela seja resgatada por uma ação maior.
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07/21/2002
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