Serra se aproxima de Ciro









Serra se aproxima de Ciro
Tucano passa de 10% para 15%, e rival sai de 32% para 25%. Lula tem 34%

BRASÍLIA - A mais recente pesquisa do Vox Populi mostra queda de 12 pontos percentuais na diferença entre Ciro Gomes (PPS) e José Serra (PSDB). A pesquisa, concluída ontem para o jornal Correio Braziliense, mediu o efeito da primeira semana dos programas na TV, marcados pela ofensiva do tucano contra Ciro.
Poupado, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, continua na liderança. Ele aparece com 34% nas intenções de voto, um ponto a menos do que na pesquisa anterior, divulgada em 19 de agosto. Ciro caiu de 32% para 25% e Serra subiu de 10% para 15%. Anthony Garotinho (PSB), que tinha 9%, agora tem 8%.

Na simulação para o segundo turno, Lula tem 47% e Ciro Gomes 39%. As pesquisas anteriores mostravam empate técnico entre os dois. Se o segundo turno fosse contra Serra, Lula teria 48%, e o tucano 35%.

A mesma tendência de queda de Ciro e subida de Serra foi apontada em pesquisas não registradas na justiça eleitoral, feitas pelos institutos GPP e Ibope.

No início da noite de ontem, a direção da campanha de Ciro acusou o golpe. Foi decidido que o candidato deve começar a responder aos ataques de Serra. Para evitar a pecha de destemperado, que está sendo aplicada pelo adversário, Ciro deve responder aos ataques em tom calmo, sem agressões.

A mudança nas pesquisas animou o comitê de José Serra e paralisou as tentativas de trégua nos ataques entre os candidatos. O acordo estava sendo articulado pelo ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati, tucano que aderiu a Ciro Gomes. Era baseado na presunção de que Ciro enfrentaria Lula no segundo turno. Portanto, seria necessário manter o clima tranqüilo para preservar a possibilidade de entendimento com os tucanos.

A subida de Serra matou as negociações. O tucano percebeu que a estratégia de ataque deu resultado. E, agora, Ciro vai ter que responder aos ataques, para não perder mais pontos.

''Como pode haver trégua? Estamos conseguindo esclarecer a população sobre quem é Ciro sem fazer ataques pessoais a ele. Estamos só retratando os fatos'', desconversou Pimenta da Veiga, coordenador de campanha de Serra.

O candidato tucano esteve na noite de ontem por 15 minutos no Palácio da Alvorada. Levou ao presidente Fernando Henrique Cardoso a notícia da mudança nos índices das pesquisas.

Hoje, a expectativa é pela pesquisa do Ibope, que será divulgada esta noite. O instituto apresentou na semana passada um quadro diferente do Vox Populi. O Ibope já acenava para uma queda de Ciro, e o deixava 15 pontos percentuais à frente de José Serra.

Pesquisas feitas pelo instituto no final de semana mostraram uma redução na diferença. Ela teria caído para cerca de seis ou sete pontos percentuais. Como foram feitas para clientes no mercado financeiro, não podem ser divulgadas. ''Só hoje vamos concluir a pesquisa aberta e ver se a tendência se confirma'', disse o presidente do Instituto, Carlos Augusto Montenegro.


TSE retira tempo de tucano
Direito de resposta foi negado a Ciro

BRASÍLIA - Candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra vai perder, no seu horário eleitoral, o dobro do tempo que gastou para mostrar o candidato do PPS, Ciro Gomes, destratando um ouvinte durante entrevista a uma rádio na Bahia. No programa tucano, Ciro aparece chamando de ''burro'' um cidadão que lhe fez uma pergunta durante um programa ao vivo.

O ministro Caputo Bastos, do TSE, acolheu, em parte, a representação de Ciro. O PPS queria ainda o direito de resposta no programa de Serra, mas o ministro entendeu não ter havido ''referência degradante'' ao trabalhista. Caputo disse que, embora a omissão da pergunta do ouvinte tenha sido falta de ''lealdade'', considerou que a resposta de Ciro ao ouvinte ''é verdadeira e foi transmitida com fidedignidade, pois o representante, em momento algum, negou-lhe veracidade''.

Ontem, advogados de Serra entraram no TSE com pedido de direito de resposta no horário de Ciro devido às frases ''Os golpes baixos acabam aqui. Daqui para frente, o nível da programação vai subir'', usadas na abertura do programa do PPS.


Freire já começa a atacar Lula
BRASÍLIA - O encontro na Confederação Nacional da Agricultura (CNA) serviu ontem para marcar a reconciliação entre o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, e o presidente do seu partido, senador Roberto Freire (PPS-PE), que não apareciam juntos há pelo menos duas semanas. Ciro telefonou para Freire de manhã e o convidou para ir ao debate. Eles passaram a tarde juntos.

Freire não disfarçava a satisfação. No encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso, Ciro foi o único candidato a não levar o presidente do próprio partido. O senador também não apareceu na propaganda eleitoral de Ciro, que, no entanto, mostrou os pefelistas Antônio Carlos Magalhães e Jorge Bornhausen. ''Não estava alijado da campanha, mas existem disputas por espaço em todos os processos políticos'', admitiu.

Freire saiu satisfeito do debate na CNA. ''Ciro deixou claro que manteve seu rumo de centro-esquerda, não mudou com a chegada do economista José Alexandre Scheinkman nem com o assédio do PFL'', disse. ''Eles podem acrescentar algo ao programa que ele expôs, embora ache difícil'', ironizou.

Freire dá como certo um segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro. Para ele, quem ocupará o lugar de oposicionista será o candidato do PPS. O senador já começou a atacar o petista. ''Ele fez esforço para trazer a direita do PL para a aliança e precisa ter cuidado porque está perdendo o discurso oposicionista.'' Freire acusa Lula de ter postura de direita desde 2001, quando apoiou a queima de uma pesquisa de transgênicos, organizada pelo ativista francês José Bové. ''Ser contra a ciência é ser de direita, querer que o Brasil esteja em posição subalterna.''


Cabrera ataca Alckmin em SP
SÃO PAULO - O candidato do PTB ao governo de São Paulo, Antônio Cabrera, repetiu ontem a estratégia de Ciro Gomes, a quem apóia, para atacar o PSDB no debate de candidatos a governador de São Paulo, promovido pela Rede Record.

Quando participou do encontro de presidenciáveis da Rede Bandeirantes, Ciro atacou o tucano José Serra usando como tema o programa de privatização do governo federal. Perguntou onde tinha ido parar ''a montanha de dinheiro'' das privatizações. Ontem, Cabrera fez o mesmo com o candidato de Serra em São Paulo, Geraldo Alckmin: indagou onde tinha ido parar o ''caminhão de dinheiro'' das privatizações.

Alckmin disse que o dinheiro foi usado para amortizar a dívida pública do Estado e para investimentos na área social.

O debate teve a presença de oito candidatos ao governo: Geraldo Alckmin (PSDB), José Genoino (PT), Lamartine Posella (PMDB), Carlos Apolinário (PGT), Antonio Cabrera (PTB), Pinheiro Pedro (PV), Ciro Moura (PTC) e Carlos Roberto Pittoli (PSB). Paulo Maluf (PPB), Robson Malek (Prona) e Roberto Siqueira (PSL) não participam.


Lula convoca MST
"Caso eu ganhe, vocês não vão só reclamar''

BRASÍLIA - O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, convocou ontem os movimentos sociais a ajudá-lo a resgatar as dívidas sociais brasileiras, caso venha a ser eleito em outubro. Ele falou a representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag).

''Não pensem que, caso vençamos as eleições, vocês vão ficar só reivindicando, porque isso é muito cômodo. Vão nos ajudar a colocar a mão na massa'', disse. Lula voltou a frisar que pretende criar um novo pacto social. ''Cada setor precisa se sentir co-responsável pelo país.'' A convocação foi feita durante o Fórum Nacional da Reforma Agrária, em Brasília.

Também estavam presentes representantes de pastorais sociais. O candidato afirmou que as mudanças só serão possíveis se ele vencer as eleições. ''Não adianta pensar que basta sermos oposição. Mas queira Deus que eu seja o instrumento desse início de mudança'', afirmou.

O petista voltou a defender a reforma agrária, a agricultura familiar e se disse contra a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) porque, dentro do atual formato, ''não é integração, e sim, anexação''.


Caso Daniel: advogada depõe 5ª feira ao MP
Maura confirmará participação de segurança no seqüestro

A advogada Maura Marques, que defendeu o seqüestrador Dionísio de Aquino Severo, vai confirmar quinta-feira, às 13h30, em depoimento ao Ministério Público de São Paulo, que o bandido lhe disse ter participado do seqüestro do prefeito de Santo André, Celso Daniel, posteriormente assassinado. A informação, reafirmada pelo delegado Romeu Tuma Júnior e antecipada pelo Jornal do Brasil no dia 11 deste mês, significa uma reviravolta nas investigações sobre a morte de Daniel - reabertas a pedido da família- porque Dionísio tinha ligações com o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, que estava com o prefeito no momento do seqüestro. Dionísio chegou a participar da segurança de Daniel, organizada por Sérgio.

Antes, porém, de oficializar a confissão que tinha feito verbalmente a Tuma, Dionísio foi assassinado em condições suspeitas no presídio em que estava.

Maura vai ser ouvida pelos promotores Salmo Mohamari dos Santos - de Itapecerica da Serra, onde foi encontrado o corpo de Daniel - Amaro Thomé, Roberto Wider Filho e José Reinaldo Guimarães Carneiro, os três últimos de Santo André.

De Santo André, o vereador Ricardo Alvarez (PT) , que nunca se satisfez com a versão de que Daniel foi vítima de crime comum, achou positiva a notícia de que Maura confirmará aos promotores o que dissera ao JB. ''Eu a parabenizo pela coragem. Espero que a verdade sobre a morte de Daniel apareça. E que, também, a morte de Dionísio seja esclarecida''.


Artigos

O impasse regional
J.M. Vilar de Queiroz

Os mestres da economia, entre eles Benjamin Higgins, já ensinaram com ênfase que ''as flutuações econômicas, no nível de crescimento, inflação e emprego, de qualquer economia, estão relacionadas com o grau de desintegração setorial e regional dessa economia''.

Que o Brasil não se tenha convencido disso até agora, já é lamentável, porque a desigualdade regional é dramática e crescente. Mas que se venha a enfrentar novo período presidencial sem enfrentar o problema, é diabólico.

Os governos da República dominados por paulistas nunca mostraram aptidão nem simpatia para quebrar o impasse regional brasileiro. Até desenvolveram a teoria cínica de que um dólar aplicado em São Paulo se reproduz em três dólares, ao passo que destinado ao Nordeste se reduz a 40 centavos de dólar.

Os grandes projetos retificadores da desigualdade rolam durante décadas, sem decisão, enquanto o gasoduto Brasil-Bolívia sai da concepção ao funcionamento em dois anos, porque é reclamado pelos interesses econômicos de São Paulo. O presidente Fernando Henrique encontrou o projeto de transposição de águas do Rio São Francisco adaptado, revisto e pronto para execução, mas sete anos se passaram sem qualquer avanço. Assim também com as hidrovias do Norte e Centro-Oeste.

A continuidade do esquema paulista após oito anos de Fernando Henrique só confirmaria lúgubres perspectivas de que o atraso das regiões mais pobres vai piorar e aprofundar-se.


Colunistas

COISAS DA POLÍTICA – Dora Kramer

Homem marcado para morrer
Considerando que o Tribunal Superior Eleitoral revogará - por absurda - a cassação da candidatura do governador Jorge Viana, determinada pela Justiça do Acre, a questão principal deixa de ser a decisão em si. O importante mesmo são suas circunstâncias e conseqüências.

Nelas é que o Brasil precisa prestar atenção, dado que nesse episódio o que está em jogo não é meramente uma candidatura nem uma disputa política. A decisão do TRE do Acre pôs a violência, o crime, o narcotráfico no centro da cena eleitoral.

O motivo mais urgente para que se estreite a vigilância sobre aquele Estado é o evidente e iminente perigo de vida que corre o governador. Esta ameaça nunca o abandonou ao longo dos quatro anos do primeiro mandato, mas agora agrava-se porque o narcotráfico - que lá elege deputados e, pelo visto, sustenta juízes - não parece disposto a suportar mais quatro anos de Jorge Viana no poder.

A quadrilha - cujo nome de maior expressão nacional é o deputado cassado, e agora preso, Hildebrando Pascoal - tentou tirá-lo do caminho com aquilo que o crime considera bons modos. Pela via torta, mas de qualquer forma judicial.

Não deu certo, bem como não dará pelo voto, já que a preferência do eleitorado pelo governador beira os 60%. Evidencia-se, pois, que a tentativa seguinte será mesmo pela força bruta.

A bandidalha, que, eleita, já foi flagrada em gravações prometendo liberdade a Hildebrando, não se conformará facilmente em perder a oportunidade de voltar a dominar a política local e, desse modo, devolver ao Acre o ambiente de terra de ninguém que resultou no assassinato de Chico Mendes.

Eleito pelo PT em aliança com o PSDB, Jorge Viana desde o primeiro instante juntou esforços com o Ministério Público, buscou apoio em Brasília e, assim, conseguiu mandar para a prisão pelo menos 20 dos integrantes da turma de Hildebrando que, condenados pela Justiça, transitavam livres como cidadãos de bem e sob a proteção do Estado.

Toda a rede de ligações da organização criminosa que mata, rouba, tortura, trafica e seqüestra no Acre, obviamente, é inimiga de Jorge Viana. Alijada do centro de decisões do Estado com a eleição do petista, tenta agora voltar pelo caminho que resta: a política.

Para isso é necessário tirar Jorge Viana do caminho. E só há duas maneiras: fraudando as eleições ou matando o candidato. Ditas assim, essas duas possibilidades podem soar exageradas a ouvidos mais civilizados.

Mas não são. Desviem os olhares um minuto sequer de lá e poderemos todos nos arrepender por ignorar que o embate de forças políticas não tem como cenário único a eleição nacional, nem são o dólar, os economistas ou os publicitários os protagonistas do Brasil real.

Evidentemente que importa - e muito - esquadrinhar todos os aspectos das vidas, das carreiras, das condutas e dos planos daqueles que pretendem dirigir a nação. Mas o episódio da cassação da candidatura de Jorge Viana nos mostra o quanto é perigoso desdenhar do que se passa nas províncias.

No dia 23 de julho, há mais de um mês, portanto, Jorge Viana esteve em Brasília e alertou diversas pessoas - entre elas o presidente da República - sobre o golpe que preparavam Hildebrando e seus asseclas.

Tão improvável pareceu a hipótese de o Tribunal Regional atender a um pedido de impugnação por motivo banal que o aviso soou como excesso de zelo por parte do governador.

Não era. Jorge Viana sabia do que estava falando. Agora que ele manifesta o temor de que seus inimigos partam para sua eliminação física pura e simples, urge que se lhe dêem ouvidos.

Não apenas garantindo a proteção pessoal - o que há tempos já é feito -, mas aprofundando o exame das circunstâncias que levaram o narcotráfico a uma vitória judicial. Se não bastar devassa na Justiça local, que se faça ali uma intervenção federal.

Cumpre lembrar que o bando que ora atua está executando um plano há quatr o anos em gestação. Dificilmente essa gente será pega desprevenida e, com certeza absoluta, não se sensibilizará nem se intimidará com atos de protesto e gestos de solidariedade.

Se queremos homenageá-lo, que tenhamos a capacidade social, moral, política e institucional de mantê-lo vivo e pressionar os poderes constituídos a exibir ao país os autores do crime de lesa-candidatura.

Os executores, já sabemos quem são, pois desmoralizaram-se publicamente. Faltam agora aparecer os mandantes. Cujos nomes talvez constem dos pedidos de registros de candidaturas aprovados pela Justiça Eleitoral do Acre.


Editorial

A CORRIDA COMEÇOU

A escolha do Rio para sede dos Jogos Pan-Americanos de 2007 muda, como disse o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COI), Carlos Nuzman, a história do esporte no Brasil. A euforia com que foi recebida a vitória brasileira em sua disputa com San Antonio, no Texas, expressa bem o estado de espírito que doravante norteará o esporte olímpico no país.

Não foi uma disputa fácil. Tratava-se de neutralizar o principal argumento dos americanos - a eficiência em organização esportiva. Nunca os EUA haviam perdido disputa no gênero e o Brasil ainda tinha como aspecto negativo a fama de insegurança de suas cidades - o que o COI rebateu com brilho argumentando que desde a derrubada das torres gêmeas, em 11 de setembro, o terrorismo ameaça as cidades americanas.

Além disso, segundo o prefeito Cesar Maia, integrante de primeiro plano da comitiva que foi ao exterior lutar pelo Rio, um dos argumentos que mais pesaram na decisão final foi a preocupação social dos discursos da delegação brasileira, em contraste com as promessas de capacitação dos americanos, que todos já conhecem.
Sabe o prefeito que, além de mudanças decisivas no esporte (principalmente num país embalado pela monocultura do futebol), os Jogos de 2007 mudarão definitivamente a cidade. A construção da Vila Olímpica é o símbolo da transformação à vista. A escolha da Barra como principal sede se explica por ser área plana, com urbanização qualificada, sem núcleos de narcotráfico, com quatro entradas e saídas. O evento provocará a aceleração do início das obras para levar o metrô à Barra.

Quando se fala de esportes olímpicos, nunca é demais lembrar que a chave da vitória são os projetos a ''longo prazo''. O Brasil é candidato a sede das Olimpíadas em 2016. Para atingir a meta, tem de arregaçar as mangas desde já. E não basta investir na infra-estrutura da cidade candidata. É necessário principalmente investir na juventude, preparando uma geração inteira para disputar com os melhores atletas do mundo.

O Brasil não se tornará potência esportiva da noite para o dia. Mesmo Itália, Inglaterra e Austrália se planejaram para o desenvolvimento em bloco das modalidades olímpicas. Atenas em 2004 e o Pan no Rio em 2007 são etapas decisivas para este desenvolvimento.


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08/27/2002


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