Serys apresenta defesa. Paulo Octávio não vê nada que incrimine a senadora



Depois de apresentar sua defesa perante o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar nesta quinta-feira (5), a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) recebeu mais uma vez avaliação positiva da parte do relator do processo que corre contra ela por suposto envolvimento com a máfia dos sanguessugas. O senador Paulo Octávio (PFL-DF) disse que nada até agora foi dito ou apresentado que comprometa a parlamentar mato-grossense.

O relator observou que nem os donos da Planam, a principal empresa do esquema dos sanguessugas, nem os assessores parlamentares de Serys ou o genro dela, Paulo Roberto,mencionaram qualquer coisa diretamente contra a senadora - seja o recebimento de propina, seja uma ordem para a formulação de emenda parlamentar com vistas a beneficiar a Planam.

Já as relações entre Paulo Roberto e Luiz Antônio Vedoin, sócio-proprietário da Planam, e seu pai, Darci Vedoin, continuam obscuras, na opinião de Paulo Octávio. Os Vedoin afirmam ter pagado R$ 35 mil em dinheiro a Paulo, como propina por emendas parlamentares - nunca tratadas diretamente com Serys. O genro de Serys, que é dono de uma empresa de representações, diz ter recebido um cheque no valor de R$ 37 mil como pagamento de material hospitalar fornecido à Planam.

- Há muitas mentiras e contradições e isso só vai se resolver com a quebra de sigilos bancários e o rastreamento desse cheque - disse o relator.

Para Paulo Octávio, a senadora agiu prontamente ao afastar de seu gabinete um assessor parlamentar voltado para a área de orçamento, o funcionário de carreira do Senado João Policena Rosa Neto. Responsável pela elaboração de emendas, ele mantinha contatos com os Vedoin.

Em sua defesa, a senadora garantiu não conhecer os donos da Planam e não manter nenhuma relação com a empresa. Segundo ela, seu nome foi injustamente citado no relatório parcial da Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPI) dos Sanguessugas, em virtude de uma menção indireta de Luiz Antônio Vedoin, mas sem a apresentação de nenhuma prova. Ela disse suspeitar de que se trata de uma manobra eleitoral, já que se candidatou ao governo de Mato Grosso, em cuja capital, Cuiabá, a Planam está sediada.

- Minha vida e minha carreira política foram construídas com honra. Por mim me responsabilizo, mas não posso me responsabilizar por ninguém que esteja ou tenha estado à minha volta - disse a senadora. De todo modo, ela disse acreditar que o genro não tenha tido nenhuma relação não-comercial com a Planam.



05/10/2006

Agência Senado


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