Simon critica atuação do BC na área de fiscalização



Ao participar da sabatina de Alexandre Schwartsman, indicado para o cargo de diretor do Banco Central, realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) na manhã desta terça-feira (30), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou a atuação do BC na área de fiscalização e perguntou a opinião do candidato sobre o assunto. Para o senador, apesar de a fiscalização ser uma das principais atribuições do banco, têm sido constantes as ocorrências de escândalos no âmbito do sistema financeiro.

- A impressão que se tem é que o Banco Central, na maioria dos casos, tem chegado atrasado, chegando a ser irresponsável em algumas situações. Considero que o BC não tem atuado eficazmente no combate a um problema maior do país, que é a corrupção - observou Simon, que citou os elevados números de ocorrências de esquemas de contas fantasmas, de falências de bancos e de evasões de divisas para paraísos fiscais.

Ele lembrou a aprovação pelo Senado do nome de diretora de Fiscalização, indicada pelo governo anterior, que havia sido incluída como envolvida em esquema de formação de quadrilha que atuou na dissolução dos bancos Marka e FonteCindam, no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Financeiro. -Este foi um dos atos mais humilhantes para o Senado Federal-, disse Simon, acrescentando que o processo do caso está em andamento no Supremo Tribunal Federal.

Em resposta, Schwartsman admitiu que a história da instituição, na área de fiscalização, demonstra que o banco não dispunha da estrutura que hoje possui para conseguir ir além da conferências das práticas que estavam sendo adotadas pelas instituições financeiras. Segundo ele, esse quadro mudou, e o BC tem buscado atuar no sentido de buscar as causas para a ocorrência das irregularidades.

O indicado discordou da visão de Simon de que o Banco Central sempre -chegue atrasado- nas apurações de escândalos. Exemplo disso, afirmou, é o caso da evasão de divisas que está sendo investigada pela CPI do Banestado do Senado, em que a instituição foi a primeira a apontar os desvios. -Acho que o que está faltando, para melhorar o papel de fiscalizador do BC é uma maior integração com a Receita Federal-, observou.



30/09/2003

Agência Senado


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