Simon critica governo por tratamento dado à Varig
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que a Varig é "uma empresa que se confunde com o Brasil", tendo contribuído enormemente para o desenvolvimento do país nos 80 anos de sua existência. Em pronunciamento nesta quinta-feira (19), o parlamentar gaúcho criticou o governo por sua "frieza" no tratamento das dificuldades financeiras da empresa, que teria condições de se reerguer, conforme declarou o juiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação da companhia.
Simon observou que, provavelmente em conseqüência da manifestação daquele magistrado, as ações da companhia aérea subiram 24% na terça-feira (18).
- Em meio a tantas notícias desencontradas e pessimistas, surge uma luz no fim do túnel - disse o senador, que recebeu apartes dos senadores Sérgio Zambiasi (PTB-RS), Paulo Paim (PT-RS), Lúcia Vânia (PSDB-GO), Mão Santa (PMDB-PI) e Heloísa Helena (PSOL-AL).
O parlamentar peemedebista sugeriu que os debates em torno da possibilidade de soerguimento da Varig leve em consideração o fato de a empresa ter enfrentado durante muitos anos "planos econômicos mirabolantes", trocas de moedas e congelamentos de tarifas. Além disso, para sustentar a inserção externa do Brasil, a Varig foi obrigada a abrir rotas em mercados não rentáveis, ao contrário das companhias mais novas, logo contempladas com rotas mais lucrativas.
- A Varig pagou um preço muito alto para ser um símbolo brasileiro, mas deu conta do recado - afirmou Simon, que não isentou de responsabilidade na situação da companhia a Fundação Rubem Berta, que teria impedido soluções negociadas ao tempo em que o passivo da Varig era menor, e o presidente Fernando Henrique Cardoso, que não teria se empenhado efetivamente para resolver o problema.
Já o governo Luiz Inácio Lula da Silva estaria "se fazendo de desentendido", ao evitar quitar a dívida de R$ 4,7 bilhões que o Estado tem para com a companhia referente a perdas com o congelamento de tarifas entre 1985 e 1992.
- Por que o governo não faz um acerto de contas entre a Varig e a União? - perguntou Simon, que lembrou a posição favorável dos credores da companhia, interessados em receber integralmente o dinheiro injetado na Varig.20/04/2006
Agência Senado
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