Simon defende reestruturação do setor aéreo brasileiro
O sistema de transporte aéreo brasileiro precisa de uma rearticulação geral, na opinião do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Segundo o parlamentar, as crises enfrentadas pela Varig e por outras companhias concorrentes são apenas uma parte do problema.
- É necessário repensar, em termos estratégicos, uma política definida para esse setor, baseada no fortalecimento das empresas diante da concorrência internacional, de forma a preservar empregos e aumentar a competitividade - afirmou Simon.
Nesse sentido, o senador destacou como são altos os impostos pagos pelo setor aéreo brasileiro. Conforme Simon, enquanto na Europa o setor de aviação paga cerca de 16% em tributos e, nos Estados Unidos, somente 7%, no Brasil, as taxas chegam a 36%.
Simon inseriu a questão da Varig nessa conjuntura, descrevendo de forma resumida as dificuldades por que passa a companhia. De acordo com o senador, a empresa aérea, fundada há 75 anos no Rio Grande do Sul, é hoje a maior do ramo na América Latina. Com cerca de 15 mil empregados, 110 aviões e operações em 110 cidades brasileiras e em 27 no exterior, a Varig chegou ao -auge de uma crise sem precedentes-, disse o parlamentar.
O senador ressaltou que, de 1993 até agora, a Varig já reduziu em 12 mil seu número de empregados. Além disso, a empresa, no primeiro semestre deste ano, teve um prejuízo de R$ 1 bilhão, acumulando dívidas com bancos, fornecedores e governos no valor de US$ 764 milhões, o que equivale a quase R$ 3 bilhões.
Diante desse quadro de possível falência, Simon afirmou ser uma exigência a intermediação política na questão, e registrou as audiências públicas realizadas nos dias 19 e 26 de novembro na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que reuniu representantes da Varig, funcionários e credores da empresa para discutir propostas de solução para a crise.
O senador disse também esperar que os problemas da Varig sejam resolvidos de forma a recuperar a saúde da empresa e a preservar os empregos dos seus trabalhadores. Frisou que já foi um primeiro passo o acordo firmado recentemente entre a companhia e a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), que abateu parte da dívida da companhia. Por fim, o parlamentar afirmou ser inevitável, no caso, alguma forma de participação do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). -Não na condição de pronto socorro, com empréstimos a fundo perdido, mas com base em uma ampla reestruturação da empresa-.
18/12/2002
Agência Senado
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