Simon pede garantia de que reforma "paralela" será votada



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) pediu ao governo uma garantia de que a chamada -reforma paralela- será efetivamente votada, sem o risco de -ficar esquecida em alguma gaveta-. Ele lembrou que o processo de votação de uma proposta de emenda constitucional é longo, por isso será desgastante para o governo a tramitação de uma segunda reforma previdenciária, depois de vencida a batalha de aprovação da primeira.

Simon lembrou o episódio das privatizações, em que o Senado exigiu do presidente Fernando Henrique Cardoso uma carta com garantias pessoais de que a Petrobras, a Caixa Econômica e o Banco do Brasil não seriam privatizados.

- Essas instituições não foram privatizadas mas, sem a carta de FHC, teriam elas sido poupadas? - perguntou.

Simon disse que o Senado está sendo tratado como um órgão anacrônico que atrapalha a tramitação rápida de um governo moderno que, quando possível, quer resolver os impasses por medida provisória, que vira lei no dia de sua edição.

- Não querem aceitar que o Senado modifique dispositivos da reforma e a faça retornar à Câmara dos Deputados - observou.

Simon ressaltou que poucos senadores conhecem os dispositivos da proposta de reforma previdenciária principal, que foram suprimidos para formar a proposta paralela.

Para Simon, dispositivos como as regras de transição para os atuais servidores, os dispositivos sobre paridade entre servidores aposentados e na ativa e as contribuições previdenciárias de inativos, contidos na proposta principal, são dramáticos e não podem ser aprovados na forma como estão redigidos.

- É preciso haver mais negociações para se chegar a um entendimento menos draconiano para os servidores públicos - disse.

Em aparte, o senador Paulo Paim (PT-RS) se disse angustiado diante dessa situação. Para ele, ainda há tempo para mudar alguns dispositivos da proposta principal ou criar alguma garantia de que a PEC paralela também será votada.

Também em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) protestou contra a tendência de transformar o Senado em mera casa de chancela, onde as reformas chegam na undécima hora e não podem ser modificadas.

- Essa situação, cada vez mais nítida, é humilhante para os senadores - afirmou.



24/11/2003

Agência Senado


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