Simon pede "grandeza" na discussão do marco regulatório do pré-sal



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) defendeu, nesta sexta-feira (4), um "pouco mais de grandeza" na discussão do marco regulatório do petróleo da camada do pré-sal . Simon disse, em Plenário, não ver necessidade da urgência constitucional solicitada pelo governo, mas afirmou também não concordar com a tática da oposição de tentar "empurrar e não deixar achar uma solução".

O ideal, em sua avaliação, é que o assunto seja equacionado antes da campanha eleitoral, mas sem forçar para que seja encontrada obrigatoriamente uma solução em 45 dias. Para Pedro Simon, é preciso ter cuidado para não se repetir com o pré-sal o mesmo que ocorreu com a proposta de reforma eleitoral, examinada pelo Senado em prazo muito reduzido para que possa vigorar nas próximas eleições.

- Não vejo uma tese que necessita tanto de entendimento quanto essa. Não me considero nem governo nem oposição. Eu quero encontrar a solução - afirmou o senador.

Petrosal

Simon avaliou como inteligente a decisão do governo de criar uma empresa, a Petrosal, para gerenciar o produto do pré-sal. Se tudo fosse entregue à Petrobras, continuou ele, a companhia ficaria incontrolável em razão do excesso de poder.

Sobre a repartição dos recursos do petróleo do pré-sal entre os estados, Simon ponderou que esse é um assunto delicado que deve ser tratado prioritariamente pelo Senado, Casa responsável pelos assuntos da Federação.

Simon também elogiou a postura do presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e a do possível candidato do partido à presidência, o governador de São Paulo, José Serra, na discussão do assunto. Para o senador, eles têm demonstrado estar preocupados com o Brasil, o que em sua avaliação é um bom começo para a discussão.

Interferência

Já que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, teria dito que "a bola está agora com o Congresso", Simon afirmou esperar que Lula não interfira no processo de discussão do marco regulatório do petróleo do pré-sal a ser realizado pelos parlamentares, como teria acontecido durante a crise no Senado.

Para o senador, o exame da proposta será uma oportunidade para que o Senado readquira a credibilidade perante à sociedade, desde que adote uma posição coerente e positiva em relação a essa matéria.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), em aparte, também se disse confiante na possibilidade de o Congresso chegar a uma decisão sobre o assunto em um prazo curto, mas sem necessidade de urgência e pressão do governo. Cristovam reiterou preocupação com vários aspectos envolvendo a exploração do petróleo do pré-sal, como o aumento da poluição e o choque entre essa proposta e a utilização de fontes alternativas de energia, como o etanol, já incentivado por pesquisas em curso no país. 



04/09/2009

Agência Senado


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