SIMON, PRÉ-CANDIDATO À PRESIDÊNCIA, QUER DESENVOLVIMENTO, MAS SEM INFLAÇÃO



O senador Pedro Simon (RS), lançado no último fim de semana pela convenção do PMDB do Rio Grande do Sul como pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2002, afirmou nesta quinta-feira (dia 2), em entrevista à imprensa, que pretende viajar pelo Brasil para discutir suas teses e até mesmo preparar um dossiê a ser entregue ao candidato oficial que o PMDB nacional escolher.- Acho que se tem de buscar o desenvolvimento, mas não à custa de aumento dos preços. O problema é que o preço do controle da inflação está saindo muito caro para uma parte da nossa sociedade, e os índices de desemprego e a crise da agricultura mostram isso - disse. Simon sustentou que considera necessário o Congresso votar a reforma tributária. Lamentou que o governo Fernando Henrique Cardoso, "que fez do controle do déficit público um bandeira", acabou provocando "uma triplicação" do total da dívida pública interna.Interrogado se o lançamento de um pré-candidato pelo PMDB significaria alguma ruptura na base de sustentação do governo Fernando Henrique Carodoso no Congresso, Pedro Simon disse que o partido continuará apoiando o governo, "mas com as críticas que achar necessárias". O senador considera que, neste momento, os brasileiros e os partidos políticos "devem lutar" para o sucesso do segundo governo de Fernando Henrique e que "ele cumpra o que está prometido" no Plano Plurianual de Investimentos (PPA) lançado nesta semana. - O PMDB não vai abrir guerra ao governo de Fernando Henrique. Seria impatriótico, num momento em que ele enfrenta os mais baixos índices de popularidade. Ainda mais levando em consideração que ele ainda tem quase três anos e meio de governo pela frente - observou.Pedro Simon reafirmou suas reticências quanto ao programa de privatização, disse que a agricultura precisa de mais apoio do governo e questionou que o governo esteja gastando "mais de 60 bilhões de reais" por ano no pagamento de juros da dívida ao mesmo tempo em que entra no quinto ano sem conceder reajuste salarial ao funcionalismo. - Coloco meu nome à disposição do partido e vou defender minhas teses pelo Brasil e no plenário do Senado. Vou ouvir muito. Acho que devemos ter a coragem de fazer uma revolução social, pacífica e democrática. Não se pode admitir que 30 milhões de brasileiros continuem passando fome enquanto há concentração de riqueza no país, impunidade e corrupção - afirmou Pedro Simon.

02/09/1999

Agência Senado


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