Simon responde a Virgílio e defende seu direito de criticar os demais senadores



"Mas que pobre diabo sou eu, que estou há vinte anos no Senado e não posso mais falar?", indagou o senador Pedro Simon (PMDB-RS), ao ocupar a tribuna para responder a pronunciamento do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) sobre críticas feitas por parlamentares à atuação da Polícia Federal durante a Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.

Os senadores haviam concordado com as declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, criticando o que chamou de "espetacularização" das prisões, com a presença da televisão e outros aparatos.

Pedro Simon havia defendido a operação, ressaltando que "só o povão conhece a cadeia", e lamentado que Arthur Virgílio criticasse a PF, lembrando que os policiais estavam prendendo "tubarões". Arthur Virgílio, então, ocupou a tribuna para responder a Simon, dizendo que o senador gaúcho estava enganado, uma vez que nenhum dos parlamentares que se pronunciaram estava apoiando os presos.

Em sua resposta a Arthur Virgílio, Simon se disse constrangido por não poder exercer seu direito de criticar os próprios senadores quando entendesse que estes estavam errados ao manifestar opiniões.

- Respeito vossa excelência senador Arthur Virgílio, assim como respeitoa memória de seu pai, que também foi senador. Mas que pobre diabo sou eu, que estou há vinte anos no Senado e não posso mais falar? - indagou, pedindo desculpas caso tenha ofendido algum dos parlamentares.

Simon disse ainda que não passava pela sua cabeça falar bem ou mal de um ministro do Supremo, embora ele mesmo venha criticando a ingerência da Justiça no Legislativo. Ele observou que isso ocorre por culpa do próprio Congresso, que não exerce seu direito de legislar, deixando as decisões para a Justiça.



09/07/2008

Agência Senado


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