Situação dos trabalhadores domésticos do País é tema de audiência pública
A situação dos trabalhadores domésticos de todo o País foi tema de audiência pública na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (Ctasp) na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (27), que contou com a participação do diretor do Departamento do Regime Geral de Previdência Social, Rogério Nagamine Costanzi.
Segundo Costanzi, “é urgente a necessidade de resolver os desafios existentes em relação ao trabalho doméstico. Precisamos estender os direitos dos trabalhadores domésticos, que são historicamente marginalizados desde a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mas também na Constituição de 1988, que, apesar de todos os avanços nos direitos sociais, continua a dar um tratamento diferenciado aos trabalhadores domésticos”.
O diretor apresentou também o perfil das trabalhadoras e trabalhadores domésticos no Brasil. Os dados foram exibidos com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad/2009), realizada pelo IBGE, e nas informações coletadas pela Previdência Social.
São 7,2 milhões de trabalhadores domésticos, dos quais 93% são mulheres. Dessas, dois terços são negras. Apesar do aumento da cobertura previdenciária entre 1992 para 2009, que passou de 20% para 32%, não houve melhora significativa. De forma regionalizada, os valores de cobertura previdenciária entre as trabalhadoras domésticas apresentam índices menores nas regiões Nordeste e Norte.
A tendência de aumento da proporção de diaristas em relação às mensalidades pode prejudicar a cobertura previdenciária, pois, em média, um terço das mensalistas contam com proteção previdenciária. Para as diaristas, a cobertura está em torno de um quarto. Entre 1992 e 2009, o proporção de diaristas em relação ao total dos trabalhadores domésticos passou de 16% para 29%.
Acompanhando a população como um todo, há o envelhecimento do perfil dos trabalhadores domésticos, o que torna ainda mais urgente a necessidade de aumento da formalização e da cobertura previdenciária neste grupo em que quase 70% ainda não possui proteção previdenciária. Entre as seguradas, o índice de regularidade de contribuição é baixo. Cerca da metade contribui por 11 ou 12 meses ao ano.
Costanzi destacou que, a partir dos dados apresentados, pode-se afirmar que a legislação brasileira atual não está sendo eficaz no aumento da proteção previdenciária entre os trabalhadores domésticos.
Fonte:
Ministério da Previdência Social
27/03/2012 19:01
Artigos Relacionados
Situação da ZPE de Rio Grande será tema de audiência pública
Situação de usuários de medicamentos sem similar nacional pode ser tema de audiência pública
Ângela Portela destaca estudo do Ipea que mostra situação precária de trabalhadores domésticos
Cícero Lucena quer audiência pública para debater situação da merenda escolar no país
Situação de trabalhadores rurais é tema de debate na CDH na segunda-feira
Situação das fábricas administradas por trabalhadores será debatida em audiência