SIVAM AMPLIA CONTROLE NA AMAZÔNIA, DIZ PATROCÍNIO



O senador Carlos Patrocínio (PFL-TO) disse estar preocupado com o futuro da Amazônia. "A permeabilidade da fronteira norte brasileira ao narcotráfico e à pirataria científica é um dado da realidade insofismável", destacou o parlamentar, em discurso onde saudou o trabalho desenvolvido pelo Projeto Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia). O senador também sugeriu ao governo divulgar amplamente a instalação dos equipamentos de vigilância na região, para neutralizar, segundo ele, "as capciosas alegações alienígenas quanto à pretensa incapacidade brasileira de bem zelar por seu patrimônio amazônico".
Para reforçar a presença militar na região, destacou o senador, as Forças Armadas estão transferindo tropas do Sul para a Amazônia. Batalhões gaúchos estão chegando a Tefé, no Amazonas, e Cruzeiro do Sul, no Acre. Essas unidades reforçam as quatro brigadas, com um total de 20 mil homens, que já estão na região. "Mas os militares sabem que o aumento do número de tropas sediadas na região não é suficiente, por si só, para garantir nossa soberania sobre essa parcela do território nacional", acrescentou.
Concebido para não apenas vigiar as fronteiras, mas também combater o narcotráfico e o desmatamento criminoso na região Norte, o sistema já tem dois locais prontos para receber os equipamentos importados dos Estados Unidos (Jacareacanga, no Pará, e Manicoré, no Amazonas) e um terceiro, situado na reserva Tiriós, na fronteira com o Suriname, em fase de conclusão. Com seus sensores, radares e satélites, conclui Carlos Patrocínio, o Sivam representará uma "presença muito mais forte do governo federal em todo o espaço amazônico".
Patrocínio concorda com o raciocínio dos comandantes militares brasileiros, no entendimento de que é necessário ocupar efetivamente a região. A revitalização do Projeto Calha Norte viria contribuir para isso, entende o parlamentar, que revelou informação do general Alberto Cardoso, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, dando conta de que essa reativação já tem "decisão favorável de governo". O projeto desenvolve também ações nas áreas de educação, saúde e assistência social.
- Os militares desejam também implantar na selva pequenas centrais de energia elétrica e centros de telecomunicações, construir estradas e instalar postos de fiscalização aduaneira e policiais nos rios da região; eles estão conscientes de que não apenas a presença de tropas é insuficiente, como também o é a própria presença do Estado, pois é necessário um plano de desenvolvimento regional para criar uma base econômica local - explicou o senador pelo Tocantins.
Dentro desse conjunto de medidas para reforçar o controle nacional sobre a região amazônica, Patrocínio aponta a divulgação das etapas de implantação do Sivam como uma real contribuição. "Na verdade, integrantes de nossas Forças Armadas começam a estranhar a pouca divulgação do governo sobre o Sivam, na medida em que esse silêncio governamental não guarda coerência com o adiantamento do processo de instalação do sistema", destacou.

15/09/2000

Agência Senado


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