Stédile: MST não é contra a biotecnologia
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não é contra a biotecnologia, declarou o coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra, em resposta ao relator da comissão, deputado João Alfredo (PT-CE).
Ele analisou que, na conjuntura atual do agronegócio no Brasil e no mundo globalizado, os transgênicos são monopolizados por multinacionais que se utilizam da Lei de Patentes para garantir, por exemplo, a exclusividade da comercialização de sementes de soja.
- Quem defende os transgênicos vai se transformar em refém das multinacionais. Se a soja transgênica não tivesse o monopólio da Monsanto [multinacional do setor de pesquisa agrícola], por que a empresa faria tanta propaganda? - questionou.
Ele disse esperar que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) continue pesquisando até encontrar transgenias que não representem perigo nem para a saúde do consumidor nem para o meio ambiente. Por meio da estatal, afirmou Stédile, não seria retirada autonomia aos agricultores na produção.
- Sem essa condição, limita-se a possibilidade de criação de empregos no campo, já que a matriz do capitalismo avançado é concentradora e gera menos postos de trabalho. A reforma agrária é a melhor forma de enfrentar o desemprego - declarou.
01/04/2004
Agência Senado
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