UDR fará contraponto a depoimento de Stédile



Durante a audiência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra com o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, João Pedro Stédile, o presidente da comissão, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), anunciou que o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, será ouvido pela CPMI no dia 13 de abril, como forma de "fazer um contraponto" ao que disse Stédile. "Precisamos ouvir todos os lados envolvidos nessa questão", disse Alvaro Dias.

O relator da comissão, deputado João Alfredo (PT-CE), disse que o objetivo é oferecer um amplo diagnóstico da estrutura fundiária brasileira e oferecer propostas para superar os conflitos no campo. Ouvir Stédile, na opinião do deputado, é importante porque existem diferentes juízos de valor sobre a atuação do MST no Brasil, que tem a ocupação de terras como uma de suas táticas.

- As ocupações poderiam ser caracterizadas como criminosas ou são fruto de necessidade? Como a justiça tem tratado essa questão? - questionou o relator a Stédile.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que foi chamado por Stédile de senador-militante nº 1 do MST, lembrou que Celso Furtado e Darcy Ribeiro destacaram a "extraordinária relevância" do MST no combate à pobreza e às grandes desigualdades do país. Na opinião de Suplicy, a causa do MST ganharia maior respaldo da população brasileira com manifestações pacíficas, como a marcha a Brasília, realizada em 1997.

Suplicy esclareceu ainda que compreende que as ações de ocupação do MST servem para demonstrar como a terra é usada contra o interesse social no Brasil. Pela sua atuação, o senador informou que o MST foi premiado na Bélgica como um dos movimentos sociais da maior importância no mundo.



01/04/2004

Agência Senado


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