Suassuna defende ampla reabertura do Refis



O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) defendeu nesta terça-feira (18) -a reabertura ampla- do Programa de Recuperação Fiscal (Refis) e conclamou os senadores, -tanto os governistas como os de oposição, a se unirem em torno dessa justa bandeira das empresas brasileiras-. Para isso, acrescentou, é preciso derrubar o veto aposto pelo presidente Fernando Henrique Cardoso à medida provisória que promovia essa reabertura.

- Apesar de essa medida ter traduzido um amplo entendimento entre os partidos, o ex-presidente vetou-a face ao pedido da equipe de transição do novo governo - explicou Suassuna.

Ele lembrou que o Refis foi lançado em 2000, quando cerca de 129 mil pessoas jurídicas, fazendo jus a um regime especial de consolidação e parcelamento de débitos, assumiram suas dívidas com a Receita Federal e com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e voltaram a ter os benefícios de uma situação fiscal regularizada. Os resultados positivos do novo programa manifestaram-se em expressiva arrecadação, cerca de R$ 1,790 bilhão resultante do refis apenas em 2002.

Muitas empresas, no entanto, continuou Suassuna, foram sendo excluídas do programa por descumprimento das suas regras. A razão, conforme o colunista Luís Nassif, citado pelo senador, -deveu-se à conjuntura econômica que degringolou com a crise e muitas empresas não conseguiram pagar a soma do Refis mais os novos tributos-, afirmou.

Suassuna recomendou que as condições para a reabertura do Refis devem ser reexaminadas em face das novas condições conjunturais da economia, com especial cuidado para garantir ampliação de acesso ao programa às microempresas.

- Juntamente com a ampla reforma fiscal que se avizinha, estaremos, com a reabertura do Refis, dando um importante passo para a legalidade e para a saúde da economia brasileira, em uma ordem tributária que se mostre compatível com nossas necessidades de progresso econômico e social - disse o senador.

A carga tributária do país, conforme Suassuna, era equivalente a 28,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1994, caiu para 27,3% em 1996, voltando a crescer continuamente até atingir os 36,45% do ano passado. Com tais índices, ressaltou, proporcionalmente, a carga tributária brasileira é maior do que a de países como Estados Unidos e Espanha, que arrecadam cerca de 29% do PIB.




18/03/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


Edison Lobão defende reabertura ampla do Refis

Lobão defende reabertura do Refis

SUASSUNA DEFENDE MUDANÇA EM MP DO REFIS

Receita descarta em nota reabertura de novo prazo para Refis da Crise

Suassuna quer mudar projeto de conversão da MP do Refis

Lobão defende reabertura de Serra Pelada