Suassuna defende viagens de Lula



O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) defendeu nesta quarta-feira (11) as viagens internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e criticou a maneira como a imprensa tem tratado a sua atuação diplomática. Na opinião do senador, fala-se muito sobre as viagens e encontros do presidente com outros líderes, mas "nenhum veículo de comunicação teve, ainda, a capacidade de apreender o alcance econômico e a forte simbologia política que a viagem presidencial brasileira enseja para nosso país".

Suassuna destacou a recente viagem presidencial à Índia, que incluiu em sua comitiva diversos ministros importantes da área econômica. Para ele, o governo dá mostras de que busca fundir um projeto de modernização tecnológica sem se esquecer do compromisso moral de corrigir as desigualdades no Brasil e no mundo. Assim, continuou, a aproximação com países como Índia, China, África do Sul e Rússia não significa uma "tentativa pueril" de reavivar a ideologia do terceiro-mundismo.

- Trata-se de unirmos nossas imensas capacidades e potencialidades e de aprendermos com problemas que, em maior ou menor medida, são comuns a esse conjunto de países. Nesse contexto, podemos lucrar enormemente ao estreitarmos nossas relações com a Índia. Há cinco anos, sua economia cresce à taxa anual de 6% - frisou.

O senador Almeida Lima (PDT-SE) disse em aparte que não é por milagre que a Índia tem alcançado resultados positivos em sua economia, "apesar de ter um povo místico".

- Se formos esperar pelos milagres do presidente da República, não iremos a lugar nenhum. A história tem demonstrado que governos messiânicos sempre caminham para tiranias.

O senador Efraim Morais (PFL-PB), por sua vez, observou que o governo se preocupa demais com política externa e se esquece do Nordeste. Como exemplos, ele citou o corte de 80% nos recursos destinados ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti); as 16 horas de viagem de Lula para conhecer o Taj Mahal e a uma hora que gastou para ver os estragos provocados pelas enchentes; e o anúncio feito por Lula, de que pretende permitir a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dos flagelados pelas enchentes, por revelar desconhecer que a maioria dos desabrigados nunca teve carteira assinada.



11/02/2004

Agência Senado


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