Suassuna pede participação do Congresso no combate à violência



Depois de citar várias manchetes de jornais do Rio de Janeiro nos últimos dias tratando do aumento da violência no país, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) defendeu a necessidade do Congresso contribuir na busca de uma solução para o problema. Pregando a união dos parlamentares com o governo na busca de saídas, ele pediu coragem até para tomada de atitudes mais duras.

- Estamos vivendo uma época de guerra civil e temos a obrigação de combatê-la - afirmou Suassuna.

O senador pela Paraíba leu números divulgados na edição de hoje do jornal O Globo, que trouxe como manchete "A guerra civil brasileira". Enquanto no Brasil ocorreram 600 mil homicídios no período de 1980 a 2000, o que corresponde a 30 mil por ano, na guerra civil de Angola, entre 1975 e 2002, morreram 350 mil pessoas. No Iraque, desde 20 de março do ano passado foram registradas entre 8,8 e 10,7 mil mortes de civis. As vítimas das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945, totalizaram 340 mil pessoas.

- Não é qualquer guerrinha que chega perto do número de vítimas registrado no Brasil - lamentou o senador.

Para Suassuna, a questão da segurança não deve ser encarada apenas como combate ao crime. Ele sugeriu que o tema deve envolver a recuperação das estradas, a melhoria no atendimento hospitalar e um incremento na qualidade de ensino. Ele lamentou que enquanto a China registrou, no mês passado, um crescimento econômico de 19,4%, o Brasil vem sucessivamente registrando perdas no ranking econômico mundial, tendo caído da 8ª para a 15ª posição.

A decisão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) de realizar audiência pública para debater a violência no Rio de Janeiro, com a presença da governadora Rosinha Matheus, do prefeito César Maia e do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, foi saudada por Suassuna. Inicialmente a reunião estava marcada para esta quinta-feira (15), mas foi adiada para a próxima segunda (19).

Em aparte, o senador Efraim Morais (PFL-PB) comunicou que, como membro do Conselho da República, encaminhará um documento com a assinatura de diversos senadores, inclusive a de Suassuna, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitando a convocação do conselho para deliberar sobre a violência e a criminalidade do Rio.

Já o senador Duciomar Costa (PTB-PA) comentou que a discussão de medidas para diminuir a violência não deve ficar restrita a idéias como colocar o Exército no combate ao crime ou o reaparelhamento das forças policiais. Ele disse que é fundamental a questão social, sobretudo a geração de empregos. Para o senador Romeu Tuma (PFL-SP) a questão da segurança não pode ser improvisada e tem que ser pensada globalmente, com ênfase na informação.



14/04/2004

Agência Senado


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