Suassuna prega atitude mais agressiva do governo na OMC



O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) cobrou do governo brasileiro uma atitude mais agressiva junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) na defesa dos interesses nacionais. O parlamentar disse que o Brasil deve romper as amarras que impedem a penetração de seus produtos em outros países e saber usar os instrumentos de defesa comercial permitidos pela OMC, como as regulamentações técnicas.

Suassuna registrou a criação da Frente Parlamentar de Apoio à Exportação e de uma subcomissão, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), ambas com o objetivo de promover a política exportadora no país. Para ele, é inadmissível o fato de a Coréia, que não tem bens naturais, exportar mais que o Brasil.

O senador lembrou que em algumas ocasiões o governo tem sido enérgico na defesa dos interesses nacionais com relação ao comércio exterior, citando o caso da disputa econômica entre a empresa nacional Embraer e a canadense Bombardier. A postura do governo brasileiro, disse, deveria ser sempre "ativa, combativa e esperta".

Ao defender o fortalecimento do Mercosul, Suassuna enalteceu a declaração do presidente Fernando Henrique Cardoso favorável à admissão de entidades supranacionais para assegurar o cumprimento dos tratados e para que seja instaurada uma verdadeira política comercial comum entre os países que compõem o bloco. Com estas entidades, disse o parlamentar, o bloco poderá negociar temas de alta complexidade e tecnicidade.

O senador acrescentou que o Mercosul poderia inclusive estreitar vínculos comerciais com a União Européia (UE), conforme proposta apresentada pelo bloco europeu no início de julho, em Montevidéu. Suassuna avaliou que a união com a EU é mais vantajosa do que com a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), tratado que eliminaria as barreiras comerciais entre todos países do continente a partir de 2005.

Em aparte, o senador Arlindo Porto (PTB-MG) afirmou que as barreiras tarifárias são os fatores que mais inibem o comércio exportador brasileiro. O senador, que enalteceu o discurso de Suassuna, disse que o Brasil deve parar de exportar matéria-prima e centrar esforços na exportação de carnes e produtos industrializados de origem animal, que possuem valor agregado. O senador Lauro Campos (PDT-DF), por sua vez, criticou as mudanças na política econômica do governo, lembrando que, no primeiro mandato de Fernando Henrique, o governo promoveu a prática da importação. O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) manifestou apoio às colocações de Suassuna.

04/09/2001

Agência Senado


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