SUPLICY DEFENDE RENDA MÍNIMA E ATACA MALUF
Para se contrapor às idéias de Maluf, Suplicy leu artigo publicado na Folha pela mulher do senador, Marta Suplicy, candidata a prefeita pela coligação Muda São Paulo (PT, PCB, PC do B e PHS). Ali a desigualdade social é apresentada como a causa principal da violência. "Sem apoiar os diferentes segmentos econômicos, São Paulo não poderá minorar os impactos das políticas econômicas federais que fomentam o desemprego", diz o artigo. Segundo Marta, é preciso ainda garantir o acesso universal à escola, assumir a gestão plena do Sistema Único de Saúde (SUS) e implantar projetos sócio-ambientais nas regiões de mananciais.
Em aparte ao discurso de Suplicy, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) disse considerar "indecente" a atitude de quem volta as costas aos problemas sociais e é complacente com os que roubam o dinheiro público.
Eduardo Suplicy também atacou a proposta de Paulo Maluf para que seja concedida renda de R$ 151 (um salário mínimo) a famílias pobres, a fim de que matriculem seus filhos em escolas particulares. Segundo o senador, a idéia do candidato do PPB desvirtua o conceito de renda mínima, que não foi construído para beneficiar estabelecimentos privados de ensino e nem prejudicar a escola pública.
A diminuição drástica das desigualdades como solução para o problema da violência é o caminho apontado pelas próprias comunidades pobres, segundo o senador petista. Ele contou ter assistido no fim de semana, em São Paulo, a um show de grupos de rap formados por moradores da periferia, em que foram apresentadas várias canções tratando a violência como conseqüência das difíceis condições de vida nessas áreas. O senador considera um equívoco a proibição - determinada recentemente pela Justiça - de um videoclip mostrando cenas de violência ao som do rap. Para Suplicy, os vídeos não incitam à violência, como alegado por procuradores; apenas revelam uma realidade.
15/08/2000
Agência Senado
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