SUPLICY ENDOSSA REFERENDO POPULAR SOBRE CASSINOS



Ao enfatizar os aspectos negativos da legalização de cassinos no Brasil, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) considerou oportuna a decisão do Senado de enviar o projeto à Comissão de Assuntos Sociais, embora já tivesse cumprido os trâmites necessários para sua votação em plenário, decisão criticada por muitos senadores. "Estranho o açodamento para votar um projeto tão polêmico num ano em que tantas atenções estão voltadas para a Copa do Mundo e para as eleições", destacou.

Suplicy endossou a idéia do senador Artur da Távola (PSDB-RJ) de propor a realização de um referendo popular, caso o projeto venha a ser aprovado no Senado, como já o foi na Câmara. "Aqueles que defendem a legalização dos cassinos argumentam que já existem muitas loterias da CEF, bingos a cada esquina, sorteios na TV através do 0900. Não concordo, ninguém vai preconizar o adultério, somente por ser tão frequente na sociedade brasileira", argumentou.

Para Suplicy,pode até ser que os cassinos gerem algum turismo e mais empregos nos complexos hoteleiros. "Mas desvantagens como lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, incentivo à prostituição e falência de chefes de família são fatores mais relevantes. Assim, deve caber à população a decisão final de legalizar os cassinos, através de um referendo, depois de ampla campanha de esclarecimento", ponderou.

Ao final de seu pronunciamento, Suplicy manifestou sua solidariedade aos jovens e trabalhadores da Indonésia que,neste momento,estão arriscando suas vidas nas ruas, ao enfrentar a brutalidade dos policiais de Suharto, ditador do país há décadas, mantido por verba "liberais" do Bird e do FMI. "Nós, que também vivemos sob um regime militar por quase três décadas, conhecemos essas dificuldades e essas dores".



14/05/1998

Agência Senado


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