SUPLICY INAUGURA SITE PARA BRASILEIROS DISCUTIREM RENDA MÍNIMA



Um fórum para o brasileiro analisar experiências mundiais de concessão de renda mínima a quem não tem como sobreviver está aberto na página do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) no site do Senado na internet. Trata-se da BIEN (Basic Income Earth Network), entidade irmã da Basic Income European Network, a rede européia da renda básica, fundada em 1986 para difundir as experiências de renda mínima aplicadas no mundo.
A idéia de Suplicy é intensificar a discussão de experiências como bolsa-escola, imposto de renda negativo, crédito popular, renda de cidadania e concessão de renda mínima, hoje praticadas em países dos cinco continentes. O senador teve a autorização do presidente e do secretário-geral do organismo europeu para criar essa entidade no Brasil.
Qualquer pessoa interessada no assunto pode acessar o site e dizer se deseja associar-se e trocar idéias a respeito da concessão de renda mínima a brasileiros sem recursos, idéia que Suplicy defende há nove anos.
De acordo com o senador, a transferência de dinheiro para cidadãos que não alcancem determinado patamar de renda é um dos instrumentos fundamentais para o Brasil garantir a erradicação da miséria, incentivar a freqüência e permanência das crianças nas escolas, combater o trabalho infantil, acabar com a desnutrição, tirar a criança e o adolescente das ruas, melhorar a qualificação profissional e possibilitar às famílias pobres o resgate de sua dignidade.
Suplicy diz que, com seu projeto, será possível aumentar significativamente o ritmo de crescimento da economia, em função da demanda que se criará por bens de primeira necessidade, incluindo os alimentos, mas também porque se ampliarão as possibilidades de trabalhadores serem empregados. Em sua opinião, a renda mínima propiciará ainda qualidade na segurança pública, com a diminuição da criminalidade, em função da melhoria das condições sociais.
Conforme Suplicy, o Brasil é o país de maior diferença entre a renda média dos 10% mais ricos e a renda média dos 40% mais pobres. "Em nosso caso, essa diferença é de nada menos que 28 vezes", informou o senador. Em sua opinião, uma característica marcante da economia brasileira nas últimas décadas, incluindo os seis anos em que foi implementado o Plano Real, é o elevadíssimo grau de concentração de renda e de riqueza.

24/08/2000

Agência Senado


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