SUPLICY PEDE QUE ARMÍNIO VOLTE À CPI. ARRUDA DISCORDA
No início da reunião da CPI do sistema financeiro desta terça-feira (dia 4), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu uma reconvocação do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, pois acredita "que ele omitiu informações" ao depor à comissão, no último dia 15. De acordo com Suplicy, existem "indícios de que Armínio Fraga não contou à CPI tudo que sabia" naquela data. "Ou então o presidente do Banco Central foi muito mal informado sobre os fatos".O presidente em exercício da CPI, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), sustentou em entrevista à imprensa não ver motivos para reconvocação de Armínio Fraga. O líder do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), também em entrevista, opinou que Fraga "não cometeu perjúrio" em seu primeiro depoimento à comissão e acredita que ele deve ser convocado apenas no final da CPI, para ajudar os senadores no debate de mudanças na legislação, na tentativa de evitar operações como a venda de dólares aos bancos Marka e FonteCidam a preços abaixo da cotação.Na reunião desta terça (dia 4), o senador Roberto Requião (PMDB-PR) leu parte de uma notícia da revista IstoÉ, de 96, onde o então presidente do Banco do Brasil, Paulo César Ximenes, afirma que Luiz Antônio Gonçalves, então dirigente do Banco Cindam, era "homem de confiança" do BB. O Cindam fundiu-se posteriormente com outra instituição, passando a se chamar FonteCindam, e foi beneficiado pela venda de dólares a preços abaixo da cotação, em 15 de janeiro último - um dos fatos sob investigação da CPI. A declaração de Ximenes, conforme Requião, mostra o tratamento privilegiado recebido de algumas áreas do governo por Luiz Antônio Gonçalves.
04/05/1999
Agência Senado
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