SUPLICY QUESTIONA POLÍTICA CAMBIAL E MALAN DIZ QUE ELA NÃO MUDA
No debate dos congressistas realizado hoje (dia 22) com os ministros Antonio Kandir (Planejamento) e Pedro Malan (Fazenda), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apresentou sete perguntas, indagando, entre outras coisas, por que o governo reluta tanto em mudar a política cambial e se seria expressivo o impacto inflacionário de uma desvalorização do real.
O ministro Pedro Malan respondeu que nenhum ministro da Fazenda discute o que pode vir a ser feito em matéria de política cambial. Ele afirmou que, quando o governo achar que essa política deve mudar, isso acontecerá. E acrescentou: "Por ora, não achamos que devemos mudar". Malan também discordou do entendimento de que o governo ajuda os bancos. Disse que, em dezenas de vezes, já tentou explicar isso, constatando agora que essa é uma dificuldade mais de natureza política do que técnica.
Eduardo Suplicy começou questionando a cobrança das dívidas tributárias da União e da Previdência. "Sabemos que empresas privadas e entidades do próprio setor público devem vultosas somas ao Tesouro e à Previdência", argumentou o senador. Ele também perguntou qual o valor da dívida ativa da União em condições de cobrança imediata, e qual o total dos débitos em atraso para com a União.
O ministro da Fazenda respondeu que esses valores estão fixados em Ufir e anunciou estar encaminhando ao senador uma longa lista desses débitos. Afirmou que os poderes Executivo e Legislativo podem avançar muito, num esforço cooperativo, para cobrar essas dívidas, e explicou que a cobrança não é tão simples como se imagina. Segundo Pedro Malan, há muitas instâncias até a execução dessas dívidas, e muitos devedores levam anos recorrendo até pagarem seus débitos. Ele explicou também que os números enviados a Suplicy não significam recursos para cobrança imediata.
Outra questão de Suplicy relacionava-se com o fato de que, nas 51 medidas do plano de ajuste fiscal, não há nenhuma destinada a atenuar o desemprego. Malan respondeu que o governo de Fernando Henrique Cardoso é extremamente preocupado com a questão social, e ressaltou que, dos 42 projetos do plano Brasil em Ação, 16 contemplam a área social e relacionam-se à geração de empregos.
22/11/1997
Agência Senado
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