SUPLICY RESPONSABILIZA GOVERNO PELA MANUTENÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS



O governo Fernando Henrique Cardoso não tem conseguido reduzir as desigualdades sociais do país, porque os instrumentos utilizados na sua administração favorecem especialmente aos que detém maior patrimônio e riqueza, avaliou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Citando a Síntese dos Indicadores Sociais do Brasil referente a 1999, divulgada semana passada pelo IBGE, Suplicy disse que aos mais pobres e aos que não tiveram acesso à cidadania são destinados apenas programas de pequeno alcance.
- Por outro lado, a escolha que (o governo) faz de instrumentos de política econômica que têm levado o Brasil a crescer de maneira tão aquém de nossa potencialidade e têm gerado oportunidades de trabalho inferiores ao crescimento da força de trabalho, agravam sobremodo a condição de progresso dos trabalhadores - acrescentou.
O senador por São Paulo lembrou que apesar de sempre falar na necessidade de construir uma sociedade mais justa com melhor distribuição de renda e com a pobreza erradicada, o presidente Fernando Henrique Cardoso, na prática, tem sido incapaz de avançar na conquista destes objetivos. Suplicy opinou que o governo apenas dá passos tímidos em direção ao necessário, como liberação de crédito para micro e pequenas empresas, reforma agrária, programas de garantia de renda mínima e agricultura.
Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) disse não concordar com a tese de que o governo Fernando Henrique Cardoso seja o responsável pela má distribuição de renda no Brasil. Para ele, nenhum presidente avançou tanto no atendimento às classes favorecidas como o atual. Já a senadora Heloísa Helena (PT-AL) concordou com o teor do discurso de Suplicy e acrescentou que o governo pratica crimes contra o interesse público "para garantir a mágica contábil do superávit primário", que garante o equilíbrio fiscal. Para o senador Ernandes Amorim (PPB-RO), se não forem tomadas providências em prol dos menos favorecidos, alguma coisa de muito grave poderá acontecer no Brasil.

02/05/2000

Agência Senado


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