Valadares responsabiliza o governo FHC pela crise energética



O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) disse nesta quinta-feira (dia 17), em Plenário, que pelo menos desde o início do ano passado o governo vinha sendo alertado para o risco de falta de energia elétrica. Citando reportagem publicada no último dia 10 pelo Jornal do Brasil, Valadares referiu-se a documento produzido pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), remetido em abril de 2000 à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ao Ministério de Minas e Energia (MME). No relatório, os técnicos do ONS alertavam que "o risco mais severo corresponde ao subsistema Sudeste/Centro-Oeste", com déficit previsto de 20% no abastecimento.

Segundo o jornal, nem o ministério e nem o próprio ONS revelaram maior preocupação com o quadro ameaçador, preferindo trabalhar com a possibilidade de que fortes chuvas enchessem os reservatórios das hidrelétricas. Em dezembro do ano passado, o operador voltou a chamar a atenção para o problema da seca, mas como começou a chover bastante em janeiro, nem um plano mais brando de racionamento foi implementado. Em fevereiro, verificou-se que o volume de chuvas não havia sido o esperado.

Valadares observou que, além dos transtornos causados pelos cortes de energia elétrica a serem impostos à população e às empresas, o Brasil vai diminuir o seu Produto Interno Bruto (PIB) em US$ 15 bilhões, com perda estimada de 800 mil empregos e redução de US$ 1,6 bilhão na relação entre importações e exportações.

- A importância do tema não foi devidamente considerada, restando uma história reveladora de desencontros, desinformações e displicências inaceitáveis - lamentou o senador sergipano.

Em aparte, o senador Amir Lando (PMDB-RO) disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso usa uma "mentira de conveniência" quando diz que foi pego de surpresa pela crise. Já Alberto Silva (PMDB-PI) disse que é preciso buscar soluções de emergência. Ele acredita que o déficit de mil megawatts do Nordeste pode ser superado por meio do arrendamento de 20 unidades geradoras no exterior, cada uma com capacidade de 50 megawatts.

17/05/2001

Agência Senado


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