SUPLICY SE ALARMA COM ESTATÍSTICAS DE DESEMPREGO



Ao discursar na sessão do Senado dedicada ao Dia do Trabalho, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) criticou a atitude 'despreocupada' do presidente Fernando Henrique Cardoso que preferiu não fazer um pronunciamento sobre os trabalhadores, mesmo diante de um quadro lastimável de desemprego crescente no país.

-Também não explicou FHC porque não está realizando sua meta de dobrar o poder aquisitivo do salário mínimo até o último ano de seu mandato, conforme prometera em sua campanha de 1994. Pois os 130 reais de maio de 1998 correspondem a um aumento de apenas 27% , em valor real, em relação aos 70 reais do salário mínimo em janeiro de 1995, bem longe dos 100% de sua promessa - ressaltou.

Além de criticar a paralisia do governo em relação ao desemprego, Suplicy apontou algumas saídas: "Um aumento maior do salário mínimo coordenado com a introdução de um programa de renda mínima para os mais carentes, contribuiria bastante para que chegássemos mais próximos de dar, a todos, maiores oportunidades de emprego e renda. O estímulo às formas cooperativas de produção, a expansão do microcrédito ou crédito popular também representam instrumentos úteis para atingir aquela meta".

Para Suplicy, está faltando ao governo, para solucionar o desemprego, a mesma criatividade e empenho que o presidente e seus ministros demostraram na votação da emenda da reeleição. "Durante muito tempo, o governo argumentava que o desemprego era um problema de São Paulo. Recentes pesquisas mostraram que a tendência crescente do desemprego também está presente em grandes cidades como Belo Horizonte, Porto Alegre, Distrito Federal, Salvador, Recife".

E prosseguiu: "Tampouco pode o governo refugiar-se nos dados do IBGE de desemprego aberto, que desprezam o subemprego e o desemprego por desalento. A pesquisa relativa a março mostrou uma deteriorização do mercado de trabalho nas seis regiões metropolitanas do país, com um índice de 8,18% , o segundo maior da série histórica iniciada em maio de 1982. O IBGE também pesquisa um conceito mais amplo de desocupação, incluindo empregados com rendimento inferior a um salário mínimo. Para março de 1998, o índice é de alarmantes 16,79%", concluiu Suplicy.



05/05/1998

Agência Senado


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