Tebet promete a professores tentar reabrir negociações com o governo



O presidente do Senado, Ramez Tebet, garantiu ao presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Roberto Leher, que tentará, com o apoio do presidente da Comissão de Educação, senador Ricardo Santos (PSDB-ES), reabrir os canais de negociação entre os professores universitários e o Executivo.

Tebet recebeu de Leher, na manhã desta terça-feira (13), apelo para intermediar junto ao governo a reabertura dos entendimentos com os professores universitários, em greve há quase 90 dias. Ao lado dos senadores Ricardo Santos, Heloísa Helena (PT-AL) e Paulo Hartung (PPS-ES), o presidente da Andes pediu a Tebet que realize gestões a fim de que o governo retarde o envio, ao Congresso Nacional, de projeto de lei com que espera acabar com o movimento. A proposta é combatida pelos professores.

De acordo com o presidente da entidade que representa os professores das universidades públicas brasileiras, o projeto idealizado pelo governo eleva uma gratificação com base em "critérios de produtividade que equiparam a universidade a uma empresa, além de aprofundarem disparidades de remuneração entre docentes".

- Se a proposta vier, acabará retardando a solução para o problema da greve, na medida em que teremos de combater o projeto. Possivelmente ele não será encampado pelos líderes políticos e, sendo uma matéria de iniciativa do Executivo, envolvendo despesas, não poderá ser alterada por emendas parlamentares - argumentou Leher.

Depois de receber o apelo de Leher, o presidente do Senado afirmou que "é fundamental encontrar logo uma solução para essa greve, que tantos prejuízos vem causando às universidades, aos professores, aos alunos e a suas famílias". O senador não fez qualquer juízo de valor sobre o mérito da proposta do governo, mas prometeu tentar o retardamento do envio da proposta do Executivo ao Congresso com o objetivo de permitir novos entendimentos entre as partes. Tebet garantiu, no entanto, que, no momento em que o projeto chegar ao Congresso, agora ou mais tarde, "será analisado e votado tendo em conta o interesse da sociedade brasileira".

13/11/2001

Agência Senado


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