Tecnologia para o uso da riqueza amazônica








Tecnologia para o uso da riqueza amazônica
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, inaugurou ontem o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), em Manaus.

Trata-se de um projeto desenvolvido em conjunto pelos ministérios do Desenvolvimento, de Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente, destinado a prover tecnologias que agreguem valor às matérias-primas da biodiversidade amazônica.

"O Brasil tem que dar uso às riquezas que possui e isto só pode ser feito por meio de pesquisa", disse o ministro Sérgio Amaral.


Indícios de recuperação na Argentina
Dólar estável e expansão do PIB. Números preliminares do Ministério da Economia da Argentina indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) mostrou leve recuperação, entre 0,1% e 1%, no segundo trimestre, em comparação com o período de janeiro a março.

Além disso, os depósitos bancários - em queda livre desde novembro - cresceram 1,5% em agosto sobre o total de depósitos do sistema bancário do país, ainda sob a vigência do confisco de fundos. Esse é considerado o fenômeno mais evidente de uma tendência favorável.

Também existem sinais de estabilização no preço do dólar, que ficou na média dos 3,60 pesos nos últimos 75 dias.

O economista Mario Broderson, da Econométrica, diz que "o segundo trimestre, que mantém os resultados do primeiro, foi o piso. E a partir dele, a economia encontrou pequena margem de condições para iniciar a recuperação". Houve retomada nas reservas internacionais - o Banco Central incorporou US$ 450 milhões nos últimos 45 dias.

Outro economista, Jorge Vasconcelos, da Fundación Mediterránea, prefere esperar mais um pouco: "Estamos num equilíbrio ainda débil, que pode sofrer reversão, dependendo do FMI e do cenário político, extremamente confuso". Desde maio, registrou-se ainda pequeno crescimento na produção industrial e um aumento do consumo de serviços públicos.


As ocupações emergentes
Ministério reconhece novas e velhas profissões, de pajé a mecatrônico. Depois de três anos de pesquisa, o Ministério do Trabalho concluiu a nova Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), que será anunciada pelo ministro Paulo Jobim no próximo 10 de outubro.

O documento atualiza a versão concluída há 20 anos, com a incorporação de funções surgidas com o desenvolvimento tecnológico e o reconhecimento de antigas ocupações, como a de charuteiro ou artista de circo, antes não consideradas como profissões.

Entre as novas ocupações, a CBO descreve as atividades do operador de telemarketing, do gerente de risco (no setor de seguros) e do mecatrônico, misto de engenheiro mecânico e eletrônico, que lida com máquinas de automação, como robôs.

As ocupações emergentes são resultado do crescimento de atividades em áreas como meio ambiente, biotecnologia, engenharia aerospacial, telecomunicações e informática.

Cerca de 3 mil funções foram agrupadas em torno de 600 famílias ocupacionais, dentro de critérios de afinidade. Para a tarefa, 100 pesquisadores ouviram a descrição do trabalho de 7 mil pessoas, em todas as regiões do Brasil, de filósofos a profissionais autônomos, de tintureiros a embalsamadores.

Desde a edição da CBO em 1982, o mercado de trabalho passou da condição de escassez de mão-de-obra qualificada para um ambiente dinâmico, no qual as mudanças são quase diárias, ressalta o ministro Paulo Jobim. Na nova versão, alimentada pelos próprios trabalhadores, "o sistema pode ser atualizado continuamente e estará disponível na internet", diz o ministro.


A luta por um lugar ao sol
Um mercado de R$ 222 milhões. O mercado potencial de protetores solares é 70% superior ao atual volume de vendas: somente 30% da população usa bronzeadores e afins. Nos bastidores desse crescente mercado, duas gigantes mundiais demonstram disposição em lutar pela liderança.
Há seis anos, desde que começou a comercializar a linha Nivea Sun, a alemã BDF Nivea trabalha para chegar em 2004 com o dobro dos 16% de sua atual participação no mercado pelos dados do Instituto AC Nielsen. Há 18 anos nas praias brasileiras com a linha Sundown, a norte-americana Johnson & Johnson não pretende abrir mão da liderança conquistada, que lhe dá 41% do mercado.

Campanhas publicitárias e ações de marketing estão sendo preparadas agora para a temporada de verão, época das grandes vendas. A Nivea Sun aposta em inovações tecnológicas no combate aos efeitos do sol. A Sundown quer doutrinar as novas gerações. Lança embalagens específicas para atrair os jovens.

É a disputa por clientela que comprou R$ 222 milhões, no ano passado, e com potencial para dobrar tamanho nos próximos anos.


Eletrobrás adia a emissão de debêntures
As condições adversas do mercado financeiro fizeram com que a Eletrobrás adiasse seu plano de emitir R$ 600 milhões em debêntures. Segundo o presidente da empresa, Altino Ventura Filho, a intenção era concretizar a oferta entre agosto e este mês, mas a remuneração prevista, de 11% acima do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), subiu à medida que a percepção de risco piorou. A operação foi desenhada para obras da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. O objetivo é concluí-la até dezembro.

Com exceção à distribuição de R$ 750 milhões em debêntures da Petrobras, desde fins de abril nenhuma das colocações levadas ao mercado local foi por meio de leilão. A alternativa das empresas tem sido pedir aos bancos coordenadores que dêem garantia firme às emissões, comprometendo-se a comprar parte dos títulos. É o caso do Pão de Açúcar, que vai captar R$ 400 milhões por dois anos. O Itaú e o Santander devem ficar com metade dos papéis a serem vendidos.(Gazeta Mercantil/Página A1)(Patricia Gil e Adriana Cotias - do Panorama SetorialPáginas B-2 e B-4)


Stiglitz faz críticas ao acordo com o Fundo
O economista Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia de 2001, chega hoje ao Brasil, em mais uma etapa da turnê para lançamento do seu livro "A Globalização e seus Malefícios". Ele estará hoje e amanhã no Rio de Janeiro, onde participará de uma série de entrevistas e seminários. Antes de embarcar para o Brasil, de seu escritório em Columbia (EUA), em entrevista por telefone a este jornal, Stiglitz mostrou-se surpreso com as mudanças nas metas de superávit fiscal primário - de 3,75% do PIB para 3,88% - do novo acordo do Brasil com o FMI. "O que o pessoal do Fundo concorda num dia, muda no outro", disse. "O risco óbvio é o do enfraquecimento da economia."


Colunistas

DENISE JULIANI

Lucratividade com responsabilidade
É cada vez maior o número de investidores interessados em obter mais de suas aplicações do que simples retorno financeiro. É claro que quem investe quer ver seu dinheiro crescer, mas nem todos estão atrás de lucro a qualquer preço. E a preocupação em colocar seu dinheiro em ações de empresas que atuem de forma socialmente responsável e contribuam para o desenvolvimento sustentável não está mais restrita aos investidores norte-americanos e europeus. Atualmente, muitos brasileiros decidiram levar esses critérios em consideração em suas decisões de investimento.

A tendência é mais notada entre os fundos de pensão, carteiras de investimento criadas por empresas com o intuito de garantir recursos para a aposentadoria de seus funcionários. A decisão dos fundos de pensão se ampara em estudos que apontam as empresas preocupadas em seguir critérios de responsabilidade social e ambiental como aquelas que têm melhor performance a longo prazo.

O fundo de pensão da Petrobras, o segundo maior do País, com R$ 14 bilhões em investimento s, começou este ano a promover estudos visando a inclusão de critérios sociais e ambientais nas análises e decisões de investimento, sem perder o foco no rentabilidade.

"As empresas atentas às questões sociais, ambientais e éticas são mais bem administradas, têm perfil de risco melhor do que o de outras, já que têm menos chances de sofrer acidentes ambientais ou paralisações por greves, por exemplo, e têm ganhos de reputação", observa Estêvão Kopschitz,economista da Petros.

Ao optar pela compra de ações de empresas sócio e ambientalmente responsáveis, o investidor envia sinais àquelas que ainda não despertaram para a importância do tema. No futuro, não será mais um diferencial, todas terão de seguir estes princípios se quiserem sobreviver.

Para o economista da Petros, os gestores dos fundos de pensão têm obrigação de proteger o interesse dos participantes e, exatamente por ter de administrar os investimentos da melhor forma possível que os dirigentes destes fundos têm de atentar para as empresas socialmente responsáveis.

Mas os investidores podem ir mais longe. Além de estimular as empresas que seguem estes conceitos, comprando suas ações, eles também podem incentivar as companhias a melhorar sua atuação ambiental e social. A Petros, por exemplo, por possuir um volume significativo de ações de algumas companhias, indicou membros para o conselho de administração de 14 delas e fiscal de 4. É nas reuniões destes conselhos que estas idéias são defendidas, como uma maneira de valorizar e proteger os investimentos de seus participantes.


Editorial

COMPETITIVIDADE DA PEQUENA EMPRESA

A pequena empresa é geradora de empregos, distribuidora de renda e fonte de inovações, razão pela qual as políticas públicas devem ser diferenciadas para os agentes econômicos responsáveis por ela. Essa a conclusão do V Fórum Interamericano de Microempresa, encerrado ontem no Rio de Janeiro. A reunião serviu para uma ampla troca de experiências do setor nos diversos países participantes e para chegar a um consenso sobre o papel fundamental da pequena produção no desenvolvimento das nações.

Para que ela possa exercer essa função, o Fórum advoga a criação de um ambiente econômico favorável à empresa de pequeno porte, isto é, dar tratamento desigual para os desiguais, princípio que está consagrado na Constituição do Brasil. Isso significa, por exemplo, aprofundar a diminuição, já existente, da burocracia para a abertura e gestão dos pequenos empreendimentos.
Outro ponto a ser levado em consideração é a ampliação do âmbito dos Simples federal e estadual, que reduzem a carga tributária, limitando-se, porém, a determinadas atividades. Embora com essa restrição, o Simples federal propiciou a legalização de milhares de pequenas empresas, responsáveis por 3,8 milhões de empregos. Isso mostra que a grande maioria dos empreendedores prefere a legalidade, como provam também programas de inscrição de empresas organizados por alguns municípios, com resultados altamente positivos.

A conseqüência dessa desoneração, ao contrário do que poderia parecer, não é a queda da arrecadação, mas até seu aumento, provocado por uma base maior de contribuintes, além da diminuição do número de sonegadores entre os que já estavam inscritos.

Para o financiamento de suas atividades, empreendedores queixam-se de dificuldades para a obtenção de crédito. Algumas iniciativas estão em andamento, como as instituições de microcrédito e as cooperativas de crédito. Essas entidades tendem a crescer, ainda mais se tiverem apoio oficial. E, para minimizar o problema das garantias, há o fundo de aval, que deve ser ampliado.
As empresas poderiam também ter maior acesso às compras governamentais. Nos Estados Unidos, 23% dessas compras devem ser feitas em pequenas empresas (na Nasa, esse número sobe para 33%). Segundo o Sebrae Nacional, no Brasil só 5% dos gastos do governo com fornecedores são com pequenas empresas.

Para aproveitar a competitividade das pequenas empresas brasileiras e aumentar o universo de seus clientes, o Sebrae Nacional está montando um programa de articulação de cadeias produtivas com grandes empresas.

O maior problema de um programa de encadeamento empresarial é a assimetria do conhecimento, muito maior na grande empresa. Para estabelecer o equilíbrio, será preciso capacitar tecnologicamente as empresas menores. O projeto deve ser estimulado por políticas públicas que facilitem o entendimento entre as partes. O embaixador Rubens Ricúpero, da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad, sigla em inglês), manifestou, nas reuniões do Fórum, grande interesse pelo programa, o que permite esperar pelo apoio da entidade.
Para reforçar o desempenho dos pequenos empreendimentos, está em andamento um programa de formação de "clusters", sistemas produtivos locais em áreas de concentração de empresas e instituições de determinado setor. O projeto-piloto terá quatro cadeias produtivas regionais: em Paragominas, no Pará; Campina Grande, na Paraíba; Tobias Barreto, em Sergipe; e Nova Friburgo, no Rio. O programa, organizado pelo Sebrae Nacional, tem o apoio do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) e conta com tecnologia italiana.

Não se pode esquecer a capacidade de geração de empregos das micro e pequenas empresas, ainda mais no atual cenário brasileiro, em que o desemprego é tema central das campanhas dos candidatos à Presidência da República. As empresas de pequeno porte respondem por cerca de 44% dos empregos no Brasil, cujo total, em 2000, era de 30,6 milhões.

Nesse sentido, foi apresentado na reunião do Rio o trabalho realizado por encomenda do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) juntamente com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), intitulado "Desenvolvimento Humano, Trabalho Decente e o Futuro dos Empreendedores de Pequeno Porte".

Realizado sob a coordenação do professor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, Ignacy Sachs, o estudo mostra que o emprego no Brasil depende muito da expansão das micro e pequenas empresas.


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09/12/2002


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