TIÃO VIANA CRITICA O USO DE DDT NO COMBATE À MALÁRIA
Em apelo ao Ministério da Saúde, o senador Tião Viana (PT-AC) pediu nesta segunda-feira (dia 3) que o governo deixe de utilizar DDT no combate à malária e reavalie sua política de controle das doenças contagiosas. O senador questionou a relutância das autoridades brasileiras em implementar o controle biológico de vetores. Ele explicou que no controle biológico são utilizados organismos de uma determinada espécie com o objetivo de controlar, no meio ambiente, a densidade populacional de outro organismo prejudicial à saúde, detectado como vetor de enfermidade humana ou praga para a agricultura.Além de evitar a contaminação do meio ambiente, o controle biológico de vetores, segundo o senador, tem ainda como vantagem sua multiplicação em grande escala de forma econômica. Tião Viana informou que essa forma alternativa de combate às pragas já é utilizada em Cuba, com grande sucesso. No Brasil, existe apenas algumas experiências da Embrapa e no Rio Grande do Sul, observou, acrescentando que o governo deveria investir mais em pesquisa na área de biotecnologia. - No novo milênio que se aproxima, a busca de soluções não-agressivas ao meio ambiente, de baixo custo e de grande retorno social para a população, será imperativa na área da saúde pública. Só assim os cidadãos brasileiros terão verdadeiramente assegurado seu direito básico e universal à saúde, conforme estabelece a Carta Magna de 1988 - defendeu. O senador advertiu que o uso do DDT é altamente nocivo à saúde e ao meio ambiente, tendo sido proibido o uso desse produto nos Estados Unidos em 1972. Tião Viana afirmou que mais de dois bilhões de pessoas correm o risco de contrair a malária em cerca de 100 países, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) informou que em seu estado o governo conseguiu melhorar os índices de combate à malária importando a experiência de Cuba. Mozarildo sugeriu que a Frente Parlamentar da Saúde encontre mecanismos para fazer com que o ministério tenha soluções alternativas para o problema.
03/05/1999
Agência Senado
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