Tião Viana retira críticas a Chávez depois de retratação do presidente venezuelano



O senador Tião Viana (PT-AC) foi à tribuna, nesta segunda-feira (24), para retirar declarações feitas na semana anterior, quando criticou o presidente da Venezuela, Hugo Chaves, por ataques ao Senado brasileiro. O parlamentar justificou a decisão pelo de fato de Chávez, em recente programa de rádio dirigido à população venezuelana, ter dito que suas palavras - em visita a Manaus, na semana passada - haviam sido deturpadas pela imprensa.

Em Manaus, de acordo com registros na imprensa, Chávez acusou o Senado brasileiro de atrasar a decisão sobre o ingresso da Venezuela no Mercosul por submissão ao governo dos Estados Unidos. Nos termos veiculados, Chaves teria dito, em alusão aos EUA, que"o Império estava falando mais alto".

- Reagi, como não poderia ser de outra forma. Tal como divulgadas pelos meios de comunicação, as declarações do chefe de Estado venezuelano atingiam de maneira inaceitável a honra do Senado Federal - disse o senador, ao justificar sua manifestação inicial.

Tião Viana esclareceu, em seguida, que recebeu com alegria a informação, também pela imprensa, de que Chávez negou que tivesse feitos as declarações divulgadas. No programa radiofônico, o presidente teria dito que foi tratado com "preconceito e manipulação" por parte de uma imprensa que, segundo ele, não faz parte de um "espírito democrático latino-americano". Para o presidente venezuelano, suas palavras foram deturpadas para atender a interesses contrários à entrada do país no bloco regional.

- Não tenho porque duvidar do presidente Hugo Chávez. Se ele se apressa em oferecer contorno diferenciado às palavras que lhe foram atribuídas; se ele reitera seu respeito ao Poder Legislativo brasileiro, um Poder legitimamente eleito e legalmente constituído, também me sinto no dever de deixar claro que, em momento algum, tive a intenção de ofendê-lo - disse.

Tião Viana disse ainda que jamais se opôs e continua não fazendo reservas ao ingresso da Venezuela no Mercosul. Segundo ele, o peso econômico do país vizinho - sustentado, sobretudo, pelas grandes reservas petrolíferas de que dispõe - poderá oferecer novo impulso para a dinamização do mercado comum que há quase duas décadas mobiliza esforços para sua criação.

- Lembro ao presidente Chávez que pertenço a uma geração que sonhou - e ainda hoje não perdeu de vista essa generosa utopia - ver a América Latina superando as barreiras geográficas, políticas, sociais, econômicas e culturais que a pesada herança colonial potencializou - disse.



24/09/2007

Agência Senado


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