Tourinho elogia ampliação do Projeto Malhas e pede Petrobras no varejo do gás de cozinha
O senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) comemorou a assinatura, no último dia 1º, de um contrato, no valor de US$ 1 bilhão, que vai permitir a implantação do Projeto Malhas - a expansão das malhas de gasodutos das Regiões Sudeste e Nordeste, e a interligação de ambas. O projeto vai ampliar a capacidade de transporte de gás natural no Nordeste em 9 milhões de metros cúbicos por dia, nos próximos dois anos.
A ampliação da Malha Nordeste, informou o senador, prevê a implantação de sete gasodutos e ramais, com 962 quilômetros de extensão, a construção de oito citygates e a instalação de duas estações de compressão na Bahia, nos municípios de Candeias e Catu. Tourinho elogiou a atuação da Petrobras, que segundo ele se tem destacado em um momento de crise na economia brasileira.
As obras de ampliação da Malha Nordeste vão começar no segundo semestre, com término previsto para 2005. Cerca de 40% do financiamento virão do Japan Bank for International Cooperation - JBIC. O projeto terá ainda US$ 256 milhões do BNDES e mais US$ 250 milhões de um pool de bancos internacionais, além de aporte próprio de empresas japonesas.
- A assinatura desses contratos torna necessário, inevitável e irreversível o projeto de interligação dos gasodutos Sudeste-Nordeste (Espírito Santo/Bahia), o que certamente será anunciado proximamente pela Petrobras - disse o senador.
Na análise que fez das conseqüências do Projetos Malhas, o senador Rodolpho Tourinho disse que é a única solução viável para a expansão da geração de energia elétrica para o Nordeste através de termoelétricas. Disse que é a solução para o transporte e desenvolvimento dos campos de gás descobertos na Bahia, na região de Valença-Caramuru, estimados em mais de 5 milhões de metros cúbicos diários. Além disso, acrescentou Tourinho, o Projeto Malhas vai permitir a ampliação futura do Pólo Petroquímico da Bahia com a utilização de gás natural, diante das limitações do fornecimento de nafta. Deverão ainda ser gerados mais de 10 mil empregos diários durante a construção dos gasodutos.
- É preciso, agora, cuidar dos projetos que levarão o gás ao Maranhão, Piauí, Distrito Federal, Goiás e Tocantins, além de resolver os problemas ambientais de Rondônia - acrescentou.
Tourinho elogiou ainda o retorno da Petrobras ao setor petroquímico, depois de uma saída que qualificou de -danosa e precipitada-. Tourinho defendeu também a presença da Petrobras na distribuição de gás de cozinha (GLP) no varejo, o que permitiria preços mais em conta.
Em aparte, o senador César Borges (PFL-BA) perguntou qual seria a solução para os preços dos derivados de petróleo no Brasil, sempre instáveis, agora abalados pela greve de trabalhadores na Nigéria. Tourinho respondeu que a Petrobras ainda não pode ter atuação decisiva nos preços, porque depende em muito da empresa o superávit primário do país. Quanto ao gás de cozinha, disse, só a entrada da Petrobras no mercado poderá reduzir preços. Em outro aparte, o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) perguntou se há risco de novo apagão. Tourinho respondeu que -infelizmente, sim-, porque a mesma falta de investimentos e de legislação apropriada que existia em 2001, no primeiro apagão, persiste até hoje.
08/07/2003
Agência Senado
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