TRE impede aliança PPS/PHS









TRE impede aliança PPS/PHS
A coligação do PPS com o PHS para o Senado, que tem como candidato Nélson Borges, terá que ser desfeita. Ontem, o TRE-PE comunicou às legendas a impossibilidade da aliança. A alteração é determinada pela Lei Eleitoral que não permite que a coligação majoritária estadual insira novas legendas nas alianças para a disputa por vagas na Assembléia Legislativa e na Câmara Federal - no caso foram incluídas PSC e PSDC. O delegado da Frente Social Humanista de Pernambuco (PPS, PHS, PSC e PSDC), Cláudio Carraly, disse que a mudança será feita e que o PHS se manterá apenas em aliança branca com o PPS para o Senado. As coligações Frente Social pelas Mudanças (para deputado estadual, com PPS, PHS e PSDC) e Frente Social Humanista (para federal, com PPS, PFS, PSDC e PSC) estão mantidas.

A alteração levou a coordenadoria de propaganda eleitoral do TRE-PE a adiar para a próxima quinta-feira o sorteio da ordem de participação das coligações e partidos no guia eleitoral, que se inicia no dia 20 de agosto. Também ficou paraaquele dia a definição sobre o plano de mídia, inclusive o tempo das inserções publicitárias em rádio e TV às quais as siglas têm direito semestralmente - se de 15, 30 ou 60 segundos. Além disso, as emissoras geradoras das imagens e do som para o guia serão escolhidas na quinta. O TRE indicou a TV Globo e a Rádio Jornal, respectivamente, mas outros veículos de comunicação pediram para que fosse feito um rodízio, sugestão que está sendo estudada.

Também ontem, a coordenadoria de propaganda apurou denúncia de uso indevido de imagem na propaganda eleitoral do candidato a deputado estadual Marco Aurélio (PFL). Ex-presidente do Centro de Solidariedade do Trabalhador, da Força Sindical, Aurélio foi acusado, por denúncia anônima, de estar usando indevidamente a logomarca da central sindical em anúncios. A checagem foi feita pelos fiscais do TRE, que, de fato, encontraram cartazes do candidato com a logomarca na ponte Gilberto Freire, em Afogados.


Maciel condena terrorismo eleitoral
Vice-presidente diz que País manterá estabilidade "seja qual for o candidato vitorioso"

O vice-presidente Marco Maciel (PFL) disse ontem no Recife que "seja qual for o candidato vitorioso" nas eleições presidenciais, "nada vai alterar a nossa estabilidade política". Sobre a oscilação na economia (com o aumento do dólar em relação ao real), ocorrida nas últimas semanas a partir da ascensão nas pesquisas do presidenciável do PT (Luiz Inácio Lula da Silva), Maciel afirmou que "apesar dos ataques especulativos, nós estamos caminhando bem". Advertiu que por trás desses "ataques" há interesses do mercado internacional, que não são os do Brasil. São interesses, segundo ele, que visam "justamente auferir vantagens para aplicadores, pessoas físicas ou jurídicas".

Para Maciel - que é candidato ao Senado - os resultados das últimas pesquisas ainda não refletem com nitidez a decisão do eleitorado brasileiro. "A campanha agora que está se iniciando, só vai começar mesmo quando tiver início a propaganda de rádio e televisão", argumentou ele, acrescentando que só aí é que os eleitores "começam a fazer suasopções". Indagado se o candidato do PPS, Ciro Gomes, poderia tornar-se "o grande adversário" de José Serra (PSDB) na disputa para chegar ao segundo turno, Maciel respondeu: "Ainda é cedo para dizer isso".

Citou como exemplos "dados de uma pesquisa do Datafolha" que indicavam um percentual de 47% de eleitores ainda indecisos. "Os 53% restantes não expressaram ainda uma decisão de voto, mas uma intenção de voto. Só mais adiante o quadro vai ficar mais claro", afirmou . Nessa "indecisão", de acordo com ele, há o fato de que "o eleitor também se reserva o direito, e aí é uma sabedoria do eleitor, de acompanhar os debate, observar, decantar", para só depois tomar uma decisão.

Sobre a adesão de diretórios regionais do PFL a Ciro Gomes, o vice-presidente (que integra a ala pefelista que apóia José Serra) afirmou que não há "nenhum reparo a fazer". Justificou que o partido resolveu não lançar candidato próprio à Presidência e assim liberou os diretórios para fazer, nos Estados, as alianças "de acordo com as necessidades locais". Ressalvou, porém, que espera que estejam todos juntos "no segundo turno".

ATAQUES LOCAIS - Alvo preferido da oposição pernambucana para as próximas eleições, Maciel disse que vai fazer "uma campanha de alto nível", sem revide aos ataques que porventura venha a sofrer: "O povo pernambucano é muito politizado e quer um debate de alto nível e essa é a minha linha. Acho que essa linha guarda compatibilidade com aquilo que é o nosso povo. Esta é a minha linha e acho que ela está em sintonia com o que pensa o povo pernambucano".

Maciel fez as declarações em entrevista concedida após ser homenageado em almoço do Caxangá Ágape (grupo que reúne executivos e consultores do Recife). Em seu discurso, ele afirmou que "por devoção a Pernambuco" tornou-se "um intérprete dos seus anseios e de suas aspirações, de seus sofrimentos e suas angústias".


Inocêncio cobra indicação para o TCE
Deputado defende escolha de Antonio Mariano como conselheiro do Tribunal de Contas

SERRA TALHADA - Logo após desembarcar, ontem, na sua terra natal, para mais um "dia do fico", o líder do PFL na Câmara dos Deputados, Inocêncio Oliveira, defendeu abertamente a candidatura do deputado estadual Antônio Mariano (PFL) para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), desejada pelo grupo Mendonça.

"Estou defendendo a candidatura de Antônio Mariano ao TCE e vou defender a vida toda, porque é uma reivindicação legítima de um companheiro preparado e correto", afirmou Inocêncio. A candidata do grupo Mendonça é a atual líder do governo Jarbas Vasconcelos (PMDB) na Assembléia Legislativa, Tereza Duere (PFL).

O líder do PFL frisou que a sua decisão de permanecer na vida pública não passou por nenhuma espécie de negociação com o Governo neste sentido. "Estou defendendo a candidatura de Antônio Mariano ao TCE, mas com toda a transparência, este cargo não está em negociação", ponderou. Nos bastidores, sabe-se que Inocêncio não acha justo não ter nenhum espaço estadual, apesar de toda a sua densidade eleitoral, prestígio e força, enquanto os Medonças, liderados pelo deputado federal José Mendonça Bezerra, têm a vice-governadoria, a liderança do Governo na AL e secretarias estaduais poderosas como a de Infra-estrutura, responsável, por exemplo, pela maior obra de Jarbas, a duplicação da BR-232.

Recentemente, durante os dias em que manteve-se mais distante dos políticos e da Imprensa de uma maneira geral, para não falar sobre as suas insatisfações com a política, ele desabafou com um deputado aliado: "O que eu tenho no Estado?". O deputado federal José Mendonça Bezerra já declarou também há poucos dias que Tereza Duere continua como candidata do grupo, deixando claro que não está dispostos a ceder.

Entretanto, segundo o DIARIO apurou, há uma solução sendo trabalhada internamente.

Esta solução seria o Governo apoiar Antônio Mariano para a vaga de conselheiro do TCE e assegurar o apoio da bancada governista para Tereza Duere ser a presidente da Assembléia Legislativa na próxima legislatura.

Antônio Mariano deseja ir para o Tribunal porque não será mais candidato à reeleição.

Quem assumirá o seu espaço político no Sertão do Pajeú é a filha dele, a vereadora Aline Mariano, de Afogados da Ingazeira. O apoio do PFL à candidatura de Aline também tem sido uma das condições estabelecidas por Inocêncio para a sua permanência na vida pública.


Bancos na mira da Justiça Eleitoral
TSE poderá julgar denúncia sobre u so de dados das pesquisas para especulação financeira

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está preparado para abrir um processo contra o uso de informação privilegiada de pesquisas eleitorais por parte de bancos e corretoras de valores. Foi o que informou ontem o ministro do TSE Fernando Neves. "Qualquer parlamentar ou partido político que se sinta prejudicado por essa manipulação pode recorrer ao tribunal. Se o caso vier para nós, vamos examinar o que for necessário e julgaremos. O que não podemos fazer é investigar, pois não temos poder de polícia", disse.

O TSE enviou uma série de informações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que investiga pelo menos quatro bancos, dois deles estrangeiros. A Comissão suspeita que essas instituições usaram informações de pesquisas, muitas delas compradas com recursos próprios, para manipular os preços de contratos nos mercados futuros de câmbio e de juros. Esses contratos são negociados na Bolsa de Mercadorias e de Futuros (BM&F), quinta maior bolsa mercantil do Mundo, que movimentou R$ 9,7 trilhões no ano passado. Com base nas informações privilegiadas, os bancos assumiram posições nos mercados futuros. Depois, trataram de espalhar boatos para aumentar as taxas de juros e os preços do dólar. Antes que as informações verdadeiras das pesquisas fossem divulgadas, as instituições venderam seus contratos, realizando lucros considerados extraordinários para os padrões normais de mercado, segundo analistas da CVM. Duas pesquisas, particularmente, permitiram esse tipo de movimento.

A primeira delas foi registrada no TSE pelo Instituto GPP no dia 24 de abril. Dias antes de o levantamento chegar ao tribunal, houve um aumento expressivo de negócios no pregão da BM&F. Do dia 22 para o dia 23 daquele mês o total de contratos com câmbio e juros aumentou 81% e o volume financeiro pulou de R$ 14,6 bilhões para R$ 24,3 bilhões. O movimento foi estimulado pelo boato de que o candidato do PSB, Anthony Garotinho, teria passado José Serra, do PSDB. O boato era que Garotinho tinha 21% e Serra 17%, fato que não se confirmou.

A outra pesquisa foi registrada no TSE pelo Ibope no dia 16 de maio, mas a coleta de informações foi feita entre os dias 17 e 20 de maio. A pesquisa foi comprada pelo Bank of America, dos Estados Unidos. No dia seguinte ao fechamento da pesquisa, surgiram as insinuações sobre a disparada de Lula. Junto com as informações privilegiadas, o mercado foi inundado com relatórios de bancos estrangeiros recomendando a redução de investimentos no País. O dólar e o risco-Brasil dispararam.

Os fiscais da CVM informaram que também um levantamento do Ibope para a Corretora Ágora Senior está sob suspeição. A Comissão não concluiu o cruzamento das informações neste caso, mas dados preliminares mostram que o levantamento provocou transtornos no mercado. A pesquisa foi registrada no TSE dia 25 de junho. Mas a Ágora Senior nunca divulgou oficialmente os resultados, alegando que as informações não tinham abrangência nacional. A corretora informou ainda que não era o comprador final da pesquisa. As informações já antecipavam a ultrapassagem de José Serra por Ciro Gomes, do PPS, e provocaram um forte ataque especulativo contra o real.

Presidente nomeado da CVM, o advogado Luiz Leonardo Cantidiano, que tomará posse no próximo dia 15, disse que levará até o final o processo contra as instituições financeiras que manipularam o mercado com base em pesquisas eleitorais. Segundo Cantidiano, os mercados futuros são um ambiente novo de fiscalização para a CVM.

"Mas vamos instalar um sistema on line de acompanhamento que nos permitirá, no ato do fechamento de um negócio, ver se um banco está manipulando o mercado com informação privilegiada", ressaltou.

O Bank of American informou que desde junho, quando surgiram as suspeitas de uso de informação privilegiada de pesquisas, suspendeu a divulgação dos levantamentos comprados junto do Ibope por R$ 1,5 milhão anuais.


Serra acusa deputado
VITÓRIA - O candidato do PSDB à Presidência, José Serra (PSDB), afirmou ontem que, no Espírito Santo, "há traficantes que têm mandatos de deputados". O tucano disse que o presidente da Assembléia Legislativa, José Carlos Gratz (PFL), é "suspeito de comandar o tráfico" no Estado. "Queria fazer um apelo público ao PFL do Espírito Santo que não dê legenda ao sr. Gratz, que é suspeito de comandar o tráfico aqui", disse Serra.

Serra afirmou ainda que o Ministério Públioco Federal errou ao arquivar o pedido de intervenção no Estado. Ressaltou, porém, que a decisão não passou pela alçada do presidente Fernando Henrique Cardoso. Nervoso ao saber das declarações de Serra, Gratz foi duro. "O grande traficante desta nação é José Serra e quem o rodeia", afirmou o presidente da Assembléia do Espírito Santo. "Somente um moleque da laia dele vem ao meu Estado falar de mim, ele não merece tratamento diferente daquele que eu dispenso aos canalhas", disse o deputado. "O pefelista que tiver vergonha na cara não dará seu voto a esse canalha".

Gratz negou qualquer envolvimento com o tráfico. "Podem colocar a PF, o MP, a CIA para procurar saber da minha vida", disse o deputado. "Sou o cidadão de um País livre, o único brasileiro que teve as contas devassadas e nada foi encontrado", completou Gratz, que disse ter certeza que foi atacado por causa da inclinação de seu partido para a candidatura do presidenciável do PPS, Ciro Gomes.


Governo desiste de mexer na poupança
O governo desistiu de propor mudanças nas cadernetas de poupança e enterrou de vez a idéia de aumentar o rendimento e de acabar com a isenção de recolhimento de Imposto de Renda da aplicação. O diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy, afirmou ontem que os estudos foram interrompidos porque o assunto é muito complexo e não haveria tempo hábil para que o Congresso concluísse as discussões na atual legislatura.

"O debate está congelado. Os estudos devem continuar no próximo governo, se houver interesse", disse o diretor. O projeto de reformulação da poupança estava em discussão pela equipe econômica desde o ano passado, envolvendo técnicos do Banco Central, dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, e da Caixa Econômica Federal.


Artigos

SOS dignidade
Amparo Caridade

O Brasil é penta, mas divide o coração de seus filhos entre a festa da vitória e as dores da violência que compõe o cenário atual e que tem minado a dignidade de nossa condição de seres humanos. Foi bonito de se ver o universo de gestos cordiais e éticos entre os povos, graças ao cumprimento das normas internacionais estabelecidas. Não fossem as regras respeitadas, de certo, os estádios se transformariam em campos de batalha. Isso me faz pensar que a paz é possível, se investirmos nisso. O panorama que contextualiza o momento é de extrema violência contra os outros, contra a própria vida. Sucedem-se crimes que parecem disputar em hediondez. A mídia nos põe em contato sistemático com essa trágica realidade. Refiro-me aqui, aos "Tim Lopes" mortos e esquartejados pela guerra declarada do tráfico de drogas e muitas outras mortes.

Falo da violência da fome e das carências que abatem crianças e adultos, nas cidades como nos sertões do
Brasil. Falo da violência do desamparo social em relação à saúde, educação, moradia, saneamento e outras tantas, que costumamos deixar silenciadas. Falo da "pequena grande morte" de milhares de vítimas dessas formas plurais de violência.

Avançamos cada vez mais para o fundo do poço, no que se refere ao desrespeito aos nossos semelhantes. As formas de violência que procedem da sociedade, do desamparo dos governos e da marginalidade, vêm minando a dignidade da vida, matando pessoas inocentes, impedindo que se cumpram os projetos naturais da vida humana e social. Por estes (des)caminhos, está nos sendo negado o mais sagrado direito, o da dignidade humana e da dignidade da vida. Se isso nos falta, a condição humana fica maculada, aviltada, banalizada, insustentável. A condição de resgate dessa dignidade que dá sentido ao humano, estaria no modo ético de estarmos no mundo com os outros, (como nossos jogadores em campo) e em relações reflexivas com os outros e cada um consigo mesmo.

Figueiredo atribui ao termo ética, procedente de "ethos", tanto o sentido de costumes e hábitos, como o sentido de morada, lembrando que hábitos e habitações compartilham a mesma raiz. O que se observa é que, por falta de um ethos confortável e sustentador, convivemos com as mazelas presentes na Sociedade contemporânea, como as intolerâncias, xenofobias e guerras. Considero a relação ética e morada, muito feliz, pois podemos a partir disso, compreender a ética como a norma que possibilita a construção humana de um lugar confiável, seguro e sereno para nele se morar. De fato, só a ética nos permitirá fazer do mundo uma morada digna para o ser humano; uma morada onde nos sintamos acolhidos, protegidos, valorizados, respeitados uns pelos outros. A ética é o modo seguro que temos de estar no Mundo com os outros. Neste sentido, ela é a casa do ser, é garantia de dignidade.

Mais que nunca, o Mundo clama por ética em todos os quadrantes da vida e do Planeta. É a questão mais urgente e universal com a qual nos confrontamos atualmente, pois está em jogo o nosso futuro, o futuro da Humanidade. Nos foruns, conferências, congressos e jornadas científicas, os temas vida, saúde e dignidade, têm se tornado sagrados. São temas que exigem atitudes éticas, bioéticas e antropoéticas.

Conhecemos, pela História, que a dignidade é uma conquista lenta e dolorosa. No processo da colonização, os "civilizados" duvidaram que nossos índios fossem humanos, que eles tivessem mesmo uma alma. Nutriram-se concepções de que o negro era uma propriedade do branco, e ele foi escravizado. Conviveu-se com a arrogância do sistema patriarcal que submeteu as mulheres aos pais e maridos, como se elas fossem seres inferiores. Uma história de antecedentes nada dignos. Ao contrário disso, E. Morin postula hoje uma antropoética, ou seja, uma ética para todo o gênero humano, onde ninguém fique de fora dessa "morada" segura, onde todos convivam com a dignidade de ser humano. Entretanto nenhuma conquista continuará acontecendo sem nossa contribuição pessoal, sem nossa própria revolução ética pessoal e sem um trabalho social eficiente. Se simplesmente reenviarmos essa responsabilidade aos governos, tudo permanecerá como está, comprometendo o amanhã da sociedade.

Chego de um congresso, onde se discutia abertamente, que os cientistas e os humanistas têm de se dar as mãos, que ciência, ética e bioética têm de estar juntas, e que o conhecimento científico, terá de transformar-se também em sabedoria. Nenhuma arrogância intelectual solitária dará conta de construir o caminho do Bem. A partir de condutas éticas, juntos poderemos construir uma nova estética existencial, onde o ser humano reconhece-se digno e confiável.


Colunistas

DIARIO POLÍTICO - Divane Carvalho

Sem grandes problemas
Otimista inveterado, Marco Maciel não acredita que o Brasil enfrentará maiores problemas econômicos ou políticos, por conta do resultado da eleição presidencial de outubro. Mesmo que o mercado continue sofrendo oscilações quando aumenta o risco-Brasil, que tem crescido a cada rodada de pesquisas eleitorais para presidente da República. Para o vice-presidente, essa questão não será suficiente para mudar o rumo do País porque os eleitores não se deixarão enganar pois sabem que, por trás disso tudo, há especuladores que se beneficiam com as indefinições políticas, perfeitamente normais em início de campanha. Ele diz que o povo brasileiro sabe o que quer e ressalta que isso ficou bem claro na crise asiática e também em 1998, quando o Governo foi o brigado a desvalorizar o Real, lembrando que, nas duas ocasiões, a população entendeu a crise, lutou junto ao Governo pela manuntenção da estabilidade econômica e atravessou as dificuldades daqueles momentos sem grande problemas. Por tudo isso, Maciel acredita que oseleitores ainda não decidiram em quem votarão para presidente e, na sua opinião, isso só vai acontecer mesmo a partir dos programas eleitorais gratuitos de rádio e TV, que começarão em agosto. Talvez para justificar suas declarações, Maciel lembrou que o ex-presidente Juscelino Kubitschek dizia que o otimista pode errar mas o pessimista já começa errando. Assim, só resta torcer para que tudo dê certo.

Foram de tucanos os telefonemas dados para o PSB de Arraes, ontem, avisando que Carlos Lapa(PSB) estava no apartamento de Sérgio Guerra (PSDB) em Piedade, conversando sobre a eleição de outubro. Os socialistas estão ouriçados

Encontro
João Paulo participa do 43º Encontro Geral da Frente Nacional de Prefeitos, que termina,hoje, no Centro de Convenções de Vitória, no Espírito Santo. Para discutir o estatuto da entidade e sua ampliação.

Livros
Pedro Eurico (PSDB) não perde tempo e enquanto faz campanha para se reeleger vende livros. O deputado informa que a Livraria Arraial já tem Ampliando o possível, de José Serra, Um desafio chamado Brasil, de Ciro Gomes, e a Era FHC, avaliação dos dois mandatos do presidente por Bolívar Lamounier.

Apelo
Cheguem cedo. Esse é o apelo que o coordenador da campanha de Ciro Gomes (foto) em Pernambuco, Waldemar Borges (PPS), está fazendo a quem deseja participar do jantar-palestra do presidenciável, amanhã, no Spettus. Porque o evento começará impreterivelmente às 19h.

Almoço 1
Marco Maciel teve que tirar o paletó, ontem, durante a homenagem que recebeu do Caxangá Ágape no Spettus, porque essa é uma tradição dos agapeanos. Ficou tão incomodado, o vice presidente, como se tivesse feito um strip-tease.

Almoço 2
Jarbas Vasconcelos não foi ao almoço oferecido a Maciel mas Sérgio Guerra, que também disputará o Senado, estava lá. Junto com os suplentes Gustavo Krause, Marcos Cunha e Roberto Pandolfi.

Carta 1
Joaquim Francisco (PFL-PE) ficou bem irritado porque o PFL colocou o nome dele na carta enviada a Inocêncio Oliveira, sem consultá-lo, fazendo um apelo para que ele continuasse na política.

Carta 2
O deputado não gostou e ligou para André de Paula protestando: "Eu acho que Inocêncio deve continuar na vida pública, mas o partido não podia colocar meu nome na carta sem me ouvir".

Inauguração
Bingo, música e muita energia, é o que promete Teresa Leitão, do PT (foto), candidata a deputada estadual, na inauguração do seu comitê eleitoral, instalado na rua do Príncipe, 225. Amanhã, a partir das 9h.


Editorial

MEDIDA EXTREMA

Os brasileiros descobriram há pelo menos três anos que o Espírito Santo tornou-se um reduto de violência, corrupção e impunidade. As constantes denúncias de envolvimento de autoridades locais com práticas criminosas levaram o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) a pedir uma intervenção federal no estado. Em comum acordo com o presidente Fernando Henrique Cardoso, o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, decidiu arquivar o pedido.

O presidente posicionou-se contra a medida por julgá-la inadequada para resolver os problemas do Espírito Santo neste momento. A principal preocupação diz respeito à proibição legal de mudanças na Constituição durante a vigência de intervenção federal num estado. Trata-se de uma determinação do parágrafo primeiro do artigo 60 da Carta Magna.

Em tempos de turbulência na economia, Fernando Henrique não pode prescindir da faculdade de propor emendas constitucionai s. Engessado na capacidade de corrigir distorções na legislação brasileira, o presidente perderia um importante instrumento de ação de governo em momentos de crise. A rejeição do pedido feito pelo CDDPH evita que uma questão local do Espírito Santo se transforme num problema nacional.

O Governo federal também avaliou que a intervenção seria imprópria a menos de seis meses do fim do mandato do governador José Ignácio Ferreira (PTN). Não teria sentido uma mudança tão radical às vésperas de os eleitores escolherem quem eles querem ver na condução do estado a partir de janeiro. Se existe insatisfação popular com os atuais dirigentes, os próprios eleitores terão oportunidade de manifestá-la.

Intervenção é uma medida extrema, para ser aplicada quando todas as outras possibilidades estiverem esgotadas. O Rio de Janeiro vive uma onda parecida de criminalidade, enfrentada por uma força-tarefa que envolve os governos federal e estadual. Essa alternativa ainda não foi aplicada ao Espírito Santo.

A Ordem dos Advogados do Brasil pediu a intervenção no dia 21 de maio, depois que o advogado Marcelo Denadaifoi assassinado por denunciar os desmandos do crime organizado no estado. Presidido pelo ministro da Justiça, Miguel Reale, o CDDPH acatou a proposta.

A decisão do presidente de rejeitar a medida provocou a saída de Reale do Ministério. Jurista respeitado, ele sentiu-se desrespeitado por ter defendido publicamente a intervenção. Até mesmo o candidato do Governo à Presidência, José Serra, ficou contra o arquivamento da proposta. As insatisfações geradas pelo gesto de Fernando Henrique ficarão superadas se forem tomadas medidas concretas para reduzir a violência no Espírito Santo e tranqüilizar a população.


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07/12/2002


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