Tuma pede a candidatos que se refiram a policiais com respeito



Ao fazer uma análise do crime organizado e do perigo que este representa para a cidadania e o estado democrático de direito, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) fez um apelo emocionado aos candidatos à Presidência da República, dirigindo-se, em Plenário, à senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), que é candidata, para que se refiram com respeito aos policiais quando falarem sobre segurança pública em suas campanhas eleitorais.

- Os candidatos deveriam procurar maneiras de dar os meios para que os policiais possam trabalhar. É preciso lembrar que, atrás de cada arma e dentro de cada viatura, está alguém que vai nos proteger. O policial tem sido relegado a segundo plano, como se não estivesse disposto a morrer em defesa do cidadão - afirmou.

Em aparte, Heloísa Helena disse que "o mais dolorido" para ela é constatar que o debate em torno da violência e da segurança pública está centralizado em São Paulo, quando todos sabem que é um problema nacional. Ela acusou o PT e o PSDB de travarem uma "disputa inconseqüente, eleitoreira e demagógica em torno da questão". Para ela, esses partidos deveriam reconhecer as respectivas responsabilidades pela atual situação.

Tuma disse que organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro, estruturaram-se a partir de um erro tático ocorrido durante o combate ao terrorismo político das décadas de 60 e 70, quando foram colocados lado a lado num mesmo presídio os presos de organizações subversivas clandestinas e criminosos comuns.

- Com isso, bandidos absorveram ensinamentos sobre táticas de guerrilha urbana e aprenderam a importância da organização. Assim, nasceu a Falange Vermelha, depois rebatizada de Comando Vermelho, que serviu de modelo às demais facções criminosas - explicou.

O senador assinalou que, com o fim da luta armada, "alguém" percebeu a vantagem de substituir a guerrilha pela criminalidade comum, devido à inexistência de vínculos diretos entre as organizações clandestinas e os bandidos que iriam praticar os crimes ao acaso. Ele explicou que esses delitos teriam os mesmos efeitos do terrorismo organizado, mas a repressão policial seria mais difícil e sem riscos para "os ocultos beneficiários do terror".

Tuma ainda recordou um movimento internacional chamado "nova criminologia", baseado no ideário marxista-leninista, que incluía a extinção das penas privativas de liberdade de origem "burguesa". Segundo o senador, os novos criminólogos pregavam a abolição das leis penais, apresentando-as como "recurso maldoso das elites para silenciar outras classes revoltadas com a vida miserável e capazes de pegar em armas para despojar e resistir aos opressores".

- Criminoso que comete crime grave, vai para cadeia como castigo mesmo, por ter violentado a sociedade - frisou.

O senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) disse, em aparte, que é preciso recuperar salários dos policiais e resolver o problema habitacional da categoria. O senador Marco Maciel (PFL-PE) disse esperar que as palavras de Tuma sejam ouvidas por aqueles que se esforçam pela melhoria da segurança pública.

22/08/2006

Agência Senado


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