Uso de bicicletas poderá ser incentivado na Política de Mobilidade Urbana




Luiz Henrique, relator: vários países vêm adotando políticas de estímulo ao uso de bicicletas

VEJA MAIS

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou, nesta quarta-feira (6), projeto de lei (PLS 262/2013) do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) para incentivar o uso de bicicletas como meio de transporte nas cidades. Além de conceituar o sistema cicloviário, a proposta determina que esse modal passe a ser considerado na elaboração do Plano de Mobilidade Urbana e inclui as bicicletas públicas de uso compartilhado no rol das diferentes infraestruturas de mobilidade urbana.

A matéria, que deverá alterar a Lei de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/2012), será votada, em decisão terminativa, pela Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI).

Com parecer favorável do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), o PLS 262/2013 também acrescenta mais uma atribuição aos órgãos gestores da mobilidade urbana: implantar o sistema cicloviário. Esse sistema envolve a infraestrutura física e operacional de apoio à mobilidade cicloviária, incluindo ciclovias, ciclofaixas, semáforos, estacionamentos, sinalização e bicicletas públicas de uso compartilhado. Estabelece ainda que caberá aos municípios disponibilizar à população as bicicletas de uso compartilhado, que poderão ser usadas por tempo determinado, gratuitamente ou mediante cobrança de uma pequena taxa.

Crise de mobilidade

Para Randolfe, a crise de mobilidade que afeta as cidades brasileiras é um dos maiores desafios da atualidade. Depois de observar que milhões de brasileiros perdem “preciosas horas de suas vidas no interior de veículos motorizados”, o senador disse que nas grandes metrópoles até mesmo o conceito de “hora do rush” vem ficando sem sentido, já que os congestionamentos se estendem por “praticamente todo o período diurno e parte do noturno, sem relação com horários de entrada e saída do trabalho”.

De acordo com Randolfe, esse quadro prejudica toda a população urbana, de forma indistinta. Se os menos favorecidos sofrem com as carências do transporte público, “caro e superlotado”, as classes médias também não se encontram em situação confortável, uma vez que dirigir um automóvel tornou-se “uma atividade estressante e ineficaz”.

A solução para esse impasse dependeria, em sua avaliação, da ampliação e do barateamento dos sistemas de transporte coletivo. No entanto, ele acredita que também passaria por medidas complementares, tais como o desestímulo ao uso do automóvel e o favorecimento da utilização de bicicletas.

Complemento

Luiz Henrique (PMDB-SC) concorda que o modo cicloviário pode funcionar como importante complemento ao transporte coletivo. Como exemplo, cita a associação do sistema de bicicletas às estações de metrô e aos terminais rodoviários.

O relator observou ainda que vários países já vêm adotando políticas de estímulo ao uso de bicicletas, como a Alemanha e a Holanda. Lembrou também que, mais recentemente, cidades importantes passaram a adotar programas de uso compartilhado de bicicletas. Em Paris, por exemplo, onde já existem 3,8 mil quilômetros de ciclovias, o sistema de compartilhamento denominado Vélib já conta com 20 mil bicicletas, que estão distribuídas por 1.450 estações. No Brasil, acrescentou ele, o modelo já começou a ser adotado no Rio de Janeiro e em São Paulo.



06/11/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Comissão aprova Política Nacional de Mobilidade Urbana

CDR vota projeto que institui política de mobilidade urbana

Comissão analisa Política Nacional de Mobilidade Urbana

Benedito de Lira defende política sustentável de mobilidade urbana

Política Nacional de Mobilidade Urbana entra em vigor em abril

Política Nacional de Mobilidade Urbana vai ao Plenário em regime de urgência