VAI A PROMULGAÇÃO EMENDA QUE LIMITA OS GASTOS DOS VEREADORES



Com 72 votos favoráveis, dois contrários e duas abstenções, o Senado aprovou nesta quarta-feira (dia 2), em segundo turno, proposta de emenda constitucional que limita os gastos dos legislativos municipais, conforme critério que leva em consideração o número de habitantes de cada município. O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, informou que convocará oportunamente sessão do Congresso para promulgar a emenda.
Foi deliberado que o Legislativo municipal não poderá comprometer mais de 70% dos recursos a ele destinados com a folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio dos vereadores. O prefeito incorrerá em crime de responsabilidade se efetuar repasse que supere os limites definidos na Constituição, não enviar o repasse até o dia 20 de cada mês, ou enviá-lo em valor inferior à proporção fixada na lei orçamentária.
A emenda estabelece que a despesa das câmaras municipais, incluídos os subsídios dos vereadores e excluídos os gastos com os inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais da receita do município: 8% nos municípios de até 100 mil habitantes; 7% nos municípios de até 300 mil habitantes; 6% nos municípios de até 500 mil habitantes; e 5% nos municípios com mais de 500 mil habitantes.
Também foram impostos limites aos subsídios dos vereadores, que serão proporcionais aos dos deputados estaduais, levando em conta a população do município. Assim, foram fixadas as seguintes faixas: 20% do subsídio dos deputados estaduais nos municípios de até 10 mil habintantes; 30% nos municípios de até 50 mil habitantes; 40% nos municípios de até 100 mil habitantes; 50% nos municípios de até 300 mil habitantes; 60% nos municípios de até 500 mil habitantes. Em municípios de mais de 500 mil habitantes, o subsídio máximo dos vereadores corresponderá a 75% dos que ganham os deputados estaduais.
DEBATESAludindo ao papel preponderante representado pelo vereador no município, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) lastimou que o Senado não tenha aperfeiçoado a emenda constitucional. "Se queríamos que essa proposição representasse a realidade, teríamos que, em vez de escalonar os subsídios dos vereadores com base na população de cada município, fixar essas remunerações de acordo com a receita de cada município", explicou o parlamentar.
Ele argumentou que, no Brasil, existem municípios com populações imensas e receita ínfima, enquanto outros têm populações pequenas e receitas vultosas. "Como conciliar essa incongruência?", questionou Valadares, certo de que brevemente o Legislativo será novamente chamado a alterar disposições da emenda constitucional.
A senadora Marina Silva (PT-AC) disse que o objetivo não era satanizar os vereadores, mas moralizar as câmaras municipais. "Se não compreendermos que se faz necessário um processo de moralização do Legislativo municipal, estaremos levando esse poder a um desgaste que poderá fazer com que a população não mais o respeite", observou. Embora reconhecendo as imperfeições da proposta, Marina considerou importante o Senado aprovar a matéria, argumentando que a desmoralização das câmaras ocorre normalmente em razão dos abusos praticados na remuneração dos vereadores.

02/02/2000

Agência Senado


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