Valadares alerta para emprego informal, elogia Estatuto do Idoso e discurso de Lula na ONU
O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) alertou para o crescimento do contingente de trabalhadores informais (sem carteira assinada) no Brasil que, de junho do ano passado a junho deste ano, aumentou 8%, o que significa que quase 60% dos brasileiros em idade economicamente ativa trabalham no mercado informal.
- Isso comprova que uma das marcas da sociedade brasileira é a profunda desigualdade social, somos um destaque mundial negativo nessa área, e isso não foi construído em um, dois ou dez governos. É todo um processo histórico - disse.
Valadares disse que o Brasil deve entrar em um -alerta vermelho- na área social, preservando a todo custo os investimentos em saúde e educação, independentemente de dificuldades orçamentárias.
- A escola pública e a saúde pública são formas de distribuição de renda que jamais podemos perder de vista e para as quais temos que assegurar as verbas necessárias de qualquer maneira. Para isso é preciso uma emenda constitucional, porque são direitos básicos e intocáveis da cidadania - afirmou.
Estatuto e Lula
Valadares elogiou também o Estatuto do Idoso, que classificou como um instrumento fundamental, como o Estatuto da Criança e do Adolescente. Ele lembrou que 80% dos velhos que residem em instituições para idosos estão praticamente abandonados pelas famílias, que os vêem como estorvos.
- Temos que cuidar dos nossos velhos, e eu gostaria de lembrar que, hoje, uma pessoa de 60 anos não pode mais ser considerada um velho. Eu, por exemplo, tenho 60 anos - disse.
O senador elogiou também o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, proferido nesta terça-feira na abertura da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, quando defendeu o multilateralismo e criticou a política externa dos Estados Unidos. Valadares leu trechos do discurso de Lula e acrescentou que a humanidade tem que confiar mais em instituições criadas historicamente e de forma racional do que na violência e na força militar.
23/09/2003
Agência Senado
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