Valadares quer priorizar educação para reduzir desigualdades regionais



O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) reivindicou prioridade nos investimentos em educação na Região Nordeste, estratégia sugerida para combater as disparidades regionais no país. Um termômetro desse desequilíbrio, conforme observou, é o índice de analfabetismo entre jovens e adultos. Dos 17 milhões de analfabetos com idade superior a 15 anos, o Censo Demográfico de 2000 revela que 26,2% estão no Nordeste, enquanto, no Sudeste e no Sul, esse indicador corresponde a 8,1% e 7,6%, respectivamente.

Tais discrepâncias também se configuram eloqüentes, segundo Valadares, quando o foco da análise se transfere aos estados. Ele lembrou que o Rio Grande do Sul, por exemplo, tem 6,6% de analfabetos e Santa Catarina, 6,3%, enquanto o seu estado, Sergipe, tem 25,2%. Esse quadro de desigualdade volta a se repetir nos demais indicadores educacionais, como nível salarial e de formação de docentes e serviços de apoio ao ensino.

A publicação Geografia da Educação Brasileira 2001, elaborada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), evidencia, por exemplo, um desnível expressivo entre a idade do estudante e a série cursada no Nordeste, informou o senador. Nessa região, 57,1% dos estudantes do ensino fundamental freqüentam séries inadequadas à idade, percentual quase três vezes maior que o do Sul (21,6%).

Em referência ainda ao estudo, Antonio Carlos Valadares informou que, enquanto no Nordeste o índice de docentes com formação superior no ensino fundamental é inferior a 30%, no Sudeste e no Sul alcança 66,6% e 64,9%, respectivamente. Se o salário médio dos professores na educação infantil era, em 1997, de R$ 587 no Sudeste e R$ 465 no Sul, no Nordeste -mal chegava- a R$ 195.

- Nos sistemas de apoio aos estudantes, as diferenças são igualmente perversas - assinalou.

Para ilustrar seu comentário, citou que 83,4% das escolas de ensino fundamental na Região Sul têm biblioteca, percentual que só chega 35,2% no Nordeste. Ainda nas unidades desse nível escolar, mais de 30% contam com laboratórios de ciências no Sul e no Sudeste, equipamento presente em apenas 5% no Nordeste.




21/05/2003

Agência Senado


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