Vice de Ciro começa a negociar com Lula
Vice de Ciro começa a negociar com Lula
Queda nas pesquisas do candidato do PPS abre possibilidade de ruptura na Frente Trabalhista
Aqueda de Ciro Gomes (PPS) nas últimas pesquisas eleitorais já iniciou um movimento de ruptura na coligação Frente Trabalhista, formada pelo PPS, PTB e PDT. Ciro perdeu o segundo lugar para José Serra (PSDB) e está em empate técnico com Anthony Garotinho (PSB).
Apesar de não trabalhar com a hipótese de apoiar a candidatura do PT, o candidato a vice de Ciro, o presidente licenciado da Força Sindical Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PTB), admitiu que seus assessores estão mantendo conversas com representantes da campanha do petista de Luiz Inácio Lula da Silva.
"É natural que isso aconteça. Existem vários sindicalistas na campanha do PT que são antigos amigos nossos. Não é porque somos adversários nas urnas que deixamos de ser amigos", disse.
Assessores ligados a Paulinho informaram que existe dentro da Força Sindical uma corrente disposta a apoiar a candidatura de Lula, já no primeiro turno.
O candidato ao governo paulista pelo PT, José Genoino, disse que existem pelo menos dois sindicatos da Força que já estão apoiando a candidatura de Lula: metalúrgicos de Osasco e comerciários de São Paulo.
Genoino negou que o PT já esteja formando novas alianças para o segundo turno eleitoral. "Até o final do primeiro turno, vamos tratar respeitosamente todas as candidaturas. Não vamos dizer agora se já existem correntes de alguns partidos e coligações nos procurando", afirmou.
Garotinho nega renúncia
O candidato Anthony Garotinho (PSB) negou qualquer hipótese de renunciar à candidatura para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições ainda no primeiro turno. "Não posso apoiar o Lula porque vou disputar o segundo turno com ele", disse. "Lula é um sujeito preparado para perder, e irá perder de novo."
A declaração foi feita ontem quando Garotinho percorria as ruas centrais de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Ele evitou tomar chope no Bar Pingüim, como fizeram os outros candidatos em campanha pela cidade.
Garotinho disse que não beberia não por ser evangélico. "Bebo sim, mas bebo vinho. Não bebo chope porque chope fermenta muito."
Justiça tira do ar o programa de Collor
O juiz eleitoral Fábio Ferrario mandou suspender ontem a propaganda eleitoral gratuita do ex-presidente Fernando Collor de Mello, candidato ao governo de Alagoas pelo PRTB, por ter usado a imagem do seu principal adversário, o governador Ronaldo Lessa (PSB), durante discurso em um comício dizendo a expressão "nem por um cacete". Além de suspender o programa de Collor por um dia, o juiz concedeu um minuto para que Lessa exerça o direito de resposta dentro do programa do candidato do PRTB. Segundo Ferrario, os termos exibidos no programa do ex-presidente, na última segunda-feira, "de forma grosseira e desleal" ridicularizam o governador.
Aécio deve vencer no primeiro turno
Pesquisas do Instituto Vox Populi e do Datafolha confirmam a tendência de vitória no primeiro turno do candidato do PSDB ao governo de Minas, Aécio Neves. No Datafolha, o candidato teve um crescimento de 12 pontos percentuais após o início do programa eleitoral, em 20 de agosto, e está com 50% das intenções de voto. No Vox, o tucano tem 46% das intenções de voto contra 15% do vice-governador Newton Cardoso, candidato do PMDB, que está em segundo lugar. Em relação à pesquisa anterior, Aécio subiu quatro pontos e Cardoso caiu quatro. O deputado Nilmário Miranda (PT) mantém o terceiro lugar, e subiu três pontos em relação ao levantamento anterior, chegando a 9%.
Oportunidade para os jovens
Se depender do candidato Trotta, os servidores do GDF terão todos os seus direitos assegurados: ele garante que vai resgatar os 28% integrais e os precatórios.
Mas Magela, do PT, vai mais longe ao mostrar como pretende reduzir o desemprego no DF: investindo no turismo. Segundo ele, a atividade turística, seguramente, vai abrir oportunidade de empregos para vários segmentos, como o dos taxistas, dos guias turísticos, do pessoal de apoio . Segundo Magela, Brasília tem um grande campo nos segmentos do turismo cívico, místico e ecológico.
Para os jovens, o candidato petista garante que vai pagar a bolsa 1º emprego, oferecendo, durante um ano, oportunidade remunerada de trabalho para até 30 mil recém-formados.
Ele ainda pretende resgatar o Projeto Saber, que previa treinamento profissional para toda a população do DF. Magela pretende, com isso, resgatar os recursos do FAT.
Roriz investiu no seu programa de saneamento para os próximos anos, garantindo a despoluição completa do Lago Paranoá e da Bacia do Corumbá. Ele confirma que vai construir mais duas estações de tratamento de esgoto, a do Gama e a de Belchior, além de aumentar o reservatório da Barragem do Rio Descoberto, eliminar o sistema de esgoto nos mananciais e melhorar o sistema de tratamento de esgoto de Samambaia, Recanto das Emas e Santa Maria.
Benedito Domingos reclamou do aumento de mais de 70% na violência nos últimos anos e sentenciou: "Chega de Roriz. É hora de mudar".
O candidato do PSB, Rodrigo Rollemberg, finalizou o novo Plano Diretor de Águas do DF, que vai garantir o abastecimento à população até 2030. Para ele, o sonho de JK está longe de se realizar. Rodrigo ataca a ruptura entre governos, que só prejudica a cidade e a própria população.
Moedas em homenagem a JK começam a circular
São três versões, que trazem a imagem do rosto do ex-presidente e Fundador de Brasília
O Banco Central anunciou ontem que entram em circulação hoje as moedas comemorativas ao centenário de nascimento do ex-presidente Juscelino Kubitschek, fundador de Brasília.
Serão três versões: uma moeda no valor de R$ 1, que passará a circular normalmente a partir de hoje, com tiragem de 50 milhões de unidades; uma moeda de prata com valor de face de R$ 2, tiragem limitada a 20 mil unidades e custo de R$ 55; e uma moeda de ouro com valor de face de R$ 20, da qual serão vendidos 5.000 exemplares por R$ 453 cada um.
A moeda de R$ 1 será bimetálica e terá diâmetro de 27 mm, como as demais moedas de R$ 1. No anverso (cara) estará a imagem do ex-presidente e a inscrição Centenário de Juscelino Kubitschek, além de um desenho alusivo às colunas do Palácio da Alvorada. O reverso (coroa) será igual ao das demais moedas do mesmo valor.
A moeda de prata será maior, com diâmetro de 40 mm e 28 gramas, e a de ouro terá 22 mm e pesará oito gramas. Ambas foram criadas por Alzira Duim e também exibirão no anverso o rosto de Juscelino Kubitschek e as legendas JK, Brasil e Centenário de Juscelino Kubitschek.
Armínio diz que crédito se estabilizou
O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse, ontem, que o volume de crédito comercial para o Brasil estabilizou-se, mas que não pode prever quando esta situação retornará ao antigo patamar.
Na etapa final da viagem a centros financeiros europeus para tentar restabelecer a confiança dos investidores no Brasil, ele disse, na Holanda, que a situação brasileira está melhorando mas ainda não está onde ele gostaria.
"Houve uma queda (nas linhas de crédito) por mais de um ano e a queda foi paralisada por semanas, mas eu não poderia determinar a duração precisa do tempo para sua volta aos patamares anteriores", disse Fraga a jornalistas em uma coletiva no ABN AMRO .
Dólar cai 1%, mas continua acima de R$ 3
O dólar fechou em baixa, ontem, em uma sessão marcada por apatia geral dos mercados após o nervosismo verificado desde o início da semana com a proximidade do aniversário de um ano dos ataques de 11 de setembro.
A moeda norte-americana encerrou a R$ 3,105 para venda, em queda de 1,02% frente ao real. Na véspera, o receio de algum novo incidente internacional contribuiu para elevar as compras e o dólar subiu mais de 1%.
Os mercados tiveram um volume restrito de negócios, mas já estavam todos posicionados para enfrentar o dia.
STJ nega aumento de 10,87% a servidores
Funcionários públicos não têm direito a incorporar ao salário diferença do Plano Real
Os servidores do GDF e da União que ingressaram ou pensam em entrar na Justiça para incorporar ao salário a diferença dos 10,87% do Plano Real não contarão com o aprovação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para o recebimento da correção. Na última terça-feira, os ministros da Sexta Turma do STJ negaram, por unanimidade, o direito ao reajuste e ao pagamento dos valores retroativos (de janeiro a junho de 1995) a todos os funcionários públicos de Brasília cujas ações haviam recebido parecer favorável do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT).
O julgamento da matéria e o deferimento de sentenças de mesmo teor pelas turmas do STJ que analisam processos movidos por servidores (os ministros da Quinta Turma também negaram o benefício no último dia 18 de abril) unificam o entendimento do tribunal sobre a questão. "Mesmo que os autores das ações recorram ao Supremo Tribunal Federal, as chances de reversão dos acórdãos do STJ são muito remotas porque o STF só julga matérias constitucionais", explicou Aref Assreuy, procurador do DF. "Estamos otimistas", comemorou.
De acordo com o procurador, dos 2,5 mil mandados de segurança concedidos pelo TJDFT a servidores que reivindicam os 10,87%, cerca de 200 já haviam sido indeferidos pela Sexta Turma do STJ. Para conceder os mandados, o Conselho Especial do TJ alicerçou-se na Medida Provisória 1.053/95, convertida na Lei 10.192/01, que reconhece a correção das perdas salariais geradas na implantação do Real segundo o IPC de janeiro de 1996. Conforme defenderam os desembargadores, o termo “trabalhador” expresso na MP “tem sentido geral e é pertinente a todos quantos possuem data-base”. Por isso, os funcionários do GDF teriam direito ao índice de correção.
Não foi o que entenderam os ministros do STJ. Relator da matéria na Quinta Turma, Jorge Scartezzini acolheu o recurso do DF. Para justificar sua decisão, ele destacou que o artigo 9º da Lei 10.192/01 não é aplicado aos funcionários públicos e, sim, aos empregados da iniciativa privada regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Scartezzini destacou ainda decisão do STF “no sentido de que os servidores não têm direito à negociação e ao dissídio coletivo inerentes aos trabalhadores celetistas”. Em março deste ano, o Supremo mandou suspender os mandados de segurança autoconcedidos pelo TJDFT autorizando a incorporação dos 10,87% aos salários dos magistrados do órgão.
Impacto chega a R$ 500 milhões
De acordo com o procurador Aref Assreuy, o cumprimento dos 2,5 mil mandados de segurança provocariam um impacto da ordem de R$ 500 milhões nos cofres do GDF com o pagamento dos valores retroativos a 1995. "Mas os autores só podem receber o dinheiro e incorporar os 10,87% ao vencimento após decisão final do processo no STF", lembrou Assreuy. Segundo ele, cada ação representa, em média, 10 servidores públicos.
Mais sete ações ajuizadas pelo Sindicato dos Servidores da Administração Direta do DF (Sindireta), representando cerca de 10,8 mil funcionários – inclusive de autarquias, fundações e do Tribunal de Contas –, tramitam no TJ. Destas, duas foram indeferidas pelo tribunal. "Mesmo assim, vamos entrar com recurso especial no STJ", informou Themístocles de Souza, presidente do Sindireta.
O Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep/DF) também reivindica os 10,87% aos 23 mil filiados da entidade. Em outubro do ano passado, conseguiu parecer favorável à ação na primeira instância da Justiça de Brasília. O processo foi remetido ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, mas ainda não há data prevista paro o julgamento da matéria.
Atentado ultrapassou fronteira dos EUA
Parentes das vítimas, gente de várias etnias, lembram o ataque contra as torres gêmeas do WTC
Alista dos 2.801 mortos nos ataques contra Nova York, lida ontem durante as homenagens em memória às vítimas de 11 de setembro representa mais uma prova de que o massacre praticado há um ano em Nova York não conheceu fronteiras. Muitas pessoas emocionaram-se durante a cerimônia, que contou com a presença de parentes das vítimas, artistas e políticos.
"Gordon M. Aamoth Jr., Edelmiro Abad, Maria Rose Abad, Andrew Anthony Abate", leu em voz alta o ex-prefeito Rudolph Giuliani, que estava à frente do governo de Nova York nas horas, dias e semanas mais obscuros da história da cidade, depois dos atentados terroristas contra as torres gêmeas do World Trade Center.
Antes de Giuliani começar a ler os nomes de todas as vítimas, a observação de um minuto de silêncio, exatamente às 8h46 locais, na mesma hora em que o primeiro avião foi lançado contra uma das Torres Gêmeas no dia 11 de setembro passado, deu início à cerimônia para marcar o pior atentado terrorista da história dos EUA.
Depois de Giuliani, parentes dos desaparecidos, políticos – entre eles a ex-primeira-dama e senadora por Nova York, Hillary Clinton – e artistas como Robert De Niro, continuaram lendo a longa lista, na qual se misturavam sobrenomes hispânicos, britânicos, chineses, japoneses, escoceses, africanos, etc.
Durante mais de duas horas, foram lembrados os que ficaram no imenso cemitério no qual foi transformada a área onde antes se erguiam as torres gêmeas, e onde agora ondeia uma imensa bandeira branca, com as palavras "Nunca esqueceremos".
Na multidão presente à cerimônia confundiam-se também todos os grupos étnicos e culturais do planeta. Lentamente, familiares de todos as cores e camadas sociais, desceram pela primeira vez, em meio a um grande silêncio, a rampa que leva ao grande buraco – tudo o que restou das bases das Torres Gêmeas, seis andares subterrâneos, onde depositaram rosas.
Algumas pessoas não conseguiram reprimir os soluços. Crianças mexicanas de mãos dadas com a mãe, que ficou viúva no dia 11 de setembro, desceram também a rampa, ao lado de outros pequenos, negros, louros, asiáticos, também órfãos no dia fatídico.
Bush promete vitória
O presidente dos EUA, George W. Bush, esteve no Ponto Zero no fim da tarde, depositou uma coroa de flores e conversou com parentes dos mortos. Pela manhã, Bush compareceu à cerimônia em homanagem às vítimas do ataque ao prédio do Departamento da Defesas (Pentágono), em Washington, e prometeu em um solene pronunciamento "vencer a guerra contra o terrorismo".
"O assassinato de inocentes não pode ser explicado, somente suportado. E embora eles tenham morrido numa tragédia, não morreram em vão", disse, recordando as 184 pessoas que perderam a vida quando seqüestradores lançaram um avião comercial contra o Pentágono, horas depois do ataque ao World Trade Center. "Hoje, nós lembramos de cada vida. Nós inauguramos novamente este símbolo de orgulho. E renovamos nosso compromisso de vencer a guerra que começou aqui."
O dia de Bush começou com a presença em uma missa numa igreja perto da Casa Branca e iria terminar à noite com um discurso diante da Estátua da Liberdade, em Ellis Island, Nova York. Ele esteve também em Shanksville, na Pensilvânia, onde caiu o avião da United Airlines, e homenageou os 40 passsageiros e tripulantes desse vôo, considerados heróis porque teriam lutado contra os terroristas.
Desde segunda-feira, os EUA estão em alerta máximo de segurança, com medo do país ser alvo de um novo atentado. O nível de alerta, medido em uma escala de cinco cores, subiu para "laranja", que indica "alto risco de a taques terroristas" e está apenas um nível abaixo do "vermelho", quando o risco é "severo".
"As ameaças que ouvimos recentemente nos lembram o padrão que ouvimos antes de 11 de setembro", disse Bush. "Não interceptamos ameaças específicas contra o solo americano, mas levamos todas as ameaças a sério."
O Departamento de Estado fechou 14 embaixadas ou consulados dos EUA, principalmente na Ásia.
Suspeito faz piloto desviar rota
A presença de três passageiros suspeitos obrigou, ontem, o piloto a desviar um avião da companhia Northwet Airlines para Fort Smith, no Estado de Arkansas, disseram autoridades.
Os três passageiros, que ao descer do avião foram presos por agentes do FBI (polícia federal dos EUA), haviam se trancado dentro de um banheiro do avião, levantando suspeitas da tripulação.
Não foi informado o número de pessoas a bordo do Airbus A230 do vôo 979, que ia entre Memphis (Tennessee) e Las Vegas (Nevada) antes de fazer um pouso de emergência em Fort Smith.
De acordo com um porta-voz da TSA (Agência de Segurança do Transporte), os passageiros foram retirados do avião sem incidentes, enquanto os três suspeitos negociavam sua rendição com as autoridades federais.
A TSA disse que os três suspeitos estavam agindo de modo estranho dentro do avião, mas não deu mais detalhes além de afirmar que os três se trancaram em um banheiro.
As medidas de segurança aumentaram nos Estados Unidos durante o primeiro aniversário dos atentados terroristas de 11 de setembro.
Ministros de Arafat renunciam
O gabinete de Yasser Arafat renunciou ontem depois que o presidente palestino convocou eleições para 20 de janeiro, numa atitude para evitar uma votação de moção de confiança que o líder poderia perder. A renúncia do gabinete foi o resultado dramático de dois dias de acalorados debates do Conselho Legislativo Palestino, em que legisladores da facção Fatah, de Arafat, disseram que votariam contra seu gabinete reformado.
Depois de consultar Arafat, os ministros concordaram em renunciar. O líder corria o risco de perder a votação por pequena maioria. Arafat apontará um novo gabinete em duas semanas para administrar o governo interino até as eleições presidenciais e legislativas de janeiro. Autoridades dizem que o gabinete interino não requer um voto de confiança do Conselho.
Legisladores, que acusaram Arafat de não ter feito o suficiente para reformar o governo, disseram que seu ponto de vista prevaleceu com a dissolução do gabinete. "Nosso objetivo era derrubar o governo, e o governo agora está derrubado", disse Jamal al-Shobaki, um dos membros da Fatah.
Artigos
DIZE-ME COM QUEM ANDAS...
Sylvio Guedes
Dize-me com quem andas e te direi quem és. O ditado ajusta-se como uma luva ao cenário da corrida presidencial. Pena que grande parte da imprensa só esteja preocupada em julgar as (más) companhias de um e outro candidato, demonstrando inequívoca complacência, por motivos diametralmente opostos, em relação a dois contendores.
O sr. Ciro Gomes disputa sua segunda eleição presidencial. Há quatro anos, foi mero figurante, não conseguiu patamar de intenções de voto que o credenciasse a ser um dos "convidados" pela grande imprensa para o festim democrático.
Em 1998, era o mesmo Ciro, destemperado ou calmo, experiente ou despreparado. Porém, não se interessaram por ele. Agora não. Se cai um cisco no olho do candidato e ele coça já dizem que é tique nervoso, sinal de quem está impaciente e a ponto de explodir. Associam seu nome a Collor, de quem seria um sucedâneo (preconceito de paulista só porque o cara é nordestino). Caem de cacete em alguns de seus mal falados aliados sazonais (ACM, especialmente), mas não se lembram de citar as boas companhias em que anda.
O sr. Garotinho, tratado como uma brincadeira eleitoral de mau gosto pelos "fazedores de opinião", terá que passar a campanha inteira explicando a violência no Rio, quando qualquer macaco bem treinado pode colocar – com muita razão – a culpa nos ombros do governo federal, de FHC. Afinal, já lembrou o candidato fluminense, é pelas fronteiras nacionais que as armas e as drogas entram no País. E quem tem que cuidar delas é a Polícia Federal. Bom, mas ninguém quer ouvir o Garotinho.
E chegamos aos grandes caciques do pleito, o sr. Lula e o sr. Serra. Lula, a estrela favorita de nove entre dez estrelas da imprensa brasileira, é um homem praticamente sem defeitos. Se recebe o apoio de Quércia, Sarney e Itamar é porque "amadureceu", aprendeu a "conciliar" e a se tornar "confiável". Ninguém quer saber se o petista está faturando votos em troca de sua coerência. Aliás, por falar em coerência, é mesmo engraçado ver o Lula falando em trabalho... Lula é Lula, pode muito bem viver às custas do partido que jamais perderá a sua integridade.
O sr. Serra, convenhamos, este não tem defeitos. Aliás, já temo que mandem trocar a estátua de JK pela dele aqui na cidade. Foi ministro de FHC durante todos esses anos mas, convenhamos, os erros do governo não podem ser culpa dele. Bem que ele tentava avisar o chefe. Menino pobre que vira presidente. Um conto de fadas moderno. Ninguém melhor que um bando de marqueteiros para tentar vendê-la ao País.
Colunistas
CLÁUDIO HUMBERTO
Feira no Planalto custa R$ 81 mil
O Planalto foi às compras, ontem, e adquiriu comidas e bebidas em seis empresas diferentes, torrando R$ 81.828,67. A Secretaria de Administração da Presidência da República não especificou os produtos, como manda a lei e recomenda a transparência no trato da coisa pública. Preferiu chamá-los vagamente de "gêneros básicos". D. Ruth faria mais bonito se usasse esse dinheiro, correspondente a 3.400 cestas básicas (estas sim, recheadas de gêneros básicos) para dar mais sentido ao seu "Comunidade Solidária".
Falha no replay
Osama bem que tentou, mas a talebanada seqüestrou um Fokker 100...
Procurando encrenca
Embora previamente inabilitada na concorrência para terceirização de mão-de-obra, a empresa Raveli Ltda está prestes a assinar contrato anual de R$ 100 milhões com o INSS, em Brasília. Segundo funcionários da autarquia, a empresa conta com o empenho do procurador Helder Ademias de Souza.
Pensando bem...
...após matar seis chefões do tráfico durante rebelião no Rio, Fernandinho Beira-Mar para chefe de polícia!
União explosiva
Chamam de "Faixa de Gaza" o comitê da campanha do candidato governista à sucessão de Jaime Lerner, no Paraná: Beto Richa, terceiro nas pesquisas, é descendente de árabes, e confiou a alquimia de sua campanha a Cila Schulmann, marqueteira de origem judaica.
Cadeia à vista
Se o País mudar mesmo, pode dar até em cadeia o lobby que fez o governo ignorar o crime de apropriação indébita de empresas aéreas (que cobraram impostos sobre as passagens, durante anos, e ficaram com o dinheiro) e ainda as dispensar de ressarcir os R$ 500 milhões embolsados. Lobistas, ministros e dirigentes de empresas estão na mira do Ministério Público.
Assalto na conta de luz
O Sindicato dos Engenheiros de SP questiona no Ministério Público a junção dos submercados de energia, determinada pelo Conselho Nacional de Política Energética. Em 1º de janeiro, os atuais quatro mercados seriam apenas dois, ignorando as restrições de transmissão de energia entre as várias regiões do País. A medida é ilegal e prejudica os consumidores.
Desemprego seguro
Lula promete criar dez milhões de empregos, mas só um interessa a ele: o que vai ficar vago com a saída de FhC. Se não der, serão mais quatro ou oito anos de seguro-desemprego. Ou de desemprego seguro.
Notícia punida
Três anos depois, a divulgação de uma fita de 2h43 de uma c onversa de pura baixaria entre o presidente do TJ do Mato Grosso, Wandyr Clait Duarte, já falecido, e o desembargador José Jurandir de Lima resultou na inacreditável condenação do site medianews.com.br, de Cuiabá, a pagar "indenização pedagógica" de R$ 40 mil por "danos morais". A gravação foi feita pelo juiz Leopoldino do Amaral, depois assassinado e carbonizado.
Conexões
Vítima de dois assaltos em duas semanas, no Rio, o empresário Francisco Valsek ("Frank"), dono do Estaleiro Itajaí e da empresa Metalnave, é ligado a Miguel Pedro da Cunha, ex-BNDES, personagem conhecido no Ministério Público Federal pelo envolvimento em financiamentos superiores a US$ 100 milhões, para a construção de navios a empresas do Pará.
Novo mapa
O efeito Garotinho fará o PSB subir de dois para cinco governadores, segundo o mapa político que começa a ser redesenhado nas pesquisas. O efeito Ciro também fará o PPS eleger seus primeiros dois governadores.
Cansando a beleza
A ministra-corregedora Anadyr Rodrigues reiterou pedido de informações à Fundação TVE, por meio do Ministério do Planejamento, sobre funcionários que recebem sem trabalhar há anos, descumprindo determinação judicial. O teor do e-mail da ministra a um deles, que entrou na Justiça para cumprir suas obrigações, indica que ela está perdendo a paciência.
Santa ingenuidade
Exames técnicos comprovam que a imagem numa vidraça em Ferraz de Vasconcelos (SP), não era de Nossa Senhora, mas um defeito de fabricação do vidro. Depois de décadas de santinho de pau oco, entramos na era da santa do vidro oco...
Menino da Porteira
Por onde anda Paulo Paiva, primeiro ministro do Trabalho de FhC? Defensor da flexibilização das leis do trabalho e chamado de "Menino da Porteira" pelos colegas de governo, recentemente foi visto em Ouro Fino (MG), sua terra natal e inspiradora da música que lhe rendeu o apelido.
O nome é uma legenda
Paulo Maluf pode ser intimado domingo, no comício em Tupã (SP), a depor na ação criminal movida pelo jornalista Jair Viana, da Rádio Metrópole, de São José do Rio Preto. Viana foi acusado ao vivo de ser pederasta, com insinuações de "provas", após perguntar como o candidato paulista reagia ao bordão "rouba, mas faz". E ainda sofre com as gracinhas na rua.
Poder sem pudor
Voto secreto
O Diretório Nacional do PSD escolhia o candidato às eleições presidenciais de 1956. O governador Juscelino Kubitschek era candidato, mas enfrentava a oposição de Benedito Valladares, já articulado com Café Filho para um candidato de "união nacional". O jornalista Murilo Melo Filho perguntou a JK:
- O senhor sabe que a votação do Diretório será secreta?
- Sei, Murilo. Sei inclusive que esse negócio de voto secreto dá uma vontade louca de trair...
Editorial
BRASÍLIA NÃO PODE PARAR
Brasília não pode esperar mais por uma solução para a nova pista do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Com apenas um local para pouso, o aeroporto de Brasília, o 3º do País em movimento de passageiros, está saturado. Com isso, corre-se o risco de perder vôos para a cidade e ter horários atrasados em virtude do tempo de espera para pousos e decolagens.
A nova pista, já projetada para o lado do Park Way, está embargada por problemas ambientais. O argumento é que os aviões podem influir negativamente no ecossistema das Áreas de Proteção Ambiental do Gama e Cabeça de Veado, embora a Infraero conteste tal versão. Já houve várias mudanças no projeto e não seria difícil adequá-lo ao meio ambiente. O custo para a natureza não seria tão grande assim.
Outra versão diz que a Associação de Moradores do Park Way quer evitar a pista para não ter de conviver com o barulho. Infelizmente, os moradores dessa região não podem exigir que a cidade estanque seu crescimento para garantir seu conforto. No Lago Sul, moradores também têm o incômodo das aeronaves e nem por isso exigem a interrupção dos vôos.
O número de empregos que podem ser criados em Brasília com a nova pista justifica o aumento de ruído de alguns moradores. Até porque o Aeroporto está naquela região desde a construção da cidade. A renda que virá para o DF se Brasília aproveitar seu potencial estratégico nas rotas de aviação, podem compensar, com sobras, os danos iniciais ao meio ambiente e aos moradores vizinhos do Aeroporto.
Topo da página
09/12/2002
Artigos Relacionados
Lula começa a bater em Ciro
MPF intima vice de Ciro Gomes a depor
Pompeo quer Brizola como vice de Ciro
Ciro substitui Martinez e vice também pode sair
Centrais querem R$ 580 e relator diz que vai negociar mínimo com Dilma e Lula
Paim reafirma disposição do governo Lula de negociar reforma previdenciária