Vice-governador é retirado de relatório sobre exploração sexual



Após uma rápida reunião e com o voto de desempate do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que presidia a reunião, a CPMI da Exploração Sexual aprovou nesta terça-feira (13), por 8 votos a 7, o destaque para votação em separado apresentado pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) pela retirada do nome do vice-governador do estado do Amazonas, Omar Aziz, do relatório final da CPI. Aziz estava entre as 250 pessoas que a relatora, deputada Maria do Rosário (PT-RS), recomendou que fossem indiciadas pelo Ministério Público.
A presidente da CPMI da Exploração Sexual, senadora Patrícia Saboya (PPS-CE), não participou da reunião por se encontrar em processo de recuperação de cirurgia realizada na última sexta-feira (9) para retirada de aderências múltiplas no útero. Suassuna assumiu a presidência da reunião por ser o integrante mais velho dentre os presentes. Em seu relatório, a deputada Maria do Rosário explicou que o nome de Omar Aziz surgiu nos depoimentos colhidos pela CPMI como um dos clientes do esquema de aliciamento de adolescentes mantido pela cafetina Darclei Cristina, em Manaus. "Corroborando os depoimentos, está a própria conduta assumida pelo denunciado por ocasião da realização da audiência pública da CPMI em Manaus, caracterizada por diversas ligações telefônicas feitas pelo sr. Omar Aziz à delegada Graça (algumas delas presenciadas por parlamentares e integrantes da equipe técnica da CPMI), sobre as quais ela relata ter sido pressionada e destratada pelo sr. Omar Aziz, pelo fato de deter informações privilegiadas sobre as investigações que envolvem o seu nome, com vista a apuração da exploração sexual de adolescentes", destaca a deputada em seu relatório. Para Suassuna, “estava patente que era uma injustiça”. Ele disse que Arthur Virgílio comprovou que o envolvido no esquema da cafetina Darclei é o irmão do vice-governador. Segundo Virgílio, no dia da ocorrência investigada pela CPMI, Aziz acompanhava a própria filha, que estava internada em um centro de terapia intensiva. - Por outro lado, os fundamentalistas queriam uma condenação a qualquer preço - afirmou. A CPMI também aprovou o destaque da deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), para que seja alterada a a redação dos termos utilizados nos encaminhamentos dos acusados ao Ministério Público e às autoridades judiciais. Para a relatora, o destaque melhorou a redação.

13/07/2004

Agência Senado


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